sexta-feira, 18 de abril de 2008


Escola Secundária de Amarante - S. Gonçalo - Amarante - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Desafios para os próximos anos

Ministra quer abrir escola ao exterior e diversificar ofertas formativas

18.04.2008 - 16h57 Lusa

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, considerou hoje que a abertura ao exterior, a diversificação das ofertas formativas e a liderança interna são os três desafios que se colocam às escolas nos próximos anos. A ministra, que falava em Amarante após a inauguração da EB 2,3 de Telões, salientou que após a reorganização dos agrupamentos escolares é tempo das escolas melhorarem o seu funcionamento e se envolverem com o meio que as rodeia, que geralmente se designa de "comunidade educativa". "A escola tem de conquistar todos os agentes que podem proporcionar algum enquadramento e apoio à escola, os autarcas, mas também os pais, as empresas e todas as instituições de proximidade", afirmou a ministra. O reforço das lideranças internas das escolas - "As escolas têm de ter um rosto", sublinhou - e sobretudo a diversificação da aprendizagem são desafios para os próximos tempos.
"A escola tem de cumprir a sua missão de escolarizar todos", enfatizou Maria de Lurdes Rodrigues. "O país só conseguirá resolver o problema do abandono e do insucesso escolar se for capaz de mobilizar a diversidade de instrumentos que já existem nas mais variadas áreas científicas e tecnológicas", acrescentou. Para a ministra, a diversificação das práticas pedagógicas, o estudo acompanhado e as aulas de recuperação são instrumentos hoje disponíveis "para forçar o destino e cumprir a missão de escolarizar todos".
Acerca das dificuldades sentidas nos territórios mais deprimidos economicamente, como é o caso do Vale do Tâmega, onde o abandono e o insucesso são quatro vezes mais que a média nacional, a ministra anunciou que autarquias e escolas vão poder aceder ao Programa Operacional do Potencial Humano (POPH). "Há muitas razões pelas quais as escolas têm dificuldade em cumprir sua missão. Foi por isso que inscrevemos no Programa Operacional do Potencial Humano uma linha de financiamento que vai oferecer um financiamento estável, digamos assim, para que as escolas possam ter um financiamento a dez anos, que lhes permita ter uma estratégia de médio prazo para ultrapassar os seus problemas", afirmou a ministra.

Zonas carenciadas
A ministra anunciou que o programa vai ser estendido a zonas carenciadas, como é o caso do Vale do Cávado e do Vale do Tâmega. "As escolas dessas zonas poderão beneficiar desses apoios para encarar os desafios da diversificação das ofertas educativas, mas também a melhoria dos recursos que se oferecem às crianças e a melhoria dos espaços técnicos, dos recursos educacionais e tecnológicos", frisou.
O programa, acrescentou a ministra, também contempla apoios para a ligação da escola à comunidade exterior, de modo a ajudar a escola "a fazer a ligação ao meio de origem desses jovens".
Maria de Lurdes Rodrigues escusou-se a fazer muitas considerações sobre o acordo assinado com a plataforma sindical relativamente à avaliação dos professores e se considera que o acordo trouxe mais tranquilidade às escolas. "Não gosto de fazer generalizações precipitadas, nunca me apanham a fazer essas interpretações e generalizações. Há muitos meses que o ambiente nas escolas é um ambiente tranquilo, de muito trabalho, embora de grande pressão e isso tem de ser valorizado."considerou.
Questionada também sobre se a sua participação na reunião desta semana com os sindicatos foi determinante para haver acordo, Maria de Lurdes Rodrigues mostrou-se comedida e fez uma grande pausa antes de responder. "Se quiser, se entender assim. Não me ponho assim tanto em bicos de pés. Não me considero assim tão importante", afirmou.
A EB de Telões entrou em funcionamento em Setembro de 2006, mas o acto inaugural da escola agendado para o ano lectivo 2006/07 foi cancelado por causa da agenda da ministra. A EB 2,3 de Telões é a sede de um agrupamento com 22 escolas do primeiro ciclo e 14 jardins-de-infância, num total de cerca de dois mil alunos.

Comentário meu:

Em primeiro lugar quero esclarecer que os destaques a vermelho são da minha autoria.
Depois de feito este esclarecimento permito-me fazer a seguinte correcção: onde se lê "As escolas têm de ter um rosto" deverá ler-se "As Escolas têm rostos". Ora a minha Escola não foge a esta regra e assim sendo a minha Escola tem rostos: o meu, o da Elsa Cerqueira, da Filó, do Helder Barros, do Pedro Carvalho, do Eugénio Mourão, da Jacinta, do Adriano e de tantos, tantos outros que compõem o corpo docente desta Escola e que todos os anos sofre mais ou menos alterações; tem também o rosto do Sampaio, que é director, sim, a minha escola já tem director há muito e é uma pena, uma pena, que ele não seja já professor, porque só teria a ganhar com isso, e que esteja há tantos e tantos anos afastado duma sala de aula!; tem também outros rostos: o da D. Lurdinhas, da D. Dulce, da D. Adília e tantos outros funcionários e funcionárias que também ajudam a construir esta Escola, todos os dias. E, mais importante do que tudo o que foi enumerado anteriormente, tem os rostos dos alunos, que vão mudando a cada ano que passa numa renovação constante de gerações, e que são os rostos dos Pedros, dos Antónios, das Dianas, das Sílvias, dos Álvaros, dos Ruis e de tantos tantos outros numa diversidade incrível que me continua a deixar fascinada, e renovada, a cada ano que passa. A Escola, Srª Ministra, somos nós todos. A Escola não pode ter um rosto, não pode ser um rosto. A Escola não se pode confundir com um rosto porque quando se confundir com um rosto deixa de ser o que é, para passar a ser nada. A Escola tem muitos rostos e é com o contributo de todos nós, diário, esforçado, empenhado, que ela se fortalece e cresce, e se mantém de pé. Diversidade, srª ministra. Diversidade e pluralidade nos contributos é o que enriquece uma Escola, é o que faz uma Escola Ser.
Não se esqueça disto.

E eis que sou chegada à segunda e última correcção a vossa excelência. E chegada aqui nem me vou dar ao trabalho de a corrigir. Já não me apetece. Vou só deixar duas perguntas, dirigidas à sua pessoa, que já nem tenho pachorra para mais:
Vossa excelência vive onde?
No mundo da lua?

2 comentários:

José Manuel Dias disse...

O óptimo é inimigo do bom! São as pessoas que fazem as coisas...Bjs

Anabela Magalhães disse...

Pois são!

 
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