Fotografias de Artur Matias de Magalhães
"Mina"
A "Mina" tem hoje 26 anos. Conheço-a desde que veio do Brasil, ainda bebé de colo, vinda da sua cidade natal, S. Salvador da Baía.
A "Mina" é hoje o protótipo da muito loira morena inteligente. Sobrinha e afilhada do Artur foi por ele muito bem abençoada. É discreta, competente, sóbria, reservada, corajosa. Minha sobrinha por afinidade, gosto dela como se fosse minha sobrinha de sangue.
Pensando na "Mina" em bebé recordo as sestas que dormimos juntas, a "Mina, eu e a minha melancia, quando todos saíam para trabalhar e nós nos abandonávamos ao Verão amarantino.
Recordo as tardes passadas dentro das bacias com água, em casa da avó Olívia. Tu, a Mel, a Babá e a Joana. E os Invernos em que dormias em minha casa e eu te aquecia leite com canela.
Recordo levar-te pela primeira vez a ver a neve, ao Marão, e ver os teus olhos azuis abertos de espanto e os teus deditos pequenos tocar o frio.
E recordo passarmos na ponte nova e dizer-te "Mina, olha o rio!" Tu esticavas-te toda, dentro do carro e dizias "O io é méu!" E era. E é! O rio e o mar. Porque aos 26 anos nós somos donos dos rios e dos mares! E do mundo!
A "Mina" é a ..., uma das três manas Silveirinhas!
3 comentários:
Confesso que não me lembro de tudo, principalmente na parte de "o io é meu!". Mas acho que me lembro de muito. Lembro-me do leite quente com canela (que até hoje ainda adoro, embora agora seja mais café com canela!), de montarmos a tenda no quarto da Joana e como adorava faze-lo porque só aí podíamos desarrumar tudo e brincar aos acampamentos, dos banhos de bacia na madalena e como sabia bem no meio daquele calor, lembro-me como tinhas sempre em casa fraldas só para quando eu lá dormia, e no meio de muita outra coisa lembro-me sempre é do teu riso. Gosto. Gosto muito.
Obrigada por me relembrares coisas já esquecidas. Confesso que já não me lembrava de ter fraldas só para ti e também não me lembrava dos acampamentos que fazíamos no quarto da Joana (seria a minha costela de nómada?). Agora lembro-me que o quarto da Joana era o seu território sagrado onde se podia pôr tudo de pantanas para depois arrumar e assim sucessivamente.E lembro-me que brincava no vosso meio e do que eu me diverti. E diverto. E continuo a rir. Sempre.
Bjs da "Tia"
Ah, e também adoro os teus risos e gargalhadas, ao telefone, vindos de Lisboa. Continua a rir. Sempre. É uma excelente terapia.
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