11 de Setembro
Quem não se recorda do 11 de Setembro de 2001? Marcou para sempre as nossas vidas e, por isso, todos temos presente onde estávamos e o que fazíamos quando soubemos da má nova. Eu estava em casa e, por acaso, vi na televisão aquelas imagens aterradoras pensando tratar-se de uma montagem, de uma obra de ficção, sei lá eu...
Quando sintonizei o canal 1, o primeiro avião já tinha embatido contra uma das torres e as informações eram muito contraditórias. Sentei-me no sofá, incrédula, e durante horas não mais despreguei os olhos das imagens inacreditáveis que me entravam olhos adentro. Quando se deu o segundo embate do segundo avião à segunda torre gémea, e o número onze também é composto por dois números iguaizinhos e gémeos, manifestei a minha conclusão de que só podíamos estar perante um atentado terrorista e fiquei ainda mais aterrada e em pânico. Telefonei à minha filha, que à data estava na faculdade, e dei-lhe uma ordem completamente irracional - Não saias de casa! - querendo protegê-la sei lá eu de quê!
Ainda hoje olho para as imagens com estupefacção. Não podem ser verdade...
Entretanto a Zinha lembrou-me hoje, pela manhã, que também eu tenho um pequeno 11 de Setembro e ela, por via do meu, também tem um, pessoal, que haveria de ter consequências futuras até na sua vida profissional.
Faz hoje precisamente doze anos que eu e ela e mais uns cento e muitos professores, quase duzentos, assistimos a uma reunião geral na ESA em que os grandes protagonistas foram o director da referida escola e euzinha, à conta de uma falta injustificada que eu apanhei no dia 1 de Junho desse ano, sem saber ler nem escrever, tendo justificado a falta antes de faltar com o famoso artigo 102. Quem estava presente e me está a ler sabe que a reunião foi uma tourada que me incomodou profundamente e incomodou profundamente alguns, muitos, dos presentes. Principalmente incomodou os novos naquela casa, os professores que lá tinham ido parar pela primeira vez nas suas vidas e que nem se queriam acreditar que o assunto da minha falta injustificada fosse assunto a ser chamado para uma reunião com aquelas características.
A Zinha foi uma delas, colega desconhecida, para mim, à época, que tão incomodada ficou e zarpa sem destino para o Porto para desanuviar a cabeça. Pois nessas deambulações sem rumo a Zinha acabou de perna partida não em um, não em dois, mas em três sítios o que, diga-se de passagem, é uma quantia de partidelas muito apreciáveis.
Só tomei conhecimento destas aventuras desta minha amiga e colega uns bons anos mais tarde quando ela me contou... sorry, sorry, querida Zinha... preferia não ter assistido nem participado em tão infeliz tourada.
Hoje ela relembrou-me o facto entre sorrisos e gargalhadas. A "nossa" desgraça também tem contornos de humor... mesmo se negros...
Nota - A falta injustificada constou do meu registo biográfico quase seis anos até que saiu o acórdão do tribunal administrativo e foi, por ordem do tribunal, retirada pelo mesmo director que ma tinha marcado.
Não havia necessidade... digo eu...
Obrigada senhores juízes Rui Fernando Belfo Pereira, António Almeida Coelho da Cunha e Carlos Evêncio Figueiredo Rodrigues Almada
Araújo. A justiça tardou mas chegou.
Obrigada também aos serviços jurídicos da FENPROF, incansáveis e bem dispostos... sim, o caso foi único e teve contornos hilariantes...
E serve este texto para aqui deixar uma nota de esperança. Quem luta pode alcançar...
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