Antero de Alda

Antero de Alda

Hoje apresento um professor de excepção, de primeira água, que comigo trabalha na EB 2/3 de Amarante.
Conheço o Antero há muitos anos, mais concretamente desde a minha primeira passagem pela ESA, que terminou mal, como já tive oportunidade de relatar aqui no blogue, com o director a acabar com o meu horário para eu não ter a mínima hipótese de por lá permanecer, colocada como contratada. Não sei se o Antero saltou fora primeiro do que eu, ele voluntariamente, por certo, mais um que a ESA não soube ou não quis reter, lamentavelmente, eu forçada, e lá nos reencontrámos uns metros abaixo, na EB 2/3 de Amarante.
Esse era ainda o tempo do Magalhães na direcção, da aposta num site da Escola num tempo em que nem todas as escolas o tinham, e que se revelou difícil de implementar devido às resistências entre os pares. Cena velha de se ver... quem vai à frente leva porrada a torto e a direito!
Pois o Antero lá elaborou o dito e o dito obteve até vários prémios, porque o rapaz, quando faz, não faz que faz.
O Antero, sem o saber, foi a minha musa inspiradora no trabalho que viria a desenvolver anos mais tarde, em PowerPoint, quando me desafiava, assim como quem não quer a coisa "Mas está na hora de fazeres uma apresentação diferente dos materiais que usas." E eu a concordar com ele e sem saber por onde pegar o touro pelos cornos. Até que um dia peguei, e deu o que está à vista.
Pois o Antero, ia eu dizendo, este professor de Educação Visual que alguns dos meus alunos têm a sorte de ter, é um trabalhador incansável, perfeccionista que nem sei, criativo mais do que quanto baste e é um enooooorme prazer poder apresentar, hoje, um dos sítios onde o podemos encontrar, aqui pela Internet.
O Antero, a obra dele, está à distância de um clique rápido, mas a visita terá que ser demorada para escutar, olhar, ver, absorver, para se deixar inquietar, interpelar.
O mundo que o Antero partilha com cada um de nós, no seu sítio, é um mundo português em extinção, sofrido, enrugado, encarquilhado. Mas igualmente orgulhoso e digno, apesar de completamente abandonado à sua sorte, quantas vezes madrasta.
Observo os rostos, as poses, a envolvência e não deixo de pensar em esteios, esteios feitos de carne e osso, que teimam em resistir à passagem do vendaval e do temporal.
Agradeço-te Antero. Agradeço-te muito a partilha do teu talento.
E afirmo, aqui e agora, que honras qualquer escola que te tenha nos seus quadros.
Infelizes os cegos que não compreendem isto.
Clique aqui e aceda aos conteúdos do Antero de Alda.
E veja a beleza de filme que eu descobri no YouTube, feito a partir de 37 fotografias da sua autoria.
Pelo meio ainda descobri a beleza da Margarida... beijocas, Linda!
Saudades tuas... e de outras e outros que deixei para trás... na ESA...