Formação Cívica - 9º C

Formação Cívica - Escola E.B. 2/3 de Amarante

Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Formação Cívica

 

 

Devo começar por esclarecer que a arquitectura da Escola E.B. 2/3 de Amarante é do meu especial agrado.

A escola desenvolve-se integralmente ao nível do rés-do-chão e os pavilhões, em betão aparente, são constituídos por amplos pátios interiores com dois generosos canteiros cada um e é a partir deste amplo pátio interior que se distribuem as salas de aula. Cada sala de aula é ainda brindada com um generoso canteiro o que pode contribuir para o nosso bem estar físico e psicológico... isto caso os canteiros não se encontrem uma balda!

No ano lectivo de 2004/05, os canteiros do pavilhão 4, onde tinham aulas as turmas do 3º Ciclo, e por isso também o "meu" pavilhão, estavam uma balda.

Este projecto foi desenvolvido pela turma da qual eu era directora de turma, e à qual leccionava uma área curricular não disciplinar chamada Formação Cívica. A turma era muito pequenina, uma vez que integrava quatro alunos com necessidades educativas especiais: um com paralisia cerebral, outro com um atraso na aprendizagem sem diagnóstico de causa, um com surdez total e outro com surdez parcial, que se revelaram para todos nós uma mais-valia, e que contribuíram enormemente para o nosso enriquecimento pessoal.

Pois foi no âmbito desta disciplina que nós, professora e alunos, fizemos o diagnóstico da situação, e resolvemos intervir em canteiros todos eles sem rei nem roque, sem qualquer fio condutor entre eles e todos eles pataqueiramente arranjados.

Devo dizer que o projecto nos custou zero e que tudo foi conseguido com boa vontade e trabalho.

Primeiro libertámos os canteiros das plantas que aí existiam. Depois resolvemos uniformizá-los utilizando sempre o mesmo esquema: begónias, que existiam em abundância em vasos de plástico ranhosos espalhados pelas salas, cada um do seu tamanho e cor, e que existiam mesmo em algumas cantoneiras; grandes godos resultantes duma cheia do Tâmega e mandados guardar pela engenheira Eulália, responsável pelos espaços verdes da cidade de Amarante à época e que gentilmente os cedeu para o projecto; e uma erva de folhas muito pequeninas conhecida localmente por "Mete-te na Tua Vida" (é que era bom se assim fosse sempre!) e que a minha cara amiga e colega Aurelina me arranjou em tabuleiros que mais pareciam tabuleiros de bôla... verde!

E metemos mãos ao trabalho! E deixámos aquelas cantoneiras um brinquinho! Pena que eu não consiga encontrar as melhores fotografias que lhes tirei depois das plantas estarem já super floridas e onde se vêem bem os arranjos feitos com os godos do Tâmega transpostos para dentro de cada sala de aula do pavilhão 4 da Escola E.B. 2/3 de Amarante. Assim sendo, posto as que consegui encontrar, embora com a certeza de que não são, nem de longe nem de perto, as mais representativas do nosso trabalho. Mesmo assim já dá para perceber e percepcionar o trabalho desenvolvido.

Se a orientação foi minha, o grosso do trabalho, mesmo o da posterior manutenção, foi dos meus alunos. Uma turma da qual eu guardo as melhores lembranças.

Os meus agradecimentos para (e vou citá-los de cor, correndo o risco de me esquecer de algum que decerto me será lembrado pelo meu querido L: R, A M, L P, C C, C M, A, J, P S, J, S C, D M.

Trabalharam sempre bem e com entusiasmo neste arranjo dum espaço público que é de nós todos. Que foi vosso. Que será dos vossos filhos.

Obrigada!