segunda-feira, 28 de maio de 2018

Um Final de Ano Caótico


Um Final de Ano Caótico

Prevejo um final de ano lectivo caótico. O novo sindicato S.TO.P. já entregou um pré-aviso de greve que cobre as primeiras reuniões de avaliação, de 4 a 15 de Junho. E é aqui que eu entro pois não precisarei de mais ninguém para inviabilizar sete conselhos de turma. Podem contar com isto.
Vou fazer todas as greves até que se comprometam a não me roubarem nem mais um cêntimo no resto que me resta de vida.
Enchi. Estou farta de ser achincalhada e farta que tentem fazer de mim gato sapato.
Entretanto, simplesmente anedótico!, o sindicato ao qual pertenço, em conjunto com todos os outros unidos numa plataforma sindical, marcou uma greve muito fofinha e, pasme-se os sindicalistas já avisaram, não vá as pessoas ficarem confundidas, que esta greve não se reflectirá negativamente nos exames nacionais. Bem pensado, pá! Será uma luta condenada ao fiasco, quando tantos professors já expressaram por diversos meios que exigem uma greve às reuniões de avaliação que cause o caos ao ME e que comprometa o final do ano lectivo. A confusão está instalada. Agarrem-me... ou eu luto, carago! Mas não muito muito... parecem dizer as gentes que povoam os sindicatos.
Fosse este governo de direita e veríamos a garra desta gente.
Assim... miaaaaaaaaauuuuu.

4 comentários:

N.R. disse...

Parece-me completamente justa a luta dos professores. E, embora tenha muitas reservas em relação aos sindicatos, em geral, fico agradavelmente surpreendido pelo aparecimento de um novo sindicato de professores, embora preferisse um movimento de docentes. Os "velhos" sindicatos de professores, ou são correias de transmissão dos (também velhos) partidos, não ousando afrontá-los (sobretudo se estão no poder), ou estão povoados de sindicalistas funcionários, que nunca deram aulas e que, por isso, desconhecem os reais problemas dos professores. De resto, o que os chamados sindicatos dos professores têm feito, nos últimos anos, é colarem-se às movimentações dos professores, indo atrás, à boleia, em vez de liderarem os processos reivindicativos. Lembro-me bem do que foi, há anos, no tempo da famigerada ministra Maria de Lurdes Rodrigues, a colagem dos sindicatos à manifestação dos cem mil docentes e, há dias, a forma envergonhada como se juntaram a mais um protesto. Aplico aos sindicatos e ao sindicalismo o que defendo para a governação: democracia participativa, com os cidadãos a liderarem e a serem protagonistas dos processos que lhes dizem respeito. Não há enquadramento institucional? Se não há, que se crie!

Nicolau Ribeiro

Helena Perdigão disse...

Nem mais!
Totalmente de acordo!

Anabela Magalhães disse...

Obrigada pelo testemunnho, Nicolau Ribeiro, que eu subscrevo em grande medida. Estamos a viver tempos de novo inéditos entre os professores em que a luta se exige e sai fora das estruturas convencionais e sai desenquadrada destas estruturas, em larga medida obsoletas. Veremos o que isto vai dar. Mas vai dar confusão.

Anabela Magalhães disse...

Grata pelo apoio, Helena Perdigão!

 
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