A Pérola do Tâmega - Amarante e o Tâmega
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Amarante deve permanecer acima dos interesses partidários e acima dos interesses particulares ou individuais. Quem diz Amarante diz outra terra qualquer, por mais pequena ou maior que seja, pois toda a terra tem a sua identidade, o seu cunho pessoalíssimo, a sua matriz, as suas impressões digitais que fazem com que ela seja distinta de todas as outras.
Assim é Amarante. Distinta. Recebemos das mãos dos nossos pais uma vila belíssima e harmoniosa feita de um centro histórico que era praticamente a "cidade". Já depois do 25 de Abril fomos assistindo ao seu crescimento anárquico... ai a década de 80 e de 90! que desbaratou qualquer lógica que não fosse a da especulação imobiliária, do lucro fácil, das divisas para os cofres da autarquia... e de alguns particulares, do crescimento às três pancadas, à martelada... who cares! Não sei que cidade deixaremos aos nossos filhos, aos nossos netos... mas espero que seja, pelo menos, uma cidade asseada... e estou a falar de asseio ambiental, arquitectónico, cultural, económico, paisagístico... onde os nossos herdeiros desejem, e possam!, viver e respirar em harmonia e respeito pelo legado de tantas e tantas gerações.
Hoje não temos uma cidade fácil. Só para apontar um problema, quem chega a Amarante vindo do exterior por certo não deixará de reparar que, por qualquer lado que se faça a aproximação ao centro a cidade, esta apresenta-se miserável, descuidada, espatifada, anárquica, feia... até que se chega à pérola, ao seu miolo, ao seu centro histórico, às margens do Tâmega que, se não estiver em dia eutrofizado, encanta todos quantos para ele olham.
Olhando para trás, o que mais vejo são/foram autarcas, de esquerda ou de direita, que não acautelaram suficientemente e verdadeiramente os interesses da cidade e dos seus habitantes.
As eleições autárquicas acontecidas no passado dia 1 de Outubro foram, como todas as eleições autárquicas anteriores, importantes para o burgo e para os seus arredores e para todas as pessoas neles contidas. Não tenho filiação partidária, nunca tive, nem nutro especial carinho por esta ou aquela cor, do arco da governação ou de fora dele. Assim sendo, nunca integrarei a festa e a alegria dos vencedores... mas também não chorarei as lágrimas dos vencidos. Mas, confesso, integro um amor maior à terra que me viu nascer e essa terra chama-se Amarante.
Assim, só posso desejar que Amarante possa conhecer quatro anos de desenvolvimento sustentável e harmonioso e que todos os autarcas agora eleitos possam contribuir para isso. Independentemente da cor partidária. E aqui lhes deixo os meus sinceros parabéns pelas vitórias conseguidas. Independentemente da cor partidária.
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