quarta-feira, 18 de julho de 2007




Mar Morto - Jordânia
Fotografias de Artur Matias de Magalhães
Mar Morto - البحر الميت
O meu contacto com o Mar Morto fez-se pelo lado, por ora pacífico, da Jordânia. O Mar Morto situa-se numa das zonas mais complicadas do mundo e banha a Jordânia, a Cisjordânia e Israel. A uma anomalia geográfica corresponde uma zona envolvente de permanentes conflitos alimentados interior e exteriormente.
Visto assim, como eu o vi, a partir da Reserva de Wadi Mujib, parece um local capaz de incutir paz e tranquilidade a quem quer que para ele olhe com olhos de ver.
Erradamente chamado de mar, pois trata-se na realidade de um lago, é alimentado em permanência pelo mítico rio Jordão, o tal em que, segundo a tradição, Jesus foi baptizado pelo seu primo João.
Tem cerca de mil e cinquenta quilómetros quadrados e situa-se na maior depressão existente no mundo, a mais de quatrocentos metros abaixo do nível do Mediterrâneo e esta diferença não pára de se acentuar pois, anualmente, o nível deste mar baixa, devido à exploração das águas do Jordão. A quantidade de sal presente nas suas águas é muito superior à dos oceanos e é o que nos permite ficar à superfície da água sem conseguir afundar. Experimentei esta sensação e devo dizer que é estranha. É como se forças invisíveis nos colocassem à superfície, sem hipóteses de mergulhar e tampouco de nadar debaixo de água. Este mar está morto, não tem peixes nem plantas, dada a agressividade da concentração de sal aqui existente, sobrevivendo apenas algumas bactérias. Mas tem as célebres lamas pretas do Mar Morto que espalhei sobre a minha pele até ficar preta retinta e que deixei actuar para depois as limpar dentro de água e que me deixaram a pele como a pele do meu sobrinho João. Dizem que estas lamas têm propriedades terapêuticas.. não sei.. o que sei é que a nossa pele, por uns dias, depois deste tratamento, não é mais a mesma...

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