sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Casa Pia

Casa Pia

Independentemente de todas as considerações que se possam tecer sobre este julgamento quero fazer, hoje, apenas uma constatação - o julgamento mais mediático português terminou com a condenação de quase todos os arguidos, havendo apenas uma excepção a este facto.
De resto quero apenas sublinhar a minha percepção de que este julgamento ajudou a sensibilizar a esmagadora maioria da população portuguesa que está, agora, muito mais alerta para os sinais dados pelos menores - e eles dão sinais, mais ou menos explícitos, dos abusos a que são sujeitos.
Considero a pedofilia um crime hediondo. Mas nem sempre as nossas sociedades tiveram esta leitura sobre a pedofilia e há ainda sociedades onde estas práticas são bem toleradas e subsistem. Mas eu sou um produto do "meu" tempo e não admito, sejam quais forem as circunstâncias, este abuso forçado de gente predadora com ascendente sobre as vítimas, que frequentemente acontece dentro da família próxima, ou mesmo muito próxima, e que, por vezes, extravasa para redes criminosas organizadas e que deixa marcas para todo o sempre em todos os abusados. Sou professora. Infelizmente sei do que falo.

Se estou convencida de que muitos "importantes" ficaram de fora deste processo? Estou. Mas isso não passa, por agora, de um convencimento pessoal.
Por último termino com um apelo a todas as vítimas, destes predadores imorais e animalescos, e a quem os rodeia e se apercebe que algo vai mal por ali - denunciem, não se calem, não permitam. Vamos parar este flagelo.
E o meu pensamento fica com as vítimas... a minha solidariedade também.

8 comentários:

José Pires disse...

Bom, o balanço de certa forma é positivo nunca esquecendo que foram 6 anos de arrasto e que, na minha perspectiva as penas foram demasiado leves.

Anabela Magalhães disse...

É francamente positivo apesar da obscenidade do tempo que demorou até ser lida a sentença.
Mas, atendendo a um processo que enviei para o tribunal administrativo, sobre uma falta injustificada que eu justifiquei antes de faltar... até chega a ser confuso... e que demorou quase, quase 6 anos e era uma coisa simplissíssima, até que este processo, de tamanho monstruoso, foi bem rápido, não te parece?
Beijinhos, aluno meu! :)

Boas idéias disse...

Olá boa noite Anabela tudo bem, deixe eu me apresentar, meu nome é Alexandre, estou passando poraqui p/ conhecer o seu blog, alias parabéns muito legal e de bom gosto, aproveito e estou convidando vc para conhecer e vizitar o meu blog, se quiser seguir também será bem vinda por lá, o endereço é: friendnovo.blogspot.com, novamente parabéns pelo blog muito legal gostei, um ótimo final de semana tá, aguardo sua vizitinha no meu blog, beiju.

Ricardo Pinto disse...

Público: «Recursos vão manter arguidos da Casa Pia em liberdade»
JN: «Condenados mas ninguém vai preso»
CARLOS CRUZ: «Esta sentença não passou de pura fantasia».
Vê-se, são condenados mas ninguém vai preso, pior têm a lata de vir dar conferências de imprensa em directo, como se ele...s fossem as principais vítimas de tudo o que aconteceu. Olham fixamente nas câmaras da TV a pedir a solidariedade dos portugueses. É evidente que ao fim de tantos anos o caso acabará por prescrever e ninguém é preso. AFINAL ONDE FICOU A JUSTIÇA...

Em@ disse...

Anabela:
concordo , plenamente contigo.
e a experiência mais marcante que tive na minha carreira, foi precisamente a do abuso de uma menina pelo seu progenitor.e deu-me tanto que fazer!um dia falaremos disso!
beijo

Anabela Magalhães disse...

Olá Alexandre! Seja bem vindo ao meu blogue!
Obrigada pelas suas palavras encorajadores e não deixarei de espreitar o seu espaço.
Quanto a si, volte sempre!
Cumprimentos

Anabela Magalhães disse...

Pois, Ricardo.
De facto muito mais haveria a dizer...
A ver vamos.
Para já temos o que temos e, atendendo ao país em que nos transformamos, até não foi mau de todo.
Beijocas

Anabela Magalhães disse...

Infelizmente já contactei mais do que uma vez, ao longo da minha carreira, com casos desses, e em que os abusadores eram os progenitores.
Porca miséria... nem gosto de falar disto...
Beijinhos

 
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