Picos da Europa - Astúrias
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Fotografias de Artur Matias de Magalhães
Oviedo - Cangas de Onis
Já a postar de casa relembro que foi uma boa opção termos pernoitado, na noite de dia 20 para dia 21, num belíssimo hotel de três estrelas, bem recuperado e equipado com mobiliário de design contemporâneo, mesmo mesmo no centro histórico da cidade.
Oviedo revelou-se uma cidade mais que simpática, tranquila, bem cuidada, organizada, limpa, recuperada, arejada... enfim, uma cidade onde daria gosto viver!
Pena que eu tenha acordado adoentada porque mal disposta e enjoada. Foi aí que o meu farmacêutico particular entrou em acção para atalhar o mal pela raiz.
Fizemos a auto-estrada do Cantábrico que percorre as Astúrias com os Picos da Europa a aparecerem imponentes no horizonte.
A paisagem continua muito verde, cultivada e tratada, muito rural e muito bucólica.
Chegados a Cangas de Onis durante a tarde, tratamos de arranjar quarto e seguimos para Covadonga, local de culto da cristandade onde Pelágio, o primeiro rei visigodo do reino cristão das Astúrias, derrotou os exércitos mouros, na batalha de Covadonga.
Visitei a gruta onde Pelágio "está sepultado", mesmo por cima do rio que sai das entranhas da terra e que se chama... Covadonga. As pessoas rezam em recolhimento num espaço minúsculo, mas carregado de sentido, de emoção. Não posso deixar de ser sensível a esta fé que continua a fazer deste local um lugar de peregrinação, passados já tantos séculos sobre a mítica batalha travada em 722 que iniciou o lentíssimo processo da reconquista cristã que só haveria de terminar no século XV.
De resto só não sei porque tive picos de febre nos Picos da Europa... terá sido talvez por ter sido acometida de dúvidas sobre a bondade de semelhante feito cristão... por ter pensado como a nossa história poderia ter sido diferente se tudo fosse ao contrário. Poderá até parecer heresia nos dias que correm mas convém não esquecer que, no século VIII, os "bárbaros" éramos nós. Os "outros" construíram uma civilização sem paralelo na época, nesta parte do mundo! Porque instruídos, cultos, tolerantes, sensíveis às coisas da ciência, da arte e do espírito.
Um "must" civilizacional de que nós somos muito devedores.
E aqui fica registado este reconhecimento... cada vez mais importante nos dias que correm em que os deuses parecem estar loucos!
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