quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Amarante - Um Exemplo de Encravanço Municipal com Consequências Pedagógicas

Oficina "Arqueólogo Por Um Dia" - E. B. 2/3 de Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Amarante - Um Exemplo de Encravanço Municipal com Consequências Pedagógicas

Tenho para mim que as instituições devem ter estruturas leves e expeditas para poderem responder atempadamente às solicitações de parcerias propostas para que estas se possam realizar em tempo útil e oportuno.
Depois de várias conversações com quem de direito do Museu Amadeo de Souza-Cardoso, ajustando procedimentos e pretensões, solicitei por e-mail enviado no passado dia 4 de Setembro, conforme combinado, duas sessões de um Atelier/Oficina de Arqueologia Experimental do Paleolítico a realizar preferencialmente durante as duas primeiras semanas de aula em horário a ajustar entre nós. De facto, um atelier ou oficina experimental de arqueologia, em que os miúdos possam meter a mão na massa, proceder como um verdadeiro arqueólogo, escavar cada um o seu espaço, encontrar um espólio - um instrumento lítico, o resto de uma fogueira, um concheiro, restos de ossadas, uma vénus... - limpar, registar, fotografar... enfim, tomar contacto com uma profissão que usa métodos de trabalho bem específicos e técnicas de análise próprias, tão importante para o conhecimento do nosso passado comum, pareceram-me uma excelente motivação logo no início do 7.º ano de escolaridade com esta professora que não desiste de repensar e reformular aulas, ainda para mais agora com um horário em que existem dois tempos seguidos de 50 minutos duas vezes por semana. É que esta actividade cai que nem ouro sobre azul nos conteúdos iniciais do 7.º ano de História.
Tudo me estava a parecer a rolar sobre rodas, já estava até a ver as caritas de entusiasmo dos meus alunos... não fora o tempo estar a passar e a resposta ser sempre a mesma de cada vez que solicito qualquer informação sobre o estado da coisa, pedida para a semana de 16 a 20 ou, o mais tardar, para a semana de 23 a 27 - Está para despacho do senhor presidente da Câmara.
Ora, eu não gosto de chover no molhado, muito menos de perder tempo, nem tão pouco de insistir insistir insistir e, por isso, aguardarei calmamente que o senhor presidente se pronuncie sobre tão trivial e insignificante assunto para um presidente de uma câmara municipal que, digo eu, deve ter assuntos bem mais importantes com que se entreter.
Não estaria na hora do MMASC ter mais autonomia? - pergunto eu, sem entender como uma trivialidade destas tem de ser despachada pelo senhor presidente!

Nota 1 - Quem me manda a mim querer puxar pelos galões desta terra quando podia ter combinado estes ateliers/oficinas experimentais com a Escola Profissional de Arqueologia aqui do vizinho concelho do Marco de Canaveses? É que, a esta hora, já estaria tudo realizado em tempo oportuno, com o profissionalismo que lhes reconheço e que já experimentei - ver aqui -, e sem que da escola de arqueologia tivessem que pedir licença à presidência ou, sei lá, ao próprio papa!
Nota 2 - Vou continuar a aguardar... quem sabe este assunto não é despachado lá mais para o Natal e chega junto com o peru?!

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