Rio Douro - Porto - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Pois move. E ontem comprovei-o em incursão à Invicta.
Já tinha ouvido falar do fenómeno, já tinha lido sobre o fenómeno, mas ainda não me tinha sido dada a oportunidade necessária para observar a coisa ao vivo, forma sempre melhor de observar seja o que for.
A Baixa do Porto, ali pelas Galerias de Paris, rua muito frequentada por mim em tempos que já lá vão, de faculdade, tempos de costureiras habilidosas que nos vestiam depois de costurar tecidos antigos comprados nos vários armazéns aí existentes, está radicalmente diferente. Depois de décadas a definhar, anunciando uma morte atroz, eis que a moribunda Baixa se levanta com um vigor que nos remete de imediato para as noites de Madrid, ou de quase todas as cidades espanholas, ou não tivesse nascido por lá o fenómeno do botellón. Mas atenção, o que se passa na belíssima Baixa do Porto é bem mais do que o simples botellón, em que jovens se embebedam até cair para o lado depois de consumirem litradas e mais litradas de álcool.
A Baixa do Porto, ali pelas Galerias, está já rejuvenescida com bares e restaurantes lindos de morrer, cada um mais bonito que o anterior, raios me partam e eu que não levei a porra da máquina fotográfica!, e o processo de regeneração continua num movimento imparável e contagiante, todos os dias, todas as noites, abrindo mais novidades que atraem cada vez mais gente entre nacionais e internacionais, de todas as idades, de todas as cores, de todos os feitios, dando à zona um ar cosmopolita que eu ainda só tinha visto no Porto em dias de inaugurações simultâneas na Miguel Bombarda, a rua da Arte por excelência.
Devemos agradecer este fenómeno a quem? À dinâmica criada pela Porto 2001, Capital Europeia da Cultura? Ao poder autárquico? Aos particulares que arriscaram iniciar o processo que se espalhou como uma virose boa? À Ryanair que despeja no Porto cada dia mais turistas estrangeiros animando a cidade? A tudo isto no seu conjunto?
O ambiente das ruas e praças à volta das Galerias de Paris é deveras extraordinário e foi com um sentimento de grande conforto e satisfação e com a mente impregnada de beleza que hoje regressei a casa de madrugada depois de uma incursão pela movida portuense, realizada entre amigos.
Ah! Noite boa!
Nota final - Madrugada dentro a noite descambará?
4 comentários:
Já é assim há uns bons anos, Anabela. Sendo do Porto eu assisti a essa gradual e fantástica transformação. :)
Olá!!! Que bom saber-te por aqui! É verdade! A Cidade está cada vez mais convidativa e generosa nas ofertas! Haja algo de BELO a registar!
Beijo! Lai
Sorte a tua, Elenáro! Mas eu não sou daí e confesso-te que já aí não fazia uma incursão nocturna há uns anos. Aliás, da última vez, acho que em 2007, fui ao Piolho e o piolho já estava assim deveras animado, mas era só o Piolho. De resto a Baixa estava entregue a marginais e eu lembro-me que saí daí deveras entristecida e impressionada pela negativa.
Ontem/hoje fiquei feliz ao misturar-me num ambiente criativo e animado, esquecendo por largas horas os problemas que nos apoquentam. Estes momentos são preciosos para retemperar forças... :)
Beijocas!
Só tenho pena de não te ter encontrado, Lai do Meu Coração!
Beijinhos!
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