Desilusão

Flores Coloridas Contra o Azul do Céu - Trujillo - Espanha

Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Desilusão

Ontem, pela terceira vez, o Ministro das Finanças falou ao país. E pela terceira vez pouco mais fez do que aumentar os impostos a quem já paga impostos. Eu até gosto de apreciar o seu ar calmo e ponderado, o seu ar um pouco desgraçado e até gosto, francamente, daquilo que muita gente detesta nele - a sua forma de falar muiiiito pausada, explicaaaando tudo, o que lhe convém, claro está!, tudo muito explicadinho.
Só que eu tenho uma estratégia de sobrevivência que, sem ser deliberada, me faz apagar nas horas que eu pressinto críticas e vai daí, ontem, não o ouvi nem cinco minutos e adormeci profundamente no sofá, para só acordar já ele se tinha calado. Já me tinha acontecido com o Teixeira... eis que me voltou a acontecer.
Entretanto vou sabendo da desgraça aos bocados e vou-me ambientando a ela, muito embora jamais a aceite. Até agora, e por três vezes, o Ministro falou e de cada vez que falou aumentou os impostos a quem já os paga. Que desilusão! Os tão afamados cortes nas gorduras mais do que gordurosas do Estado traduzem-se em despedimentos para os peões?! Devem estar a brincar comigo se pensam que assim resolverão a crise! E os tão afamados cortes vão sendo sucessivamente adiados, e o tempo a passar e a esgotar-se e nós a pagar para um Estado sorvedouro de recursos, para um Estado delapidador de recursos.
Quando é que isto se inverterá? Quando aliviarão o saque às classes trabalhadoras? Quando farão pagar o capital? E as grandes fortunas? Como é possível os Estados estarem reféns delas?

Deixa-me animar este post com uma fotografia bonita...