sexta-feira, 11 de maio de 2007

Lixo


Pedidos - Sahara - Marrocos
Fotografia de Artur Matias de Magalhães

Lixo

A produção de lixo, em doses absolutamente descomunais, é dos problemas de mais difícil resolução com que nos deparamos na actualidade. Nunca a espécie humana produziu tanto lixo como hoje... e amanhã vai conseguir produzir muito mais. O que é um "big" problema.
E o que fazer com ele? Outro "big" problema. Deitá-lo pela janela fora? Deitá-lo para o pátio do vizinho? Deixá-lo no deserto do vizinho?
Ora este problema é particularmente grave no deserto. As temperaturas altíssimas e a secura extrema fazem com que a degradação dos detritos, humanos ou outros, se faça muito mais lentamente. Se aqui temos que ter cuidado, no deserto todo o cuidado é pouco.
Já fui muitas vezes ao deserto e já aprendi que todos os detritos, mesmo todos, são para guardar em sacos plásticos bem fechados, e levar para a povoação mais próxima, onde serão deitados em caixotes do lixo. É um mínimo de respeito que se deve ter por paisagens imaculadas e não conspurcadas, ainda, pelo Homem.
Aqui, no espaço onde nos movemos, continuo espantada com a facilidade com que se deita o lixo pela janela fora, com a facilidade com que se deita o lixo para o pátio do vizinho. Basta-me dar um passo para fora de casa para ver a imundice nas ruas: sacos plásticos, pacotes de batatas fritas vazios, embalagens de gelados, pastilhas elásticas agarradas às pedras das ruas e passeios... uma tristeza.
O espaço público em que me movo devia estar como a minha casa, ou seja, limpo. A minha contribuição para a limpeza é bem simples. Se produzo lixo num espaço público, e não tenho um caixote à mão, guardo-o na carteira ou num bolso até chegar a casa.
E assim faço de conta que estou no deserto.

2 comentários:

Anne disse...

a fotografia da professora do perfil parece uma formiguinha ... hihih

Helder Barros disse...

Quanto a mim, a educação ambiental é uma das tarefas maiores da escola do presente e do futuro... Mas muito dificil, ninguém se iluda, pois quando certos maus hábitos sociais estão muito enraizados, a escola tem uma tarefa árdua.
É impossível que o homem, ser racional, não consiga rentabilizar, o "negócio da reciclagem", sim, só quando for um negócio rentavel, é que nos vamos virar a sério para isso. Mas outros interesses se movem, os nossos "mandantes", não querem ver que estão a hipotecar o futuro deste planeta e dos nossos filhos!
Fui criado na aldeia e lembro-me de enterrarem pilhas, plásticos e quejandos... só a educação e uma grande campanha global, poderá reverter este status quo...
Para muitos, o deserto é visto, por ignorância, como uma potencial lixeira, um espaço morto... Mas há esperanças, os nossos alunos, filhos, nós, temos que reverter isto... o escorpião azul, já começou, é o protector ecológico dos desertos, e do planeta terra!
Que Ala te ilumine!

PS: quando estudei engenharia, sempre pensei trabalhar na reciclagem, pois sempre me impressionou a quantidade de recursos que desperdiçamos... foi um sonho que não consegui concretizar...

 
Creative Commons License This Creative Commons Works 2.5 Portugal License.