quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Conversas com Extraterrestres

Conversas com Extraterrestres

(Ou de como os Extraterrestres se Infiltraram no Sistema Educativo Português)

Ontem foi oficialmente aberto o ano lectivo na Esa, este ano de forma mais formal, com direito a presença de secretário de estado, presidente da câmara e outras individualidades nacionais e locais. E tivemos direito a cerimónia oficial de entrega de computadores portáteis inserida no programa do governo chamado de Plano Tecnológico. Eu preferia o termo Choque Tecnológico porque nos vejo a todos a abanar, todos eléctricos com o Choque, e era bom, mas enfim, fiquemo-nos pelo Plano.
Entretanto não resisto a relatar uma cena acontecida, aqui há uns anos atrás, com um extraterrestre disfarçado de mulher/educadora de infância normal. E relembro esta história porque o dito extraterrestre, usando ainda o mesmo disfarce, estava para lá infiltrado na minha escola. E porque foi a primeira vez que o vi depois da cena que passo a relatar.
A minha casa tem uma garagem, garagem essa onde cabem dois carros. E a minha garagem tem mesmo uma porta de garagem normal com rampita para os carros entrarem e saírem e não se confunde com um café ou mesmo com uma cabeleireira. É mesmo uma típica porta de garagem. Ponto.
Pois um belíssimo dia, depois de almoço, abro a dita e tenho um carro estacionado a impedir a saída dos dois veículos. É que não estava sequer arrumadito do lado esquerdo, ou do lado direito, embora pudesse. Estava mesmo no meio. Boa! Assim ninguém saía ou entrava na minha garagem. E por acaso éramos dois a querer sair para os respectivos trabalhos.
Numa primeira fase entrou em acção uma buzina. Toca a apitar para ver se aquilo que à partida parecia um carro normal seria de alguém que estivesse nas redondezas.
O tempo foi passando e nada. E foi passando e nada.
Chamei a guarda, expliquei a situação, solicitei um reboque. E o tempo a passar. E a minha aula na Secundária do Marco de Canavezes já há muito expirada.
Entretanto chegou a guarda e chegou o reboque. E chegou o extraterrestre. E tenho a certeza de que era um extraterrestre, disfarçado de mulher/educadora de infância normal, porque chegou irritada connosco, por termos chamado a guarda e por termos chamado um reboque. Sim, porque afinal nós não temos nada que ter a porta da garagem exactamente onde o extraterrestre decide estacionar a sua nave espacial disfarçada de carro normal.
Por isso é que eu tenho a certeza. Naquele dia contactei com um extraterrestre disfarçado de mulher/educadora de infância normal. Porque uma mulher/educadora de infância normal teria chegado e pedido desculpa pelo transtorno causado a duas pessoas que foram impedidas de trabalhar durante grande parte daquela tarde.
E não foi o caso. Não pediu.
Pediu foi explicações por eu ter tido o atrevimento de ter uma garagem mesmo mesmo no sítio onde ele decidiu estacionar o seu veículo disfarçado de carro normal.
É por isso que a minha experiência de contactos com extraterrestres é longa.
E é por isso que de vez em quando voltarei a este tema neste blogue.
É que eles andam por aí. E são mais do que à partida se poderia pensar.

2 comentários:

Helder Barros disse...

Que raio de Ovni mal-educado te foi aparecer! Amiga, ao menos podias encontrar um extra-terrestre bem-educado, pronto, com ideias amarantinas, mas com boa educação. Já sei; vais dizer que é impossível e eu vou concordar. Diabos de ovnis, quando será que podemos partir também para o espaço; tu até tens uma space para pilotar! Temos que fugir, eles andam aí por todos os lados! Se calhar, já nem no deserto escapas! lol!

Anabela Magalhães disse...

A minha mãe dizia que a boa educação cabe em todo o lado. E eu sei que cabe. E sabendo bem que errar é humano digo-te que não gosto de gente que é incapaz de reconhecer os seus erros e que é incapaz de pedir desculpa.
E fico muito preocupada quando estas pessoas têm responsabilidades educativas acrescidas. Fico muito preocupada.

 
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