quarta-feira, 7 de julho de 2010
Exaustão - Braseiro
Auto-Retrato - Manif dos 300 Mil - Avenida 5 de Outubro - Lisboa
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Exaustão - Braseiro
Saí da escolinha agorinha mesmo, acabadas que estão as segundas rodadas das reuniões que afinal até podiam ser para professores que não atribuíram níveis negativos - veja-se o meu caso com níveis três atribuídos do primeiro ao terceiro período a um aluno a quem foi feito um Plano de Acompanhamento no ano lectivo anterior.
Atravessei o pátio, feito de cimento e alcatrão, agora transformado num deserto escaldante e árido sem o atractivo dos desertos verdadeiros e, com dificuldade, subi as escadas até à rua. Felizmente o meu carro estava por perto, não completamente ao sol, no lusco fusco por debaixo das árvores frondosas da entrada da escola. Entrei no carro, liguei-o e zarpei a toda a pressa para fora dali, para o recato do meu lar.
46º marcava o meu carro... e tem sido sempre assim, durante esta semana inesquecível, com temperaturas que me estão a deixar os miolos completamente fundidos.
Amarante, situada aqui no buraco do vale escaldante, está transformada num braseiro.
Quanto a mim, ando exausta. Sentindo-me a "trabalhar" de forma improdutiva num país traçado à imagem de Sócrates e que não é o meu. Papéis, papéis, papéis, relatórios disto e mais daquilo e daqueloutro também, num trabalho que se quer controlado nem que seja fazendo de conta.
O meu, o do trabalho sério e do trabalho que importa, e que é capaz de fazer a diferença junto dos meus alunos, vê-se aqui, aqui e aqui. Não tenho medo dele. Tenho medo é que a minha exaustão me consuma de tal forma as já quase inexistentes energias para prosseguir um trabalho que já teve dias bem mais felizes e que se iniciou no longínquo e saudoso Verão de 2005.
Bolas! Cada ano é pior que o anterior!
O país de Sócrates está irrespirável!
A todos os níveis.
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8 comentários:
O que nos estava aguardado minha querida.
irrespirável ,dizes bem.
Inabitável , acrescentarei eu e nos a consumirmo-nos nisto!
...
adorei esta fotografia.
É mesmo a minha cara porque eu sou a "menina de rabo de zebra". :D
...
Vai lá ver se já vês o estudo.mas por favor, não o procures pelo painel porque eu tinha-o mudado de lugar quando fiz o post da saudosa Tila.
será por isso?
é que eu vejo-o bem.
beijo
Irrespirável e inabitável! Tens toda a razão Em@!
Desconhecia essa da "menina de rabo se zebra"... kakakakaka... apropriada, por certo...
E lá vou...
Beijocas
Ah! O Antero disse-me que te enviou um cd... vá lá, agora toca a trabalhar...
Beijocas
Entonces, é assim.
como sabes vivi no deserto até aos 7a nos. e amei sempre de paixão as zebras, embora estivesse familiarizada com cavalos, até porque o meu pai fazia trabalho de campo muitas vezes a cavalo.
eu tinha uns cabelos loiros muito bonitos e compridos e a minha mãe penteava-me muitas vezes com um "rabo-de-cavalo". Era habitual elogiare-me e eua partir dos 3 anos. sempre que alguém dizia "que menina tão bonita com um rabo-de-cavalo" ou "quem é aquela menina com..." eu corrigia logo " não é rabo-de-cavalo" é rabo-de-zebra". Ainda hoje na minha família se fala nisso. ehehe. Sou a menina de rabo-de-zebra".
...
mas não me disseste se já vês o poema do estudo ou não.vá, não te faças esquisita!:P
beijo
...
não te disse que o Antero de Alda tinha sido uma jóia e que me tinha enviado o cd com um doc,em word com instruções?. Pessoas como ele é para trazer no <3, pois não se importa de ensinar...Ainda bem que mo deste a conhecer ( e à sua dama também :)))
...
sufoco, Anabela1
beijo
Bonita essa tua história! Imaginei qualquer coisa de parecido e só te faço uma correcção - Não tinhas uns cabelos loiros lindos porque tens uns cabelos loiros lindo, Em@, que eu já me aconcheguei neles e sei do que estou a falar. Olha que de cabelos entendo eu, milhé! Kakakakaka
O Antero é 5 estrelas. :) A sua Margarida também! :)
E já lá vou...
Beijocas
Oh como eu te compreendo, amiga!
Partilho cada uma das tuas palavras!
Beijo grande.
Entretanto só a temperatura atmosférica desceu... o resto continua irrespirável!
beijocas, Lelé!
Aqui o braseiro é o mesmo. e o resto também!
Até aguentávamos melhor as temperaturas obscenas se a política se alterasse...
Mas qual quê?!
beijinhos
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