Auto-Retrato - Arles - França
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Em termos profissionais o meu ano de 2013 ficou marcado por muita luta materializada em intervenções no blogue, manifestações várias, vigílias nocturnas, protesto silencioso na Assembleia da República, sessões de esclarecimento mais ou menos privadas... e eu sei lá mais o quê! contra os desvarios emanados da 5 de Outubro, ocupada por um ministro e secretários de estado que saíram melhor do que a encomenda. Ao longo do ano que agora finda, ficou mais claro aos olhos de todos, penso eu, os propósitos que regem estas pessoas que ocupam estes altos cargos na condução dos destinos da Nação e que são o desmantelamento da Escola Pública e o engrandecimento do ensino privado, que tem o seu espaço, do meu ponto de vista, mas não subsidiado pelo Estado, mas não subsidiado pelos meus impostos. Excepto se for opção única na terra e esta é a única excepção que eu estou disposta a pagar enquanto contribuinte.
Não me vou esquecer igualmente dos professores momentaneamente deputados que por agora ocupam cadeiras da Assembleia da República e integram as forças da maioria, votando a par e passo segundo as orientações partidárias, concordando ou não com as directrizes, não o sei nem quero saber.
Hoje recordo-os, deputados e secretários de estado, chocada. Estou a vê-los na Assembleia da República. Tantos que já foram professores um dia!
Aproveito este post para formular o desejo que voltem muito em breve para o seio dos seus pares, para as suas escolinhas de origem e que provem das leis que fizeram o favor de aprovar um dia.
De resto, o meu trabalho empenhado dirigiu-se aos meus alunos, razão única da minha existência profissional. Por certo sou uma pessoa muito pouco ambiciosa porque passados tantos e tantos anos sobre a minha primeira aula estou exactamente onde quero estar, na Sala de História da EB 2/3 de Amarante, agora já com Alma de História que continuarei a enriquecer, a cada dia que passa.
Não é esquisito isto?
E por último quero aqui deixar registado que o MEC continua a prejudicar o meu trabalho ao roubar-me tempo de pesquisa, de reflexão, de disponibilidade para a criatividade que se materializa, alguma!, aqui, aqui, aqui e aqui.
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