domingo, 18 de novembro de 2007

Arvoredos







Arvoredos - Amarante - Portugal
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Arvoredos

Adoro árvores e arvoredos. Aliás não é por acaso que estou farta de as plantar na Barca. Já plantei muitas e de várias espécies - castanheiros, pinheiros mansos, medronheiros, tangerineiras, laranjeiras, limoeiros, aveleiras, nogueiras e até já dei a plantar uma figueira, a figueira 23. E continuo a querer plantar mais e mais.
Mas hoje não é dia de plantações. Hoje é dia de contemplações. Tal como ontem foi e em que, para além da contemplação, registei a beleza inconfundível do arvoredo do Centro Histórico de Amarante. São tílias, amoreiras, carvalhos de várias espécies, plátanos... e estas árvores cujo nome desconheço - lá terei de consultar o Paulo Fontoura - que após a poda resultam assim em troncos desafiadores, quais esqueletos de corpos que esbracejam ao ar. São as árvores mais estranhas que aqui existem no burgo, e são também aquelas de que mais gosto. Porque são massas vivas, que acusam a passagem do tempo nas formas contorcidas dos seus corpos despidos, que se mantêm nodosos, disformes, mas firmes, verticais, saudando o céu azul com os seus braços descarnados erguidos, esbracejando, como que a despedir-se efusivamente deste Outono que rapidamente nos abandona.
Aproveitemos, então, o que a Natureza tão generosamente nos dá. E contemplemos.

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