sexta-feira, 25 de junho de 2010

A Palavra a Ramiro Marques

A Palavra a Ramiro Marques

Vasco Pulido Valente explica, mais uma vez, aos incrédulos por que razão o Estado Social Europeu é insustentável e está a roubar o futuro às novas gerações.
O modelo europeu era um bom modelo utópico, que um acaso histórico produziu. Hoje, a realidade voltou.
A demografia trouxe a realidade de volta. E a realidade é que o desemprego em Portugal abeirou-se dos 11% e vai chegar aos 12% em 2011. A dívida pública é galopante e os juros que o país paga pelos empréstimos não param de subir: A taxa de juro das obrigações do Estado português a dez anos parece ter descolado da espanhola; uma diferença que estava na semana passada em 0,8%, estava na manhã de 23-6-2010, em 1,21% (5,74% , um valor bastante mais alto do que pagam os particulares aos seus bancos no crédito à habitação...).
Os bancos portugueses já não conseguem financiar-se no mercado interbancário e têm de pedir dinheiro emprestado ao BCE. Aproxima-se o dia da falência em cadeia dos bancos portugueses. Dois já faliram. Outros estão à beira.
Quase todos os analistas são unânimes em considerar que Portugal terá de recorrer ao mega-fundo criado pela União Europeia, o BCE e o FMI para resgatar os países insolventes.
Os socialistas prometeram o paraíso e deram-nos o Inferno. Criaram SCUT a "custo zero para o contribuinte" e agora confrontam-nos com o pagamento de milhares de milhões de euros aos consórcios que construíram as auto-estradas a "custo zero" (700 milhões de euros anuais).
Acabaram com os ATL em nome de uma escola a tempo inteiro e agora não têm dinheiro para alimentar o monstruoso sistema por eles criado.
Levaram à falência os colégios de educação especial com a justificação da escola inclusiva e agora mantêm dezenas de milhares de crianças com necessidades educativas especiais nas escolas públicas sem apoios especializados.
Prometeram o sucesso educativo para todos, incluindo os absentistas e preguiçosos, e produziram uma geração de diplomados com diplomas que não servem para nada. Uma geração de diplomados que, dia-a-dia, engrossa a legião dos 22% de jovens desempregados.
Há uma década que Portugal não pára de divergir da média europeia. Já é o 9º país mais pobre da União Europeia. Todos os anos, tem sido ultrapassado por um país do Leste Europeu. Há dez anos que os portugueses empobrecem.
Os professores vão acordar do longo sono socialista quando chegar o dia em que o Estado não for capaz de assumir os compromissos com os salários e as pensões. Esse dia não está longe. Por enquanto e pelo que vou vendo nas caixas de comentários dos blogues de docentes, há muitos professores que continuam a acreditar na utopia socialista. Serão os últimos a acordar para a realidade.
E podem os incrédulos de serviço continuar a culpar o neoliberalismo pelos males do país. Estão enganados. O problema não é o neoliberalismo; é o socialismo. Portugal tem Estado a mais e liberdade a menos.
O principal problema do país é ter um Povo viciado em socialismo, em subsídios e em auto-estradas "sem custos para o utilizador". Será preciso cair ainda mais fundo e provar o sabor amargo do Inferno para que o Povo acorde do longo sono socialista e desperte para a realidade e para a vida.
A realidade e a vida é trabalho, sacrifício e vontade de vencer. E é isso que falta no nosso país e sobra naqueles que, nos últimos anos, nos ultrapassaram em riqueza e nível de vida.
Daqui.

6 comentários:

Ramiro Marques disse...

Obrigado. Um abraço.

Elenáro disse...

E a Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega? Estão estes países a acabar com o estado-providência?

E já agora quem é que os tem governado? Partidos políticos que a direita deles é a nossa esquerda.

O Japão tem um população estagnada há décadas e brevemente começará a entrar em declínio. Lá não se fala em acabar com as reformas.

E já agora não são os bancos Portugueses que não se conseguem financiar são os bancos em geral que, desconfiados que estão uns dos outros não emprestam dinheiro entre si.

E esta coisa dos Socialistas... Quem estava no poder na Grécia era a direita. Quem estava no poder nos EUA quando a crise rebentou era George Bush, direita portanto. Em Itália é a direita e o país também não está nada famoso. No Japão é a direita que o governa quase desde a 2ª Guerra Mundial e o país ainda não conseguiu recuperar da crise Asiática da década de 90.

Quanto às SCUTS, o facto é que o PSD/CDS este lá nos entretantos e não acabou com elas. E, já agora, quem fez orgias com dinheiros para auto-estradas foi o governo PSD de Cavaco Silva e não António Guterres que se limitou, como fez em quase tudo no seu mandato, a acabar o trabalho dos outros.

De qualquer das maneiras, ainda não me conseguiram explicar as diferenças reais entre o PSD (Social-democracia - socialismo também) e PS.

Eu tinha prometido a mim mesmo que não voltaria a comentar este género de coisas do Ramiro. Ele fala muito bem de educação mas quando fala de politica perde um pouco a noção da história deixando as suas convicções distorcerem-lhe a realidade.

Anabela Magalhães disse...

De nada, Ramiro!
Bjs

Anabela Magalhães disse...

Sejas bem reaparecido, Elenáro!
É verdade que os países do Norte não estão a desmantelar o estado providência e aqui a protecção faz-se a um nível inimaginável para nós.
Tenho um casal amigo a viver na Noruega. Foram pais. Ela ficará em casa a tomar conta da criança perto de um ano; ele um pouquito menos. :)
Quanto ao problema de serem governos de direita ou de esquerda, isso é absolutamente irrelevante porque o problema coloca-se ao nível da competência/incompetência.
O nosso drama catual é esse. A maioria dos políticos actuais são de uma falta de qualidade constrangedora!
Bjs

Elenáro disse...

"O nosso drama catual é esse. A maioria dos políticos actuais são de uma falta de qualidade constrangedora!"

Subscrevo, Anabela.
Bj.

Anabela Magalhães disse...

Actual, é claro!
Infelizmente estamos carregados de razão!
Quem nos ouve?

 
Creative Commons License This Creative Commons Works 2.5 Portugal License.