domingo, 3 de outubro de 2010

A Palavra a Vasco Pulido Valente


Recorte retirado daqui. Thanks, Clapinho, pela dica!

A Palavra a Vasco Pulido Valente

Sem mais comentários.

12 comentários:

Elenáro disse...

Vasco Pulido Valente, para não variar (e aqui desculpa-me Anabela) fala do acessório e esquece o essencial.

Então o país detesta o homem? Peço desculpa mas, despersonalizando agora a pessoa que se fala, isso faz de alguém incompetente ou incapaz de ser um bom profissional? Não me parece.

Depois parte para os diplomas de José Sócrates. Bem se nós fossemos a julgar com tanta severidade os diplomas de todos os licenciados e por aí fora em Portugal, poucos seriam os que se aproveitam. Já agora, quais são as habilitações de Pulido Valente para ser comentador de tudo e de nada?

Sem me alongar mais, Vasco Pulido Valente, faz um excelente comentário sobre o irrelevante. Ataca uma pessoa por coisas que nada têm a haver com a sua acção política, o que seria o mais importante e relevante a criticar.

Isto é típico da hoste de comentadores que temos. Desculpa estar tão abertamente contra este género de coisas Anabela mas, todos nós, devíamos estar mais preocupados com o que os políticos fazem enquanto políticos que com aquilo que eles dizem ou do quanto sorriem na televisão ou não. Eleger ou não as pessoas por simpatia ou antipatia parece-me ser a razão pela qual o país está como está.

(cont.)

Elenáro disse...

(cont.)

Estes comentadores que ousam falar das habilitações dos outros e da simpatia dos outros deviam olhar mais para o seu rabo. Do género, um comentador em Portugal para o ser basta dizer muito mal das pessoas e ter opinião sobre tudo mesmo que não perceba nada do assunto.

É uma pena dar-se tempo de antena a estas coisas. Perde-se o essencial e o essencial é a política de José Sócrates e não a personalidade ou currículo dele.

E se o CV é tão importante, então porque não se fala(ou) de Mário Soares que nunca fez nada no curso que tem? E Cavaco Silva que se limitou a dar aulas? E Manuela Ferreira Leite que a única experiência que tem fora da política é em organismos públicos?

Enfim...

Mais uma vez desculpa, Anabela, mas penso que o debate deveria ser mais elevado do que este género de comentaristas nos querem fazer crer.

Elenáro disse...

Penso que como professores, nós, deveríamos dar o exemplo e elevar o debate além destas trivialidades.

Abraço!

Anabela Magalhães disse...

Aqui desculpa-me tu porque não posso concordar contigo. Até poderia ser acessório e noutros casos poderia de facto sê-lo, só que, neste caso de Sócrates, nada do que Pulido Valente aponta é acessório e tudo é determinante para a situação a que chegamos. Ao personalizar o poder como Sócrates o continua a personalizar, ele é o poder, ele continua a ser o poder, colocou-se a jeito. Ele é o troca tintas que hoje diz uma coisa para amanhã dizer o seu contrário e isso é muito importante porque ele é o chefe do governo e tem uma nação inteira de olhos postos nele não se devendo comportar como o homem da burra, aquele que das responsabilidades lava as mãos. E as troca-tintas começaram mesmo com a falta de carácter revelada na Assembleia quando falsifica as suas habilitações e escreve engenheiro afirmando depois ter-se enganado... mas é lá possível uma pessoa enganar-se em tal coisa?!
Tu atreveste-te, antes de tirares a tua licenciatura, se a tens, a assumi-la antes de a teres? credo! Que sem vergonhice... e aquela das casas feitas a amigos, conspurcando a paisagem portuguesa que historieta tão mal contada e de rolo em rolo vês que o personagem não é mesmo flor que se cheire e isso reflecte-se na governação porque nele é estrutural.
Digo-te que acho mesmo que o homem sofre duma qualquer doença do fora da psiquiatria...
Sócrates representa tudo ao contrário dos valores que eu me esforcei por passar à minha filha. Sócrates é o pior exemplo de governante que eu já conheci até hoje e o seu efeito perverso revelar-se-á por muito tempo por este Portugal sem rei nem roque, que nos envergonha a todos.
Gostaria muito, nem sabes quanto, de poder subscrever a tua opinião, sobre o facto de tudo isto ser irrelevante para a nação. Infelizmente não partilho da tua opinião. Não são o comentaristas que baixam o nível do debate. os seus protagonistas é que fazem dele qualquer coisa abaixo de cão.
Como comentar as palavras daquele Ricardo Gonçalves? Achas mesmo que deveremos perder o nosso tempo a levá-lo a sério? Sorry, eu já não tenho pachorra para estes simulacros de políticos, para estes simulacros de políticas.
Enchi.

