PAF
Eu e a Osório, um anjo moura de trabalho que comigo veio da ESA, andamos rotas de exaustas. A Osório ainda mais rota do que eu porque os seus alunos do Curso de Educação e Formação de Padaria/Pastelaria estiveram em exames desde a passada segunda-feira. Passo a explicar.
Na segunda-feira, pelas dez da manhã, os Padeiros/Pasteleiros e os meus Jardineiros fizeram exame teórico. Os alunos da Osório, com tempos para amassar, levedar e cozer pão e pastelaria diversa, iniciaram da parte da tarde as suas provas práticas que se prolongaram até hoje ao final da tarde, com diferentes grupos a serem examinados à vez. A Osório fazia parte do júri e vai daí não tem feito quase outra coisa que não seja estar na escola. Chegada a esta parte convém abrir um parêntesis para referir que a Osório tem filhos. Filhos pequenos. Que têm uma mãe que enraizou, por estes dias, na Escola, na Escola que nos devora até ao tutano.
Quanto aos meus jardineiros iniciaram ontem a preparação e o arranjo do jardim que lhes foi atribuído. Objectivo - recriar um ambiente de serra, com xisto e plantas "silvestres" como as giestas, as urzes, o alecrim aos molhos... por causa de ti choram os meus olhos!... e ainda uns pinheiros anões, lindos como o raio que os parta.
A PAF decorreu hoje, das 9:30 às 12:00 e todos terminaram a "provação" dentro do tempo regulamentar, com tempos para a limpeza e a rega final.
Todos estão de parabéns! Ao que sei todos os padeiros/pasteleiros e todos os jardineiros.
O caminho faz-se caminhando. Não há volta a dar. O caminho desta gente que hoje terminou, começou lá atrás no tempo. Muito trabalho foi feito. Pela equipa do ano passado, pela equipa deste ano.
Nem todos chegaram aqui,a este ponto onde agora nos encontramos e gente houve que ficou pelo caminho. Lamento. Lamento as perdas, algumas absolutamente necessárias para que o trabalho dos outros pudesse prosseguir.
Muito trabalho foi feito. Falo do que sei e conheço bem. Falo deste ano. Trabalhámos muito bem juntos -alunos/professores e professores/professores - e foi como se descêssemos o Paiva, fazendo rafting, todos a remar com vigor, na mesma direcção, nas zonas de rápidos e abrandando um pouco mais nas zonas de piscinas.
Tenho muitas fotografias que, infelizmente, só postarei amanhã devido a um problema técnico que agora não consigo resolver, dos resultados práticos dos exames destes moços e moças que foram avaliados também por membros exteriores à Escola que integraram o júri. Os processos querem-se sérios e há que preparar esta gente para aguentar situações de stresse.
Se lhes dificultamos a vida? Dificultamos. Agora, sim. Mas mais tarde eles vão agradecer e talvez fazer até marcha atrás em plena rua para nos cumprimentarem, com fez o Filipe, ou até mudarem de passeio e de sorriso aberto chaparem-nos dois beijinhos saborosos nas faces e dizerem-nos "Professora, só agora que já trabalho é que dou o devido valor à Escola".
Já me tem acontecido. E a eles também.
E mais vale tarde do que nunca.
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4 comentários:
Subscrevo a tua descrição do término de um CEF. É uma sensação de dever cumprido quando os vemos crescer assim e então todas as horas intermináveis que passámos a tirar-lhes as pedras(às vezes os pedregulhos!) do caminho valeram a pena :) É isto que me faz continuar a adorar ser professora.
Beijocas grandes
Olá Maria!
Sabes que ao escrever este post pensei por diversas vezes em ti?
os teus jardineiros, acabaram? Correu tudo bem por aí?
E sabes que me lembrei também do Ramiro e daquele post infeliz em que chamou a estes alunos tumores...
Que infelicidade!
E que felicidade, hoje, por contraste...
De resto ando esgotada... Quero FÉRIAS, carago!
Beijocas, Linda! E obrigada por passares por aqui e por também lhes afastares pedras dos caminhos...
Ola companheira, já foste relaxar para Carvalho de Rei... fizeste bem, pois só temos visto papeis, dossiers e mais papeis e papeis... e amanhã continuamos com a nossa maratona de CEFs.
De manhã disse-te obrigada sem ler o teu comentário, mas agora que li estou deveras comovida e de facto trabalhamos muito nesta nossa escolinha.
No entanto quando provamos os bolos e o pão que os meus pasteleiros/padeiros fizeram e olhamos para o belo jardim feito pelos teus jardineiros esquecemos este árduo trabalho e as preocupações que nos deram ao longo do ano e sentimos um grande orgulho destes meninos.
Acho que devemos premiar os nossos colegas de todas as áreas, mas em especial os da formação tecnológica, a Joana (pastelaria), o Armando (padaria) e a Rosário (jardinagem) pelo belíssimo trabalho que fizeram com estes miúdos.
E para o ano que a maratona seja mais calma...
Companheira, sê bem aparecida por aqui!
Vês que já fui a Carvalho de Rei sem mesmo sair do lugar?!
Eu a falar-te, hoje de tarde, de Carvalho de Rei e da minha necessidade em lá ir e eis que chego a casa, faço uma ronda rápida pelos blogues e vejo a "minha" escolinha plantada no umbigo do Guinote! Carago! Que pontaria!
Quanto ao nosso orgulho, por termos contribuído para que eles chegassem aqui, é deveras enorme.
Muito trabalho, é certo, mas ainda conseguimos sair da escola a sorrir.
E isso vale ouro, nos dias que passam!
Quanto a esses agradecimentos de que falas, aos professores das práticas, darão um outro post com umas fotografias aqui já seleccionadas bem catitas.
Agora tenho de fazer parte duma acta para a nossa amada coordenadora de DTs e amanhã lá estaremos, pelas 8:30 da matina, para arrumar tudo de vez.
Espero!
Beijinhos, Linda!
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