quinta-feira, 22 de junho de 2023

Luta - A Luta Continua!


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Luta - A Luta Continua!

Hoje mais do que nunca. Contra o lamaçal instalado onde chafurda quem quer, hoje recordo um dos apoios que mais me importa. 

José Emanuel Queirós

SE NÃO FOSSE MINHA IRMÃ TERIA DE SER MINHA IRMÃ
Todos temos em comum a nossa imagem reflectida no espelho do outro em que nos desvendamos e nos desconstruímos pelo que nele colhemos e no que dele rejeitamos. Nessas comuns permutas de valores acrescentados a cada um ocorre a decantação social de padrões culturais que normalizam atitudes, estabelecem códigos de comunicação e regulam identidades de grupos onde a regra se cumpre geralmente rejeitando as excepções.
Cada indivíduo é o resultado da habilidade e da força recrutada em si mesmo para afeiçoar as suas esquinas e autoesculpir a própria natureza mais íntima, em concordância com o seu critério estético e a maturação do seu grau de exigência. Mais ou menos conscientes, mais ou menos empenhados cada um em si, este processo atinge-nos a todos, pelo que, por princípio de conduta pessoal, em todas as circunstâncias, evito enfoques individuais, lustros de afagar egos ou elogios que repercutem em simpatias retribuídas no dever de boa educação.
Nada disso me mobiliza neste breve arrazoado, em que me trairia, e muito a surpreenderá em semelhante medida à surpresa que me causa o conceito que de mim guarda, na medida em que não esqueço estar perante quem comigo mais brincou, com quem na vida mais briguei e a quem devo os mais severos castigos paternos na infância.
Feita a devida ressalva e superada a minha natural propensão para o resguardo individual, mormente de família directa, aproveito a circunstância desta sua pública luta solitária na luta comum por valores inalienáveis em qualquer país civilizado, para expressar com descrição o que creio de mais que justo merecimento.
Crescemos juntos sob o mesmo tecto de pais comuns a ambos e, do que dela sei, nada me surpreende vê-la só, em luta pelo respeito devido à Educação e pela valorização da carreira docente, à porta da escola EB 2,3 Teixeira de Pascoes onde exerce a sua função na disciplina de História.
Regrada por norma de conduta nas extravagâncias que recobrem sua aparente fragilidade, angaria forças descomunais nas causas públicas em que se envolve em busca do sonho na transformação dos nossos dias num mundo mais alegre e mais feliz.
De nada lhe adianta a crítica e o desdém, que não a apanham insegura nem por isso se detém.
As causas são na sua vida social o presente e o seu percurso é conhecido e reconhecido da sala-de aula à rua, da cidade ao campo, do rio ao Parlamento, numa intrepidez fundada em valores que enobrecem o indivíduo e relevam o respeito na comunidade pelo exercício da cidadania.
Da sua participação em múltiplas causas e registos sociais, esta imagem é a que melhor caracteriza cada um dos seus passos contra a abulia, o comodismo, a indiferença, o servilismo, a paralisia, o medo e a mediocracia.
Incapaz de usar as defesas do escorpião, faz do veneno comum a sua paz em criação e proveito do outro, sem esperar retribuição, reconhecimento ou louvor, do mesmo modo em que me reconheço nadando livremente na clareza de correntes de águas vitais e cada vez mais raras na sociedade e no mundo.
PS: Anabela Magalhaes, a moça a quem o Miguel Teixeira se refere se não fosse minha irmã teria de ser minha irmã.

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Miguel Teixeira está a sentir-se em paz.

...da dignidade.
Uma imagem com significado e uma força imensa.
Uma única professora (1) usa um direito legítimo previsto na Constituição democrática de 1976 e mesmo contra a posição da esmagadora maioria dos sindicatos da Educação (ah, valentes!), coloca-se sozinha, à frente do portão do estabelecimento de ensino em que leciona (a Escola Básica Teixeira de Pascoais) e anuncia que está em greve.
Uma única docente, num dia frio de Dezembro, à "porta" da escola, a exprimir que não concorda com o Estado a que chegou a Educação neste país, tão pouco com as mudanças que se perspetivam, na minha opinião, para muito pior.
Na "Educação em saldo", neste país "plantado" a ocidente da Europa, tem sido sempre a "descer" desde 2005 e é sempre possível "descer" ainda mais.
E, por isso, esta docente, como milhares neste país que o têm feito (onde me incluo), usa o último direito que lhe resta, a única forma de luta que é o "direito à indignação".
Muito haveria para dizer sobre o "Estado da Educação Nacional", mas ao olhar para esta foto, só me ocorre uma palavra:
Respeito.

Todas as r

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