Tosquia - Ouarzazate - Marrocos
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Tosquia II
Com as manifestações de hooligans à vista é claro que era imperativo ir à tosquia. Professora hooligan que se preze anda sempre com o cabelo tosquiado, pequenino, porque a bota tem que condizer com a perdigota! E por isso lá fui mais uma vez à tosquia, e lá me meti outra vez nas mãos dos meus barbeiros predilectos, aqueles que anualmente visito em Ouarzazate, e que já me perguntam à chegada "Comme d`habitude?". Sim, "Comme d`habitude", pente 4 para não variar, para que não me estranhem quando chegar a casa!
Continuo a preferir ser tosquiada por homens pelas razões que volto a recordar neste blogue.
Um tosquiador faz o que tem a fazer e pronto.
A tosquiadora pergunta sempre pela família, fala do tempo, das férias, conversa da Chiquitita e da Floribela fazendo conversa mole para a qual eu quase nunca tenho pachorra.
É, continuo a preferir ser tosquiada por um homem, porque os barbeiros são mais experientes no meu corte de cabelo, e por isso mais eficazes, e porque são bem mais silenciosos.
E pronto Rangel, aqui estou eu preparadinha para Segunda-Feira, desta vez no Porto, não ainda não é na capital, mas lá chegarei outra vez, não te preocupes!, pelas 17 horas, berrar mais uma vez a minha indignação pela balbúrdia que vai na 5 de Outubro e que infelizmente vem da 5 de Outubro.
6 comentários:
pois eu aínda não tenho confiança nos barbeiros de Argel e aguardo voltar ao Morrazo para cortar tranquilo o cabelo. Tenho medo das navalhas tão afiadas! Mas Argel não é Ouarzazate.
Pois, presumo que não seja. Ouarzazate é pacato, pacato e tranquilo, como Portugal já foi.
Presumo que eu também não me entregaria nas mãos dos barbeiros de Argel! Lol
Ah, e não sei se corresponde à verdade a má fama que os argelinos têm em terras de Marrocos e da Líbia. Uma coisa é certa... da má fama já não se livram!
Isso é o mais normal do mundo, entre vizinhos sempre existem esses receios. Argel faz-me lembrar a minha infância, quando a Galiza era mais pobre e toda a gente com pouca coisa vivia, uma vida mais singela. Des débrouillards. Um exemplo: o meu telemóvel estragou-se, o ecrã já não funciona, comprei outro porém todos me dizem que o leve a concertar, concertar? se isso vale dois patacos, se os regalam. Mas para eles não é normal o jogar no lixo. Uma familia tem de viver com 300 euros ao mês, eu sozinho sem contar o aluguer e sem fazer excesos gasto 400. Como podem viver?
Marrocos, em larga medida, também me lembra Portugal no tempo da minha infância, um tempo em que quase todos éramos pobres, mas em que vivíamos pacata e tranquilamente, sem grandes sobressaltos. E nós também concertavamos tudo e ouvíamos espantados e estarrecidos notícias dos franceses que deitavam tudo fora e compram tudo de novo. Já cá estamos, mas não estamos melhor.
Ah, esqueci-me de te dizer, Rui, o meu bisavô materno era galego.
E tens fotografias da Galiza neste blogue. Procura em Agosto, mês em que fiz uma viagem maravilhosa pelo Norte de Espanha.
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