Outono

Outono - Barca - Carvalho de Rei - Amarante - Portugal

Fotografias de Artur Matias de Magalhães

Outono

Voltei ao silêncio da Barca. Ao silêncio ensolarado da Barca.

A manhã de hoje foi passada a limpar os caminhos anteriormente feitos e a cortar mato como quem corta a relva num jardim. Silêncio. Silêncio entrecortado aqui e ali pelo trinado dos pássaros, por um ou outro tiro dos caçadores que avisto lá longe empoleirados em enormescos penedos, pelo cântico religioso, cadenciado e triste, vindo da pequena capela de Carvalho de Rei onde todos os domingos se reza missa. Aproveitei também para refazer parte dos caminhos destruídos pelos javalis que, na sua labuta à procura de bolbos comestíveis, toca a destruíram-me o empedrado que tanto trabalho me deu a fazer. Terceira vez! É já a terceira vez que refaço a mesma zona. A ver vamos se fico por aqui.

Tempo magnífico de Outono.

Outono de Sol a rodos, em que apetece caminhar para o Verão sem pensar que estamos a mergulhar no Inverno.

E durante a tarde mais parece Verão. E aproveito o resto do dia para apanhar castanhas que já caem de maduras, os ouriços grávidos e abertos deixando à mostra frutos gordos e lustrosos. Aproveito para apanhar castanhas já que não me atrevo a apanhar os cogumelos que despontam aqui e ali pelos campos da Barca. Não os conheço. Não os distingo... os comestíveis dos venenosos. Pelo sim pelo não vou-os deixando a embelezar os campos da Barca.

Tempo magnífico de Outono.

Pena que a hora mude para a semana. Pena que a próxima semana me esteja a deixar stressada de tanto trabalho que vou ter pela frente. Testes para dar aos meus alunos, testes para corrigir, reuniões intercalares... ah trabalho bom que não acaba nunca!