sexta-feira, 8 de abril de 2016

Uma Fotografia Por Dia, Não Sabe o Mal que Lhe Faria

Uma Fotografia Por Dia, Não Sabe o Mal que Lhe Faria
Fotografias de Anabela Magalhães

Uma Fotografia Por Dia, Não Sabe o Mal que Lhe Faria

Por razões profissionais e pessoais ontem não me foi possível fazer neste blogue o ponto da situação no Largo Medonho que avança agora a todo o vapor e que ficou neste estado depois de mais um dia de trabalhos intensos. Agora, para contrastar com a pedra azul certinha e imaculada temos uns cubinhos castanhos para fazer sobressair a simbologia religiosa invasora de um espaço público que é nosso, de crentes e de não crentes, que está quase no ponto para ser cuspida e escarrada... e cagada também. A sério, se fosse católica andaria ainda mais furibunda com o arranjo desta praça... e a sério... acho que o papa Francisco não gostaria de ver esta obra...
E recuo aos meus escritos de 2014, sendo certo que podia recuar a qualquer ano desde que abri este blogue para encontrar textos em que escrevo sobre Amarante e em que partilho fotografias sobre Amarante. Aqui deixo algumas. Garanto-vos que no dia em que vir estas chaves do céu gigantescas no estado em que já fotografei a calçada amarantina farei clique com uma das minhas armas, a máquina fotográfica, e a seguir recorrerei a uma outra arma que também é minha e que é a possibilidade de usar da palavra. Escrita, para que não restem dúvidas.

QUARTA-FEIRA, 5 DE NOVEMBRO DE 2014

Maleitas do Centro Histórico - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Afirmar Amarante Como Destino Turístico

Amarante nunca teve tantos turistas a deambular pelo seu centro histórico como neste ano de 2014 que, por estes dias, prepara já a sua despedida feita de dias outonais de chuva e de vento, mas ainda com raios de sol, quentinhos, à mistura.
Amarante - e quando digo Amarante estou a referir-me apenas e exclusivamente ao seu centro histórico, os arrabaldes, por mim, podiam ser quase todos implodidos e não se perdia nenhuma obra prima da arquitectura nem nenhum conjunto de  particular interesse - é um pequeno/enorme diamante, em grande parte ainda por lapidar.
Assim, temos um património arquitectónico belíssimo, construído e edificado pelos nossos antepassados, e por eles a nós legado, que se encontra maioritariamente nas mãos de particulares e que vai sendo, muito lentamente, demasiado lentamente para o meu gosto!, recuperado e ocupado de forma mais ou menos feliz. Mas também temos construções/habitações aos molhos devolutas, umas a cair aos bocados, ruínas perfeitas ou imperfeitas dependendo dos pontos de vista, outras em condições mais ou menos impróprias para assegurar qualquer tipo de conforto a qualquer família que se queira mudar para o casco velho da cidade e queira viver com um mínimo de dignidade.
Afirmar Amarante como destino turístico de excepção, que pode ser mas ainda não é!, passa por transformar o centro histórico num brinquinho, querendo eu dizer com isto que Amarante precisa, com urgência, de se alindar, tarefa que deve ser realizada por todos e por cada um de nós, seus habitantes, mas também pelos Serviços da Câmara Municipal de Amarante que devem manter as quelhas, calçadas, ruas e estradas impecavelmente tratadas e limpas de cagalhotos e de merda aos molhos, de lixo mais do que variado, de silvados loucos, os paralelos devem estar nos seus sítios, sem buracos aqui e ali em passeios e afins, as ervas daninhas devem ser arrancadas e cortadas porque rua não é prado e uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, assim como tudo isto deve estar limpo de mijo em charcos, que se vão vendo e, desgraça!, cheirando! aqui e ali.
Se a Câmara Municipal de Amarante quiser ajudar a afirmar o burgo como destino turístico de excepção não precisa fazer muito, não precisa de gastar dinheiro a rodos, dinheiro nosso!, em renovações e ampliações do Parque Florestal que não interessam nem ao Menino Jesus. Basta que faça o que lhe compete e que trate com zelo e com esmero estes espaços públicos deste Centro Histórico que lhe caiu no regaço e que os turistas, e os autóctones!, tanto apreciam. 
Lavem! Esfreguem! Recolham o lixo! Consertem o que deve ser consertado!
Eis a fórmula para o sucesso. Para começar por algum lado e começar pelo mais simples de fazer.

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