Contestação ao Modelo de Avaliação do Desempenho Doente
Pouca gente tem já dúvidas que o modelo, engendrado pela anterior equipa do Ministério da Educação, nasceu doente, muito doente. À época apontámos desacertos, aberrações, burrocracias excessivas, estrangulamentos artificialmente criados com as quotas, o desconforto de uma avaliação feita pelos pares todos parte interessada na verdadeira aberração chamada ADD.
Ora o modelo que está actualmente em vigor não corrigiu absolutamente nada ao anterior e, muito pelo contrário, até acentuou as aberrações.
A avaliação continua a ser feita entre pares, todos interessados na mesma coisa, mais graduados, menos graduados, do mesmo grupo, de grupos diferentes, amigos do peito a avaliarem amigos do peito, inimigos figadais a avaliarem inimigos figadais, gente decente a avaliar gente decente, gente indecente a avaliar gente decente e as variáveis continuam sem fim, que a coisa quer-se assim para o anárquico, provocando um mau-estar nas escolas que se tenta disfarçar, para sobreviver ao desconforto, mas que é incapaz de fazer apagar o nervosismo, que surge aqui e ali, de quem tem aulas assistidas, de quem vai assistir a aulas para avaliar colegas... por vezes tarefa bem mais espinhosa ainda, digo eu, que estou do outro lado da barricada e as tive já, às aulas assistidas.
Por outro lado a avaliação continua a ser extremamente burocrática, lá mais para o final do ano veremos a atrapalhação de tanta papelada para preencher que nos vai moer o juízo e nós já com ele tão sobrecarregado com os problemas de alunos infantis, que não se esforçam minimamente para conseguirem os melhores resultados possíveis, apesar de nós fazermos o pino por eles, estes sim, problemas reais de uma escola para onde toda a nossa energia deveria ser canalizada e, ao invés, se perde nas palhaçadas da ADD.
Por último os vários estrangulamentos engendrados pelo ME, agora ainda agravados relativamente ao modelito da avaliação do desempenho anterior, agora do 2º para o 3º escalão, do 4º para o 5º e algures no 7º também.
Não é de estranhar, pois, que as escolas vão tomando posições contra este modelo de avaliação. E são já muitas, perto da centena, espalhadas um pouco por todo o país, que fazem ouvir a sua voz e manifestaram o seu desacordo contra um modelo que só delapida energias ao sector e delapida verbas ao país. Sim, porque as brincadeiras deste e do anterior governo pagam-se caro e se dúvidas ainda houvesse bastaria estar minimamente atento à situação do país para o comprovar, nas várias áreas da (des)governação.
Veja aqui as 99 escolas que contestam o modelo de avaliação do ministério.
Com a certeza de que amanhã serão mais.
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