domingo, 21 de janeiro de 2024

Há Quem Lhes Chame Cata-Ventos...

Também Neva em Amarante
Fotografia de Artur Matias de Magalhães

Há Quem Lhes Chame Cata-Ventos...

... ou troca tintas... ou o mais que for possível chamar a esta estirpe de "pessoas" que é capaz de renegar a sua própria sombra.

Não confiáveis, bom será que as pessoas minimamente escaldadas por esta estirpe de gente só comuniquem com eles à distância ou, melhor ainda, na presença de um advogado.

Se se apanham em cargos onde podem exercer algum poder, incham tanto tanto que mais parecem balões voadores... e que bom seria se voassem para bem longe daqui, subindo cada vez mais alto, mais alto e ainda mais alto, quiçá rebentando em pleno espaço sideral de tanto inchaço.

Escondem, por vezes, uma incompetência confrangedora a coberto do/no desmando da boiada que lhes respalda as fraquezas e inseguranças, contribuindo, assim, para o estado a que isto chegou.

Se é triste? 

É! Por amor da santa... se é!!!! 

E eu, qual mulher das neves, abomino estes cata-ventos troca tintas capazes de negar o que acabaram de afirmar, capazes de afirmar o contrário do que acabaram de afirmar, capazes de negar até as suas próprias sombras.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Missão Escola Pública


Missão Escola Pública

Fazem um trabalho notável a dissecar as baboseiras que muitos "especialistas" em matéria de educação arrotam por aí.

Aqui vos deixo mais um vídeo, com os meus agradecimentos a todos quantos ainda não desistiram de lutar por uma Escola Pública escrita com maiúsculas.

domingo, 7 de janeiro de 2024

Sim, Almada Negreiros, Fazes Falta!

 


Sim, Almada Negreiros, Fazes Falta!

QUARTA-FEIRA, 30 DE MAIO DE 2007

Almada Negreiros e o Manifesto da Exposição de Amadeo de Souza-Cardoso

Almada Negreiros e o Manifesto da Exposição de Amadeo de Souza-Cardoso

Tive contacto com este manifesto de Almada Negreiros aquando da realização do 1º Curso Livre de História da Arte, realizado na Biblioteca Municipal de Amarante e bem orientado pelo Professor Doutor António Cardoso.
Só posso dizer que este manifesto é, certamente, um dos textos mais escorreitos e belos escrito em português. E premonitório. Ainda por cima, a propósito do meu ilustre conterrâneo Amadeo de Souza-Cardoso.
Mas as pessoas não sabem escutar com ouvidos de ouvir, não sabem ver com olhos de ver, estão sempre muito ocupadas com outros afazeres, distraídas na tralha que nos rodeia, e que não é o que realmente importa. Daí advém a frustração de um país inteiro que, arre, não aprende!
Ah, como eu gosto de gente que não se refugia nos enredos do português e que chama os bois pelos nomes!

Passo a citar:

"Em Portugal existe uma única opinião sobre Arte e abrange uma tão colossal maioria que receio que ela impere por esmagamento. Essa opinião é a do Ex.mo Sr. Dr. José de Figueiredo (gago do governo).
Não é porque este senhor tenha opinião nem que este senhor seja da igualha do resto de Portugal mas o resto de Portugal e este senhor em matéria de opinião são da mesma igualha. Um dia um senhor grisalho disse-me em meia hora os seus conhecimentos sobre Arte. Quando acabou a meia hora descobri que os conhecimentos do senhor grisalho sobre Arte eram os mesmos que o Ex.mo Sr. Dr. José de Figueiredo usava para me pedir um tostão (1). Pensa o leitor que faço a anedota? Antes fosse: mas a verdade é que estou muito triste com esta fúria de incompetência com que Portugal participa na Guerra Europeia. E que horror, caros compatriotas, deduzir experimentalmente que de todas as nossas Conquistas e Descobertas apenas tenha sobrevivido a Imbecilidade. E daqui a indiferença espartilhada da família portuguesa a convalescer à beira-mar.
Algumas das raras energias mal comportadas que ainda assomam à tona d`água pertencem alucinadamente a séculos que já não existem e quando Um Português, genialmente do século XX, desce da Europa, condoído da pátria entrevada, para lhe dar o Parto da sua Inteligência, a indiferença espartilhada da família portuguesa ainda não deslaça as mãos de cima da barriga. Pois, senhores, a Exposição de Amadeo de Souza-Cardoso na Liga Naval de Lisboa é o documento da Raça Portuguesa no século XX.
A Raça Portuguesa não precisa de reabilitar-se, como pretendem pensar os tradicionalistas desprevenidos; precisa é de nascer p século em que vive a Terra. A Descoberta do Caminho prà Índia já não nos pertence porque não participamos deste feito fisicamente e mais do que a Portugal este feito pertence ao século XV.
Nós, os futuristas, não sabemos história só conhecemos da Vida que passa por Nós. Eles têm a Cultura. Nós temos a experiência - e não trocamos!
Mais do que isto ainda Amadeo de Souza-Cardoso pertence à Guarda Avançada na maior da lutas que é o Pensamento Universal.
Amadeo de Souza-Cardoso é a primeira descoberta de Portugal na Europa do século XX.
O limite da descoberta é infinito porque o sentido da Descoberta muda de substância e cresce em interesse - por isso que a Descoberta do Caminho Marítimo prà Índia é menos importante que a Exposição de Amadeo de Souza-Cardoso na Liga Naval de Lisboa.
Felizmente para ti, leitor, eu não sou crítico, razão porque te não chateio com elucidações da Arte de que estás tão longinquamente desprevenido; mas amanhã, quando souberes que o valor de Amadeo de Souza-Cardoso é o que te digo aqui, terás remorsos de o não teres sabido ontem. Portanto, começa já hoje, vai à Exposição na Liga Naval de Lisboa, tapa os ouvidos, deixa correr os olhos e diz lá que a Vida não é assim?
Não esperes, porém, que os quadros venham ter contigo, não! eles têm um prego atrás a prendê-los. Tu é que irás ter com eles. Isto leva 30 dias, dois meses, um ano mas, se tem prazo, vale a pena seres persistente porque depois saberás onde está a Felicidade.