Elenáro disse...

Essa do "se a tens" foi bonita Anabela. Muito bonita de facto. Ficou-te bem. Mas adiante.

Tudo o que tu disseste, Anabela, prende-se com o que não é acessório. Isso é a acção politica de José Sócrates e todos sabemos de que tipo é.

Agora, repara que o que tu falas e o que o Vasco Pulido Valente fala não é a mesma coisa. Metade do texto de Vasco Pulido Valente poderia ter ficado por escrever. A outra metade, se bem que mostra o percurso político (refiro-me a parte que começa em "E, no entanto, subiu."). Até aí nada contra. Agora se vamos crucificar Sócrates por ter subido, não por competência mas por uma mão amiga, então que dizer do resto do país?

Quantos são aqueles que "subiram" por mérito? Quantos são aqueles que subiram por alguém se virou para eles disse "meu amigo, você provou ser um funcionário excelente e, como tal, vou promovê-lo"?

É que em Portugal as promoções, diria, assim tipo tiro no escuro, que entre promoções automáticas e mãos amigas 60 a 70% das subidas foram a assim.

Eu não estou aqui para defender Sócrates mas enquanto se perde metade de um texto a discutir se os portugueses gostam ou não do sorriso e personalidade de Sócrates e outra metade a discutir como chegou ele a PM perde-se a oportunidade para criticar e debater as politicas do cavalheiro.

O resto é conversa fiada.

Anabela Magalhães disse...

Elenáro, eu não sei quais as tuas habilitações, é só isso e não mais do que isso. O "se a tens" é só porque te sei professor, sem saber sequer qual a área que leccionas, que fará mais algum pormenor. Não penses que há aqui qualquer coisa escondida porque eu jogo sempre claro e transparente como toda a água deveria ser.
De resto eu sei que o país se movimenta assim, eu conheço muito bem esse jogo que eu jamais joguei e presumo, não jogarei no futuro. Eu sei que o jeito aqui e ali, o pedido assim e assado, a cunha na hora certa... eu sei tudo isso, sei que a maioria joga assim, mas eu não jogo. A desgraça porque praticada por muitos não faz dela menos desgraçada, a mentira mil vezes replicada não faz dela verdade.
Nunca subi para lado nenhum, aliás continuo na sala de aula, o único sítio onde quero estar, jamais ocupei cargos na escola a não ser o de DT que é uma valente carga de trabalhos! Aliás, se todos actuassem como eu, com a noção do local que ocupam, ocupando-o o melhor possível, esforçando-se por superarem dificuldades, o país eliminaria num ápice a esmagadora maioria das chefias disto e daquilo que por vezes só atrapalham e só são demonstrativas de um terceiro mundismo que me enoja, associado aos galões dos poleiros, quantas vezes medíocres, que faz com que Ricardos Gonçalves possam medrar entre nós.
Não foi por acaso que o meu ex-director me marcou uma falta injustificada, que eu me recusei a pedir-lhe para me tirar porque sem pés nem cabeça marcada, e que continuei a concorrer na 1ª prioridade para aquela escola, recorrendo para a DREN, para o ministro, todos ps que mantiveram a situação, e que o director acabou com o meu horário, expulsando-me à força. E lá fui eu 3 anos para a escola onde hoje me encontro continuando a concorrer na 1ª prioridade para lá, entretanto já com o caso no Tribunal Administrativo, conseguindo voltar para lá. E passados quase seis anos da marcação da falta injustificada, subi as escadas, aqui sim, orgulhosa de mim, asseguro-te, sentei-me à frente dele e informei-o que ganhara a acção, que o acordão tinha saído e que ele me ia tirar a falta por ordem do tribunal.
Eu sei, a maioria teria subido a escadas pedindo-lhe para retirar a falta, logo no dia seguinte quando um funcionário me ligou para casa e me informou da falta injustificada e me disse que se eu quisesse resolver a questão deveria ir à escola, falar com urgência com o senhor director. E eu sei porque não faltou quem me aconselhasse a não fazer ondas, que ele tinha a faca e o queijo na mão. Só que eu tinha a razão do meu lado e não desisti dela.
É certo, teria evitado 6 anos penosos, principalmente os que trabalhei na ESA sempre com um cutelo pendendo sobre a minha cabeça. Só que eu não me coloco voluntariamente nas mãos de ninguém, só se me apanharem muiiiito distraída. Por isso não jogo este jogo do agora peço-te a ti para depois pagar mais à frente. Sou sincera - Não gosto nada dele. Que um primeiro-ministro tenha chegado a este posto de comando como este chegou incomoda-me de cargo porque não só acumula este percurso feito de ses e de mas, mas, mais grave ainda, é de uma incompetência que já está à vista da maioria. E aqui concordo contigo, aqui está a chatice da questão que se repercutirá nas nossas vidas por muitos e longos anos e que é a sua monumental incompetência governativa. Hoje sim, amanhã não, depois talvez... mas o que é isto? nem uma casa assim se governa que fará um país!
Diz-me que não estás chateado e desculpa se te magoei, ainda que sem o querer...

