sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Ainda a Greve Geral

Ainda a Greve Geral

Contente. Estou muito contente.
A ESA, uma espécie de reduto socialista cá do sítio, encerrou portas a alunos por falta de funcionários.
De resto, é o espectáculo deprimente de sempre, com a guerra dos números habitual.
Não ouvi o noticiário, mas ouviu a Joana, e à pergunta "Como estão os números da greve?" ela lançou-me entre gargalhadas "Entre 20 e 80!"
Os números da greve serão então qualquer coisa entre 20 e 80% com a convicção e o desejo de que andarão mais próximo dos 80 do que dos 20, número este apresentado pelo governo, e ridículo, pela amostragem daqui de Amarante. A Escola da Sede encerrou portas, a ESA fechou logo pela manhã, a E.B. 2/3 encerrou para o período da tarde.
Não me lembro de um dia de greve tão participado aqui no burgo desde que aqui estou a leccionar.
Aproveitemos pois este maravilhoso dia de sol em que muitos de nós apresentam um cartão vermelho à actuação do governo.
E eu, grevista, confesso... tenho testes para corrigir e por isso vou trabalhar ... digamos que na minha componente não lectiva!!!!!
Se o governo me tivesse que pagar por cada hora de trabalho que dou, para além do horário estipulado por lei, muitas horas extraordinárias eu receberia!!!

2 comentários:

HBarros disse...

Muito bem camarada Anabela!
Ainda mais porque o que realmente nos move, tem a ver com a desclassificação e rebaixamento de uma classe, que num país civilizado, deveria ser uma classe edificante, estrutural, para o bom pulsar do país. Mas não, a obcessaõ orçamental, afinal também é dos ditos socialistas, que tanto criticaram e epitetaram a dita num passado bem recente. Agora é vê-los, quais ovelhinhas mansas, a seguir o infeliz pastor. Acordemos o rebanho, antes que ele morra de levar da gibata do mau pastor! Obrigado Anabela, transmitiste uma mensagem incisiva e clara sobre esta questão. E é preciso que todos acordemos!

Anabela Magalhães disse...

É certo, Helder, o que realmente nos move é mesmo o ataque a toda uma classe com frases emblemáticas como "Perdi os professores, mas ganhei..." como se isso servisse de consolo, ou "Não tenho nada a dizer" como se um governante, eleito, num país democrático, não tivesse que prestar contas, sistematicamente, às pessoas que compõem a nação. O contrário destas afirmações faz parte de gente adulta e responsável e faz parte de gente com uma cultura verdadeiramente democrática, que eu aprecio, independentemente do quadrante político onde a observo.
Quanto aos rebanhos, abomino-os, se aplicados à espécie Homo sapiens sapiens. A História já me deu péssimos exemplos deste comportamento seguidista que eu não aprecio de todo e em que eu não quero participar.
Por isso concordo contigo quando dizes que acordar é preciso.
Eu estou acordada.

 
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