Há novidades na página da ESA sobre a avaliação do desempenho docente. Assim, estive já a actualizar o meu portefólio digital e actualizei a tralha, e quando digo tralha quero mesmo dizer tralha, que por lá estava linkada na página Avaliação do Desempenho, substituindo-a pelas fichas, mais ajuizadas, do Ministério da Educação, que parece terem prevalecido, enfim, após tanto trabalho feito para ir directamente para o caixote do lixo. Já vi fichas elaboradas em algumas escolas, por professores, que me fizeram escrever indignada "Quem precisa de uma ministra Maria de Lurdes Rodrigues se a loucura está instalada entre nós?"
O meu desacordo advém do que passo a transcrever, retirado de um documento aí publicado, que contém alguns esclarecimentos, mais do que necessários, e que a dada altura diz assim:
"Que as exigências de avaliação em curso vêm sendo objecto de excessos interpretativos, levando alguns professores a darem mais atenção à sua avaliação que às funções que lhe competem"
E pergunto eu em jeito de crítica.
De quem partiram esses excessos interpretativos?
A minha Coordenadora de Departamento resolveu exigir planificações aula a aula e portefólio, sugerindo até um esqueleto do dito em documento afixado na sala do meu departamento, por alma de quem?
Pela minha não foi com toda a certeza.
Seria bom que quando nos aventuramos em novas exigências soubéssemos o que andamos a fazer e a exigir, para que depois não tenhamos que assistir ao panorama, deprimente, do voltar atrás depois do caos e dos danos causados, sacudindo, desta forma, a água do nosso capote. E continuando, o dito documento termina assim:
"O portefólio não é um elemento obrigatório nem necessariamente valorizador do desempenho docente. O que é esperado é que cada docente "guarde" de forma bem organizada as evidências do seu desempenho, como sempre fez, nomeadamente arquivando as suas planificações, os seus instrumentos de avaliação ou quaisquer outros que considere relevantes."
Escola Secundária de Amarante 22 de Outubro de 2008
O Director
Fernando F. Sampaio
Ora por aqui comprovo que o meu director ou desconhece por completo o que é um portefólio, ou baralhou-se no seu conceito. Porque um portefólio, ultrapassando o simples amontoado de fotocópias arquivadas segundo esta ou aquela lógica, exigindo reflexões constantes sobre a actividade desenvolvida, exigindo um olhar crítico sobre si próprio, sobre os percursos escolhidos e percorridos, sendo tão pessoal que leva o seu dono dentro, está sempre, mas sempre mais à frente do que um simples dossier e é sempre, mas sempre uma mais valia profissional. Assim sendo um portefólio é "necessariamente valorizador do desempenho docente" e esta característica é intrínseca ao próprio conceito de portefólio. Se o "portefólio" não cumpre esta premissa pura e simplesmente não é um portefólio.
E o meu desacordo termina agora mesmo, como começou. Considero ter sido pouco ponderado, e até precipitado, exigi-lo para agora o retirar como elemento de avaliação.
Quanto ao facto de ter deixado de ser obrigatório na ESA confesso que esse facto me deixou aliviada. Talvez assim o meu portefólio possa ser encarado de forma mais construtiva.
Aqui deixo o link para o dito documento para quem tiver curiosidade em ler mais.
3 comentários:
Depois os outros é que andam com conversa da treta...
Para esses senhores eu digo Perdoai-lhes Senhor...
É. Os outros é que complicam, não é assim, Helder?
Tempos complicados estes, Tiza.
Dia 8 lá estamos.
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