quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Sabonetes


Sabonete de Tomate Digitalizado

Sabonetes

Já não é a primeira vez que me ocorre postar sobre sabonetes mas só hoje me decidi, impelida por este belíssimo sabonete de cozinha que cheira a tomates deliciosa e delicadamente perfumados.
Hoje em dia o sabonete acompanha a nossa existência praticamente, ou mesmo literalmente, desde o nosso nascimento.
Relembro o nascimento da Joana, quase imediatamente enfiada numa banheira cheia de água tépida e lavada dos pés à cabeça, como era usual e moda á época, e relembro que, quando me foi dado revê-la, já ela vinha toda vestidinha com finos trajares que um dia foram vestidos pelo meu pai aquando do seu nascimento e cheirosa que nem sei fruto destes odores de maravilhosos sabonetes.
O sabonete, líquido ou sólido, acompanha pois a nossa existência, dia após dia, e nem sei o que seria de nós sem ele, agora que ele faz parte integrante dos nossos hábitos de higiene e está à distância de um braço, nas prateleiras das lojas da especialidade e a preços mais ou menos convidativos, dependendo da marca, do design. Mas nem sempre foi assim e a minha mãe contava-me da trabalheira que era fazer sabões e sabonetes em casa, no tempo da guerra, seguindo receitas caseiras que eram passadas de geração em geração. Em casa da minha avó materna assim se fazia. O sabonete era, à época, um luxo a que nem todos acediam. E convém não esquecer que o sabonete continua a ser um luxo para largas franjas da população mundial.
Os sabonetes fazem parte das minhas memórias mais antigas e os sabonetes da minha infância estarão sempre associados às farmácias aqui do burgo, e mais concretamente à Farmácia Central, onde a Dona Albana reinava e a cada passo oferecia-me miniaturas de sabonetes que me fascinavam e embriagavam com o seu cheiro cheiroso.
O sabonete faz pois parte integrante da minha vida e as minhas memórias de infância passam por aqui, incluem cheiros e odores a sabonetes deslizando sobre a pele molhada.
E no Verão era ver os amarantinos nos Poços, homens e crianças, quase exclusivamente, que as senhoras não iam para lá fazer essas figuretas, de sabonete em punho, ensaboando-se energicamente, a água pelos joelhos, num banho quase completamente público!
Quanto aos meus banhos, guardo na memória os banhos mais extraordinários que já tomei em toda a minha vida, no meio das dunas, com água mais do que racionada e o sabonete deslizando sobre a minha pele, lavando-me mais do que a pele morena, lavando-me a alma, morena, em pleno deserto do Sahara, em plena comunhão com a Natureza.
Inesquecível.

2 comentários:

Dianinha disse...

Sabonetes adoro...
Até faço colecção...
Mete-los entre a roupa, depois sai aquele aroma...
hummm...
uma maravilha

Anabela Magalhães disse...

Lembras-me a minha mãe...

 
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