sábado, 10 de fevereiro de 2018

Novas do Casario da Rua da Cadeia

Cadeia - Rua da Cadeia - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Novas do Casario da Rua da Cadeia

Fui eu mesma que dei o nome a esta minha rua e devo assumir, sem falsas modéstias, que a marquei de forma indelével para sempre. E não adianta darem à rua nomes pomposos, que nem todos reconhecem... tinham mesmo de lhe dar três nomes tendo ela tão curta perna?
Bom, mas isto não interessa para o caso porque o que interessa é que eu entrei em obras. E sendo que sou parte de um casario belo, marcante, importante, carregadinho de História, eu, que já sou velhinha, na verdade dato do século XVI, e já vi passar aos meus pés os danados dos franceses aquando da segunda invasão das tropas napoleónicas e já fui câmara e até já fui cadeia, estava mesmo a precisar de um tratamento completo que me rejuvenescesse as entranhas e não descurasse a minha pele.
Pois é, os meus donos acharam finalmente por bem dar um bom exemplo aos munícipes... sim temos património degradado e mesmo em ruínas aqui na rua e nos seus arrabaldes, que é urgente recuperar, para que a beleza herdada dos nossos egrégios avós seja "apenas" potenciada, realçada... e nem precisamos mais do que isso.
Pois é! Entrei em obras! Com estardalhaço, diga-se de passagem, porque pelo caminho já escafedi uma cruz que, do alto da mitra de S. Pedro, olhava para os transeuntes altaneira e nada discreta.
É a vida! A cruz de S. Pedro será reposta... um dia destes... não?

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