Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Sala de História - Centro de Recursos
Vinculei no agrupamento, onde ainda hoje me encontro a leccionar, no já longínquo ano de 2009. Já tinha por ali passado, ainda como contratada primeiro, como QZP posteriormente, mas sempre olhando para a configuração desta escola sentindo-lhe as enormes potencialidades para, com pouco, a tornar muito mais acolhedora. Nessa altura mais recuada, de pertença minha ao CAE Tâmega agora já finado, estávamos ainda no tempo do Magalhães Costa como Presidente do Conselho Directivo e chegámos a falar em criar um grupo de trabalho, mesmo que informal, informal, insisti eu!, encarregue de introduzir uns melhoramentos pontuais para que a Escola se apresentasse um espaço mais digno aos olhos dos Alunos que chegam, aos olhos dos Encarregados de Educação que a procuram... já que é toda uma Comunidade Educativa que ali se espelha e que deve-se espelhar muito bem... sob pena de se espelhar mal. E, confesso, mesmo aos meus olhos espelhava-se mal, muito mal. Salas descuidadas, salas terras de ninguém, foi aquilo que eu mais encontrei ao longo da minha já longa carreira profissional, salas onde se entra para sair logo de seguida num corre corre sem fim, nesta como em outras escolas por onde passei, salas mais ou menos desagradáveis conforme o grau de degradação dos edifícios erade maior ou menor monta.
Mas, nas várias escolas por onde passei, existiram sempre excepções e essas estavam reservadas aos Laboratórios onde sempre estiveram guardados os materiais necessários às disciplinas que deles faziam uso - aparelhos vários, microscópios, pipetas, balões, almofarizes... eu sei lá... e eu com os meus materiais pedagógicos guardadinhos em casa, levando-os de cada vez que me faziam falta para esta ou aquela aula leccionadas, sempre!, em salas indiferenciadas, o mais das vezes de paredes nuas, contendo apenas carteiras e cadeiras, posteriormente contendo um projector de acetatos e uma televisão e mapas, caso da Sala de História da EB 2/3 de Amarante, mais tarde um computador com acesso à internet que ligado a um datashow tornou obsoletas todas as maquinarias e recursos pedagógicos anteriores, mais o projector de slides que eu ainda usei anos a fio... ultimamente algumas até com quadros interactivos e tudo!
Mas... mas... e o resto? Entrando-se na Sala de História, no ano de 2009, o que a diferenciava das demais? As paredes continuavam nuas e de aspecto descuidado, os armários com um dossier, por acaso por mim aí deixado em passagem anterior, e mapas poeirentos, nem um placard para colocar um ou outro trabalho dos alunos, enfim, a sala, e o seu acesso!, era o reino dos fungos como se pode ver pela fotografia do tecto negro como um tição do corredor... e a Sala de História em igual estado!
E a revolução(zita) começou por aqui, logo em 2009, e continuou aqui e também aqui e ainda aqui e nem vos canso com a lista exaustiva dos pequeninos passos que foram dados até hoje, passo após passo, todos sólidos e decididos, que é assim que se chega a bom porto, ensinaram-me há muito tempo atrás. É claro que tive sempre a compreensão e o apoio de uma nova direcção, entretando comandada pela Dina Sanches, que partilha inteiramente destas preocupações e cuidados.
E chegamos aos dias de hoje, em que, sinto-o, um longo caminho foi já percorrido. E desse caminho fazem parte os materiais pedagógicos que querem-se organizados e de fácil utilização. A esmagadora maioria destes materiais pertence-me, réplicas disto ou daquilo, encontram-se em depósito na Sala de História. Mas muitos trabalhos foram sendo realizados pelos meus alunos, ao longo destes anos de funcionamento do Clube "História em Movimento", como pode ser visto aqui e aqui só para deixar dois exemplos e foram exactamente estes trabalhos que agora encontraram o seu poiso na sala de História da EB 2/3 de Amarante, mesmo por baixo da maravilhosa maqueta da Igreja de Gatão, românica, pois então! Ainda não estão todos arrumados... mas lá chegaremos, prometo! E continuaremos a fabricar mais e mais, materiais que permanecerão porque nós detestamos obra que se faz, que consome recursos e que, findo o ano, não deixa rasto e vai para o lixo. Não é assim, Elisabete Costa?
E sim, sei que a participação dos alunos é generosa e entusiasmada!
Por isso, obrigada, alunos meus, pela colaboração! Aos de ontem e aos de hoje. Aos que comigo iniciaram este processo de construção em 2010 e aos que o continuam no ano de 2014!
E, por último, obrigada Sr. Pinto! Sem ele não haveria estantes nem ilhargas para ninguém dentro do armário da Sala de História!
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