Grupo de Bombos de sata Maria de Jazente - Barca
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Grupo de Bombos de Santa Maria de Jazente
Escrevi um dia:
Amo o som primitivo dos bombos. Aliás, eles embalam-me os dias neste blogue. Amo a beleza e a força dos tocadores, novos e velhos, amo o som que entra dentro de mim e se aloja no meu coração e no meu cérebro e me deixa de sorriso de orelha a orelha.
Movimento-me entre os tocadores como se estivesse em família, beijinhos para cá e beijinhos para lá e como é que vocês estão? E o que é feito da vossa vida? que eu sempre fui cusca e gosto de saber novas deles. Dos alunos que, mesmo sendo ex, serão "meus" para sempre.
Aqui os deixo. Aos tocadores do Grupo de Jazente.
Obrigada por passarem pela minha rua fazendo-me correr para a varanda, logo pela manhã, vendo-vos passar de cima, escutando o som vindo do fundo, ecoando na rua estreita...
E escrevi noutro dia:
Os rapazes tocadores tocam ora suavemente, ora arrancando das peles dos bombos e das caixas um som completamente infernal. As camisas colam-se ao corpo, as caras escorrem suor e avermelham-se contorcendo-se em esgares provocados pelo esforço, os dedos vão-se protegendo com adesivo colado directamente sobre a pele e cortado com os dentes, vão-se protegendo os pulsos, a cerveja escorre, a água também, por vezes até cara abaixo vinda directamente das garrafas. O espectáculo é qualquer coisa digna de ser vista.
A minha reacção é sempre a mesma e passa por um misto de admiração por estes rapazes jovens tão possantes, à mistura com uma enormesca incredulidade... mas como é possível tocar-se, naquele esforço, que por vezes quase roça o transe, horas a fio sem parar?
Enquanto escrevo este post, aqui mesmo no meu scriptorium, deixo-me embalar pelo ribombar que me chega do Largo de S. Gonçalo, que continua, possante, pleno de vida, pleno de paixão.
O despique de bombos não é uma espectáculo que se aconselhe a pessoas de ouvidos frágeis e de frágeis interiores... porque a música penetra-nos pelos ouvidos, pelos poros, pelo coração e ecoa e volta a ecoar dentro de nós.
A minha reacção é sempre a mesma e passa por um misto de admiração por estes rapazes jovens tão possantes, à mistura com uma enormesca incredulidade... mas como é possível tocar-se, naquele esforço, que por vezes quase roça o transe, horas a fio sem parar?
Enquanto escrevo este post, aqui mesmo no meu scriptorium, deixo-me embalar pelo ribombar que me chega do Largo de S. Gonçalo, que continua, possante, pleno de vida, pleno de paixão.
O despique de bombos não é uma espectáculo que se aconselhe a pessoas de ouvidos frágeis e de frágeis interiores... porque a música penetra-nos pelos ouvidos, pelos poros, pelo coração e ecoa e volta a ecoar dentro de nós.
E noutro:
Estar na primeira fila, junto a um grupo de bombos que bomba pum catra pum catra pum pum pum no máximo da sua força é um espectáculo imperdível que todo o português que se preza deverá experimentar mais cedo ou mais tarde. De preferência mais cedo.
O som batido de forma cadenciada e suave alterna com o som que nos entra entranhas adentro e nos faz trepidar da cabeça aos pés. Ao som dos bombos a bombar, o lajedo granítico do Largo parece ganhar vida própria e ele próprio estremecer com tal nível de ruído. É primitivo. É belo.
E ainda:
São uns artistas em múltiplos aspectos. Aguentam as altas temperaturas, debaixo de uma canícula que impressiona, sempre a bombar e sem desfalecer. Começam de pequeninos e aquilo entra-lhes na massa do sangue e por certo chega-lhes ao coração. Muitos precisam daquele bombar como de pão para a boca, ajudando-os a dissipar as energias que assim se esvaem controladamente. Aprendem a ser disciplinados. Aprendem a resistir na adversidade da canícula e do cansaço. São parte de um todo e cada um desempenha o seu papel dentro do grupo, o que é importante para eles. Tocam bombo, caixa, acordeão.
Há quem não suporte o seu tocar, pelo barulho ensurdecedor que sai das peles esticadas dos bombos.
Eu junto-me sempre a eles, bem perto, bem pertinho, especialmente se for o Grupo de Bombos de Sta. Maria de Jazente, como foi o caso de hoje, já que muitos dos seus tocadores ocupam um lugar especial no meu coração feminino e generoso de professora.
O som batido de forma cadenciada e suave alterna com o som que nos entra entranhas adentro e nos faz trepidar da cabeça aos pés. Ao som dos bombos a bombar, o lajedo granítico do Largo parece ganhar vida própria e ele próprio estremecer com tal nível de ruído. É primitivo. É belo.
E ainda:
São uns artistas em múltiplos aspectos. Aguentam as altas temperaturas, debaixo de uma canícula que impressiona, sempre a bombar e sem desfalecer. Começam de pequeninos e aquilo entra-lhes na massa do sangue e por certo chega-lhes ao coração. Muitos precisam daquele bombar como de pão para a boca, ajudando-os a dissipar as energias que assim se esvaem controladamente. Aprendem a ser disciplinados. Aprendem a resistir na adversidade da canícula e do cansaço. São parte de um todo e cada um desempenha o seu papel dentro do grupo, o que é importante para eles. Tocam bombo, caixa, acordeão.
Há quem não suporte o seu tocar, pelo barulho ensurdecedor que sai das peles esticadas dos bombos.
Eu junto-me sempre a eles, bem perto, bem pertinho, especialmente se for o Grupo de Bombos de Sta. Maria de Jazente, como foi o caso de hoje, já que muitos dos seus tocadores ocupam um lugar especial no meu coração feminino e generoso de professora.
Hoje, passados alguns anos, continuo a subscrever tudo.
E agradeço do fundo do coração aos tocadodores e tocadoras que ontem bombaram e ribombaram forte e feio e voltaram a bombar e a ribombar forte e feio, pela Serra da Aboboreira, especialmente para a minha Jóia de Luz.
Nota - Se quiserem ler as postagens originais e completas, cliquem sobre os links a vermelho.
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