Confesso que lhe surripiei a foto...
Lei francesa contra o uso do véu é discriminação?
Escrevi em 2010:
(...) Para ajudar a derrubar preconceitos.
E continuo a amar este hijab que se usa de forma assumida, responsável, consciente, refinada, instruída, culta. Já o que se usa por obrigação e ignorância... só o posso abominar.
E escrevi em 2007:
(...) Uma aproximação à história, cultura, música e sabedoria tuaregue, um dos últimos povos nómadas actuais. Um povo que não reconhece fronteiras no deserto. Um povo em que, curiosamente, é o homem que anda velado, com uma espécie de turbante azul, chamado tagelmust, que lhe tapa quase integralmente a cara, só deixando ver os olhos, e às vezes nem isso, protegidos que estão por detrás de óculos de sol. Não há vozes a erguerem-se contra este facto e a surgirem neste nosso mundo ocidental tão civilizado? Só contra o uso dos lenços pelas mulheres árabes islâmicas? Não há vozes contra esta "discriminação" no masculino dentro desta cultura onde as mulheres andam de rosto totalmente destapado?
Enfim! Hipocrisias.
Pois é. Não sei porque se incomodam tanto com o facto das mulheres o usarem.... e não se incomodam nadinha pelo facto dos homens tuaregues andarem de cara velada. O hijab não é um niqab. O hijab, para quem não está familiarizado com esta nomenclatura, não é um véu e está a anos luz da miserável burqa. O hijab é um simples lenço, melhor, uma pashmina. Aprenda a usá-lo. Depois de ver a maravilhosa campanha de moda reciclavel da H&M, que usa a primeira mulher, maravilhosa marroquina chamada Mariah Idrissi!, de hijab fashion. Tal e qual como muitas marroquinas que eu já vi em Marrakech, cidade cosmopolita como o raio que a parta!, tal como muitas mulheres muçulmanas o usam em Aman, em Tunes, em Istambul, em Trípoli...
Garanto-vos que já me enfiei dentro de um hijab. Até mesmo dentro de um tagelmust. Confesso-vos que nenhum deles me mordeu. E que sobrevivi à deliciosa experiência.
O medo também advém muito da ignorância.
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