terça-feira, 11 de setembro de 2012

11 de Setembro

11 de Setembro



Quem não se recorda do 11 de Setembro de 2001? Marcou para sempre as nossas vidas e, por isso, todos temos presente onde estávamos e o que fazíamos quando soubemos da má nova. Eu estava em casa e, por acaso, vi na televisão aquelas imagens aterradoras pensando tratar-se de uma montagem, de uma obra de ficção, sei lá eu...
Quando sintonizei o canal 1, o primeiro avião já tinha embatido contra uma das torres e as informações eram muito contraditórias. Sentei-me no sofá, incrédula, e durante horas não mais despreguei os olhos das imagens inacreditáveis que me entravam olhos adentro. Quando se deu o segundo embate do segundo avião à segunda torre gémea, e o número onze também é composto por dois números iguaizinhos e gémeos, manifestei a minha conclusão de que só podíamos estar perante um atentado terrorista e fiquei ainda mais aterrada e em pânico. Telefonei à minha filha, que à data estava na faculdade, e dei-lhe uma ordem completamente irracional - Não saias de casa! - querendo protegê-la sei lá eu de quê!
Ainda hoje olho para as imagens com estupefacção. Não podem ser verdade...

Entretanto a Zinha lembrou-me hoje, pela manhã, que também eu tenho um pequeno 11 de Setembro e ela, por via do meu, também tem um, pessoal, que haveria de ter consequências futuras até na sua vida profissional.
Faz hoje precisamente doze anos que eu e ela e mais uns cento e muitos professores, quase duzentos, assistimos a uma reunião geral na ESA em que os grandes protagonistas foram o director da referida escola e euzinha, à conta de uma falta injustificada que eu apanhei no dia 1 de Junho desse ano, sem saber ler nem escrever, tendo justificado a falta antes de faltar com o famoso artigo 102. Quem estava presente e me está a ler sabe que a reunião foi uma tourada que me incomodou profundamente e incomodou profundamente alguns, muitos, dos presentes. Principalmente incomodou os novos naquela casa, os professores que lá tinham ido parar pela primeira vez nas suas vidas e que nem se queriam acreditar que o assunto da minha falta injustificada fosse assunto a ser chamado para uma reunião com aquelas características.
A Zinha foi uma delas, colega desconhecida, para mim, à época, que tão incomodada ficou e zarpa sem destino para o Porto para desanuviar a cabeça. Pois nessas deambulações sem rumo a Zinha acabou de perna partida não em um, não em dois, mas em três sítios o que, diga-se de passagem, é uma quantia de partidelas muito apreciáveis.
Só tomei conhecimento destas aventuras desta minha amiga e colega uns bons anos mais tarde quando ela me contou... sorry, sorry, querida Zinha... preferia não ter assistido nem participado em tão infeliz tourada.
Hoje ela relembrou-me o facto entre sorrisos e gargalhadas. A "nossa" desgraça também tem contornos de humor... mesmo se negros...

Nota - A falta injustificada constou do meu registo biográfico quase seis anos até que saiu o acórdão do tribunal administrativo e foi, por ordem do tribunal, retirada pelo mesmo director que ma tinha marcado.
Não havia necessidade... digo eu...

Obrigada senhores juízes Rui Fernando Belfo Pereira, António Almeida Coelho da Cunha e Carlos Evêncio Figueiredo Rodrigues Almada Araújo. A justiça tardou mas chegou.
Obrigada também aos serviços jurídicos da FENPROF, incansáveis e bem dispostos... sim, o caso foi único e teve contornos hilariantes...
E serve este texto para aqui deixar uma nota de esperança. Quem luta pode alcançar...

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