"Trogloditas Civilizados"
"Um caso de violência doméstica terminou com dois mortos e dois polícias feridos. O crime aconteceu esta madrugada em Alaparia, Cascais."
Daqui.
E hoje recupero um post antigo, escrito quase há dois anos sobre esta temática da violência doméstica.
Reza assim:
"Trogloditas Civilizados"
Em Espanha instalou-se uma campanha sem tréguas contra o problema gravíssimo que é o da violência doméstica e que se exerce, geralmente, no sentido homem - mulher.
O problema é muito grave no país vizinho e é igualmente muito grave um pouco por todo o mundo dito civilizado ou dito incivilizado, muito embora eu não goste desta terminologia, desta dicotomia. Porque "trogloditas" somos todos nós que permitimos que dentro da nossa casa se continuem a matar as nossas mulheres. E às mãos de quem?
Não, não é preciso ir longe à procura dos assassinos "trogloditas". Não é preciso ir aos árabes, aos negros, aos ciganos, aos mouros, aos pobres e alienados. Muito embora os "trogloditas" também se escondam por aí pois os trogloditas não conhecem cores, etnias, religiões, partidos políticos, classes sociais.
As mulheres morrem dentro de portas assassinadas por quem devia caminhar com elas, assassinadas por quem as devia afagar, assassinadas por quem as devia proteger. As mulheres morrem assassinadas pelos seus maridos. Um nojo. Um asco. Um horror de violência. Mortas à pancada, ao murro, ao pontapé, à facada, violadas e violentadas uma e outra vez. Um horror de violência. Aqui e ali. Ontem. Hoje. Sempre.
A Espanha resolveu enfrentar o touro de pé, e de frente, que é como ele tem de ser enfrentado. E ao olhar para estas fitas e estas flores presas nas varandas das câmaras municipais lá dos sítios, expostas, obscenas, não posso deixar de pensar e de exclamar "Tantas! São tantas!" Sendo que uma seria sempre demais.
E sinto vergonha. Vergonha pelo meu mundo dito de civilizado.
De facto não é preciso ir lá fora buscar exemplos deste "trogloditismo" masculino. Deste primarismo violento que nada respeita. A barbarie está entre nós. Em Portugal também. Basta olhar para o nosso umbigo com olhos de ver.
Daqui.
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