Elenáro disse...

Não, Anabela, não estou chateado. Mas sou frontal nas coisas e o que tenho para dizer, geralmente digo.

Aliás, se as coisas fossem ditas com clareza, penso que andaríamos todos melhor. Certamente concordarás comigo.

Mas tudo numa boa! Ficou esclarecido.

Em todo o caso, a questão da licenciatura do Sócrates ou não... Honestamente já ouvi piores. Gente que nem a 4ª classe tem e é "doutor/engenheiro".

Essa tua história, Anabela, levava-nos para outro tema até. O tema das más chefias. É outro, mas também servia para este.

Unknown disse...

É pena que as pessoas não interiorizem o que VPV diz e que todos vemos .... Fui contemporâneo do VPV na universidade, tivémos lutas onde participámos ombro a ombro apesar de sermos de áreas científicas diferentes.
Mas para além das ideias dele, que são legítimas, lembro-me do seu comportamento social que é coerente com o que apregoa ... isto é democracia.
Naturalmente que as ideias dele, certas ou erradas, não têm a mesma responsabilidade de um governante, que toca nas nossas vidas e expectativas.

Anabela Magalhães disse...

Nutro um profundo desprezo por quem sobe nas carreiras à custa do pálio dos partidos políticos, escudado na força das hostes, encostado ao poder sem o qual é zero. Estou nos antípodas desta gente e assim quero permanecer. Sempre concorri e sempre fui colocada por concurso e ponto final. A minha carreira foi feita à minha imagem e semelhança e digo-te isto apenas para sublinhar o exemplo que cada um de nós dá aos outros e que é mais ou menos importante, segundo os papéis que desempenha. No meu caso, o exemplo foi preponderante para o crescimento da minha filha, o meu e o do pai, que é igual ao meu. Precisamos de consistência, precisamos que a bota diga com a perdigota.
Dou-te um exemplo - sempre defendi o ensino público e a minha filha frequentou-o. Olha o exemplo de Sócrates - diz palavras de plástico e nada daquilo é rigoroso, consistente, porque o que ele diz não é o que ele faz, vê que osseus filhos estudam em colégios privados. Tu sacodes o homem e o homem não corresponde a nada do que afirma. Essa falta de carácter considero-a gravíssima num primeiro ministro, que se tornou tudo menos confiável. Sabemos que existe uma palavra de Sócrates e que ela vale zero. E que ele é o produto final de um percurso pessoal feito à imagem de tantos outros que tu conheces, tal como eu. Mas o caso dele é o mais grave de todos devido à posição que ocupa. Por isso está tudo ligado, Elenáro, infelizmente para todos nós.
E continuo a insistir na ideia já expressa ao longo deste e de outro comentário - não é porque a maioria actua assim ou assado que faz dessa actuação uma coisa boa, legítima, certa. Devemos permanecer fiéis ao nosso conceito de certo e errado, de bem e de mal. Digo-te que isto tem-me dado uma trabalheira do catano ao longo da vida mas continuo a actuar assim. procurando ser coerente entre o que afirmo e o que pratico.
Bj

Anabela Magalhães disse...

Estimo essa coerência de que fala, Black, mesmo que contrária às minhas ideias. Essa coerência é o que nos dá consistência, sem ela somos uns demagogos e os demagogos não são para levar a sério, não é assim?
Abraço

maria almeida disse...

Brilhante argumentação, Anabela! Subscrevo-a na íntegra, tu sabes.
Beijocas

Anabela Magalhães disse...

Thanks, Maria, e sei que sim... mesmo que não tivesses deixado rasto por aqui eu saberia...
Beijocas, Linda!

 
Creative Commons License This Creative Commons Works 2.5 Portugal License.