Dia do Diploma - EB 2/3 de Amarante - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Assinalou-se ontem, um pouco por todas as escolas deste país, o incorrectamente chamado Dia do Diploma. De facto, seria mais honesto e verdadeiro chamar-lhe Noite do Diploma.
Para mim foi assim uma espécie de noite dupla, desdobrada na cerimónia que decorreu na minha escola, onde alunos da minha direcção de turma do ano passado, CEF de Pastelaria/Panificação, subiram ao palco, para além de muitos outros que foram meus alunos espalhados por várias turmas e a quem leccionei História, para além de muitos outros que são meus alunos na actualidade, integrados que estão nas turmas que são minhas este ano, de 7º ano, e uma outra cerimónia que decorreu na vizinha ESA, onde também tinha alunos a subir ao palco, muitos, das turmas que larguei no 7º e principalmente no 9º e que agora se preparam para novos voos, nas universidades deste país.
Em ambos os casos as cerimónias decorreram de forma cuidada, sabendo nós que por detrás de qualquer actividade deste tipo está muito trabalho de gente abnegada, esforçada, cuidadosa, carinhosa até, que dá o seu melhor para que tudo decorra sem incidentes e de forma fluída, muito para além do seu horário de trabalho, muito para além das suas funções. E desta vez estou mesmo bem à vontade para tecer os maiores elogios a todos quantos tornaram estas cerimónias possíveis até porque fui somente uma observadora externa de tudo e desta vez não contribuí com o meu esforço para nada de nada, o que não me torna cega, nem parva, ao ponto de não saber que tudo o que aconteceu ontem deu uma trabalheira infernal a muitos. Estão todos de parabéns.
De parabéns não está o encarregado de educação que ontem resolveu interromper uma cerimónia dedicada aos nossos alunos, com reclamações desapropriadas e desajustadas, no tempo e no lugar, relativamente à sua educanda. Podia estar cheio de razão, não faço ideia, mas ontem perdeu-a por completo ao marimbar-se nas centenas de pessoas que se deslocaram à Escola numa noite retirada ao seu descanso. Não estragou a festa, mas chegou a criar um certo constrangimento na assistência, principalmente entre os miúdos, com a sua atitude egoísta e centrada no seu umbigo. Que apresente as reclamações a quem de direito, por escrito, mas que não tente sequer estragar a festa a todos os outros que não têm nada a ver com o assunto. A nossa liberdade acaba no exacto momento em que a liberdade dos outros começa. Ontem ele forçou-me a ouvi-lo, aliás forçou-nos a todos, e com isso perdeu força, perdeu qualquer réstia de força da razão que poderia ter.
Aprendemos com os erros. Saibamos todos aprender com o que ontem se passou.
De parabéns estão todos os miúdos que ontem subiram ao palco. De parabéns estão também tantos outros que ontem não subiram ao palco. De parabéns está a Directora da EB 2/3 de Amarante, Dina Sanches, pelo seu discurso límpido e cristalino, justo, escorreito, sóbrio, sentido.
A festa foi linda. Excelentes miúdos, excelentes momentos musicais, excelente número de ballet clássico. Excelente fim de noite e fim de semana de trabalho árduo para tantos.
E foi hora de dar um saltito à ESA e ver, orgulhosa e emocionada, tantos dos meus alunos que acompanhei do 7º ao 9º ano a subirem ao palco em passo vigoroso e seguro. E de falar com este e com aquele, de saber novidades das novas vidas, daqui para a frente tão diferentes, feitas de terras outras, mais ou menos longínquas. Ontem foi também tempo de reencontrar alguns encarregados de educação e de falarmos das expectativas dos seus rebentos e, é claro, ontem foi tempo de cair nos braços em tantos abraços calorosos trocados entre pares.
E foi tempo de ouvir um discurso sublime, lido pelo melhor aluno da ESA, Pedro Pereira de seu nome, um dos muitos alunos que povoou a minha sala de aula um dia, já muito lá atrás no tempo, e que a enriqueceu. Gostaria de o publicar aqui. Pela clareza, pela verdade dita e assumida, pela crítica madura e inteligente e, acima de tudo, pela elegância da despedida. Como tal não será possível, resta-me ficar com o seu discurso registado no meu interior assumindo que fui uma das privilegiadas que o ouviu.
Emoções... ontem foi, sem dúvida, uma noite de muitas emoções...
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