Luta de Chinelos na Praia de Moledo - Portugal
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Rodrigo
O Rodrigo é mais um dos meus sobrinhos postiços. Filho do Miguel e da Cláudia, tem agora cinco anos. Já falei inúmeras vezes sobre ele, aqui neste blogue, e agora está na hora de escrever um "post" só para ele.
O Rodrigo é muito expressivo, muito perspicaz e inteligente e é dono de um sentido de humor que eu aprecio muito. E é assim desde pequenino. Se eu tivesse que o definir em três palavras diria que o Rodrigo é um grandessíssimo postal ilustrado!
Recordo-o muito pequenino, na primeira vez que foi comer a minha casa, a devorar um enorme cacho de uvas o que me deixou algo apreensiva e preocupada e me fez telefonar à Cláudia. É que o tipo não parava e dizia sempre que queria mais! Achamos por bem ficar por ali não fossem os seus pequeninos intestinos reagirem mal a tão lauta sobremesa.
E recordo-o, com cerca de dois anos, sentado ao meu lado, no sofá preto da minha sala, perna cruzada, imitando-me, a ver comigo o noticiário das oito. De vez enquanto olhava para ele de rabo de olho mas ele continuava impávido e sereno concentrado nas notícias, sem se mover, parecendo que acompanhava o noticiário com o interesse de quem já tem voto na matéria!
O Rodrigo é mais um dos meus sobrinhos postiços. Filho do Miguel e da Cláudia, tem agora cinco anos. Já falei inúmeras vezes sobre ele, aqui neste blogue, e agora está na hora de escrever um "post" só para ele.
O Rodrigo é muito expressivo, muito perspicaz e inteligente e é dono de um sentido de humor que eu aprecio muito. E é assim desde pequenino. Se eu tivesse que o definir em três palavras diria que o Rodrigo é um grandessíssimo postal ilustrado!
Recordo-o muito pequenino, na primeira vez que foi comer a minha casa, a devorar um enorme cacho de uvas o que me deixou algo apreensiva e preocupada e me fez telefonar à Cláudia. É que o tipo não parava e dizia sempre que queria mais! Achamos por bem ficar por ali não fossem os seus pequeninos intestinos reagirem mal a tão lauta sobremesa.
E recordo-o, com cerca de dois anos, sentado ao meu lado, no sofá preto da minha sala, perna cruzada, imitando-me, a ver comigo o noticiário das oito. De vez enquanto olhava para ele de rabo de olho mas ele continuava impávido e sereno concentrado nas notícias, sem se mover, parecendo que acompanhava o noticiário com o interesse de quem já tem voto na matéria!
O Rodrigo é visita frequente da minha casa. Amiúde a Joana vai buscá-lo para jantar e lá vem ele todo contente.
As caras que ele me faz sempre que lhe digo um disparate são impossíveis de descrever... serão talvez um misto de cara de mauzão e riso, riso frequentemente impossível de disfarçar e impossível de suster... a querer fazer cara de mau lá rebenta ele numa gargalhada! Já o disse e repito: o Rodrigo é muito expressivo e as caras de zangado, perplexo, furioso, divertido e malandreco que só ele sabe fazer são absolutamente únicas!
Aqui em casa basta-me levantar os braços e atirar-lhe um "Vou-te apanhar!" para desencadear nele uma reacção que vai das gargalhadas descontroladas à fuga a sete pés tentando escapar a esta tia que já tinha idade para ter juízo! A cena continua a arrancar gargalhadas à Joana que observa frequentemente estes procedimentos abanando a cabeça de um lado para o outro! E esta cena faz-me desatar também numa risota pois às vezes basta só abrir e fechar as mãos em direcção ao Rodrigo, e rir-me com ar suspeito, enquanto pronuncio as palavras mágicas "Vou-te apanhar!"... e lá vai ele a correr e a rir descontroladamente!
As lutas simuladas entre nós também são uma constante, tal como o foram entre mim e a Joana, durante sua infância. As da praia, de chinelos na mão servindo de armas, são só uma variante que eu lhe ensinei, de um divertimento que já arrancou muitas gargalhadas à Joana e agora arranca ao Rodrigo.
Um dia pelo S. João, almoço de família muito alargada em casa da avó Olívia, teria ele uns três anos, zangou-se comigo. Havia um manjerico com uma quadra e eu inspirada num cabrito toca de inventar uma quadra dedicada ao Rodrigo..."Ó meu rico S. João... não sei mais o quê, não sei mais o quê...O Rodrigo é um panão"! Bem, fez-se silêncio à mesa, tudo a apreciar a cena... o Rodrigo faz cara de mau e lança-me um "A tia é maluquinha..." hesita, cara ainda mais embufada, estica o dedo na minha direcção e completa o raciocínio, furioso..."e pava!"
Estas férias a Joana ensinou-o a comer massa com pimento e tomate crus o que acabou por se revelar uma tarefa fácil. Disse-lhe que era massa à Portugal e que era o que os jogadores da nossa selecção comiam para ficarem poderosos e assim poderem ganhar os jogos. Eu usei o mesmo argumento para o convencer a comer sopa de legumes por passar, pela primeira vez na sua vida.
Mas também não é todos os dias que ele se pode dar ao luxo de comer uma belíssima sopa de vagem feita por esta tia. Descobriu que até tem piada trincar os legumes e saboreá-los "comme il faut!"
Fácil fácil dar a volta a uma criança... tem é que ser com jeito... jeito que também deve ser aplicado quando queremos dar a volta a um adulto... ou não será?
Fácil fácil dar a volta a uma criança... tem é que ser com jeito... jeito que também deve ser aplicado quando queremos dar a volta a um adulto... ou não será?
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