sexta-feira, 3 de julho de 2009

O Arrepio de Sócrates

O Arrepio de Sócrates

O arrepio de Sócrates
Hoje

Um debate poderia ter tido vencedores e vencidos. Ou saldar-se por um empate. Em ambos os casos com consequências quanto ao modo de partida para a campanha eleitoral. Se vencedor, o primeiro-ministro ganharia alento novo. Um empate dar-lhe-ia tempo para respirar. José Sócrates esteve perto de ambas as situações. Jogou as cartas que tinha para jogar, na sua intervenção inicial, e não se saiu mal. Ganhou mesmo pontos ao explicitar os momentos positivos do seu mandato. Resistiu com firmeza às investidas das bancadas da oposição (quatro), foi lamentável numa das respostas a Paulo Portas (a lembrar a que sofreu, de Santana Lopes, nas legislativas de 2004), perdeu pontos no momento do muito forte discurso de Paulo Rangel. Mas, no final, as coisas estavam próximas do empate suado. Até que o ministro Manuel Pinho resolveu transformar o debate numa sessão de tauromaquia, confundindo Aljustrel com Barrancos e suicidando-se na arena parlamentar, perante o olhar atónito de Sócrates. O saldo do debate acabou por ser uma remodelação governamental, feita perante as câmaras das TV's e o hemiciclo, um pedido de desculpas e o aumentar da pressão . O Estado da Nação terminou num arrepio, que Sócrates não mais esquecerá.

In http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1290915

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