Voo - Sahara Ocidental
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Amizade
O texto que transcrevo hoje tem a ver com a amizade e a ausência e como a primeira pode subsistir apesar da segunda.
É um facto que à medida que envelhecemos tendemos a viver a amizade de forma diferente. Depois da visão adolescente e obsessiva em que não somos nada sem os amigos, e em que as pequenas coisas ditas e os pequenos gestos tendem a ser amplificados e ampliados às vezes até ao absurdo, criando problemas, por vezes insanáveis, entre os amigos, à medida que a idade avança, a amizade toma outra valoração. Tornámo-nos muito mais tolerantes com os erros dos amigos, não sentimos uma falha como um caso de vida ou morte, e continuamos mesmo amigos de quem está muito longe de nós.
É o caso de muitos dos meus amigos. Já nem estão cá, já nem vivem cá, ou simplesmente nunca foram de cá. E mantemos a amizade através de um telefonema regular ou espaçado no tempo, através de um encontro semanal ou anual, através de conversinhas na net mais ou menos regulares, e principalmente através do pensamento, que é nosso, e que é livre, e que nos remete, quantas vezes, para os amigos, por mais distantes que estejam.
Ora o texto tem a ver com isto e reza assim:
"Poderão os quilómetros
separar-nos dos nossos amigos?
Se queres estar junto de Rae,
não estarás já lá?"
Richard Bach, Não há Longe Nem Distância
5 comentários:
Lindo!
Obrigada, Helena.
Bjs. Esqueci-me de te mandar beijos. Fica bem. :)
Muito bem.. Gostei mt de ler isto...
ta muito "fixe"
ADOREI MESMO
Eu adoro Richard Bach.
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