Lisboa, 12 de Dezembro de 1916
José de Almada Negreiros
Poeta futurista
(1) Rectifico: O Ex.mo Sr. dr. José de Figueiredo veio substituir no original um Em.mo senhor que tem por hábito pedir-me tostões.

Memórias - A Palavra a Helder Barros


Diversidade - Mauritânia
Fotografia de Artur Matias de Magalhães 

Memórias - A Palavra a Helder Barros

DOMINGO, 9 DE OUTUBRO DE 2011

Depoimento - A Palavra a Helder Barros

Hoje releio estes textos e mudando uma coisa aqui e outra ali não posso deixar de reparar que a coisa/música é vira o disco e toca a mesma.

Hoje já deixei de me arreliar com a m#&$@ da ADD... mas continuo com as minhas arreliações agora mais bravas que nunca!

Aí vai!

Crónica de um testemunho solidário:

Anda a Minha Colega e Amiga, Professora Anabela Magalhães, bastante arreliada com a avaliação de desempenho docente... e tem motivos para isso!
Pois, mas eu sei e testemunho, que foi desde o inicio contra este modelo mal parido, lançado pelo desgoverno de Sócrates, e que pelos vistos, vai ser seguido pelo governo atual, numa prova inequívoca de que os políticos portugueses, não honram a sua palavra, o que além de um péssimo exemplo para os cidadãos, deveria ser penalizado criminalmente... mas adiante!
Poucos lutaram como ela, pela criação de um modelo que não fosse este monstro burocrático, sem quotas para a excelência e fonte das diatribes dos pequenos ditadores, e fieis seguidores, em que se transformaram muitos dos dirigentes das nossas escolas... dizia o meu falecido Pai que, se quisermos conhecer um Português, é dar-lhe um cargo de poder, por mais insignificante que este seja, e observar se o indivíduo não se transforma num pavão armado, que só sabe desmandar... e de que um dos maiores defeitos de Portugal, vem desta característica nefasta dos Portugueses!
Mas a Anabela lutou sempre de forma frontal e honesta, nunca compactuou com jogos de bastidores e pagou por isso... ainda te lembras daquele artigo 102! Só que em Portugal, quem é frontal paga, apreciam-se muito é os lambe botas... lembras-te do outro que dizia quem se meter com o ... paga! Era um alto dirigente político, grande exemplo de cidadania trauliteira e rasca!
Conheço o profissionalismo da Anabela e sei como isso incomodava alguns dos seus pares... alcunhas, como "Miss PowerPoint", "Professora Portátil"... até tinham piada, para quem as dizia por bem; mas para muitos, era só inveja, má formação e má fé!
Acompanhei a evolução meteórica da Anabela na sua incursão pelas novas tecnologias, desde aquela formação com o Valente... claro que te lembras!
Segui o seu blogue desde o inicio, com um Português objectivo, mas de grande nível, com uma objectividade e pertinência de temas, que levou a que entrasse de forma arrebatadora pela blogosfera; em blogues ligados à Educação e à História, sendo inúmeras vezes referenciada a nível nacional... Nacional!!!
Conhecia o seu trabalho de construção de Muros na Barca e conheço o seu trabalho de formiguinha proficiente, na construção de recursos educacionais próprios...
Mas, ainda por cima, esta colega gosta de partilhar tudo, mostra todos os seus recursos e até apareciam uns ressabiados a criticar essa sua forma de ser, de forma nojenta... estes tais que só criticam e nada constroem e partilham...
Sabia também que quando fosses avaliada, sim porque ela não tem medo da avaliação, a questão nunca foi essa; ias estar entre os melhores... conheço o seu desempenho em sala de aula, trabalho fora das aulas (muitas horas), conheço muitos alunos que passaram pelas tuas aulas e a forma como falam da Professora Anabela Magalhães, sim porque ela, apesar de nunca recusar turmas difíceis, por exemplo, turmas CEF, dos quais alguns colegas fogem como o Diabo da Cruz, consegue uma coisa que muitos não conseguem: ser implacável com a prossecução do seu objectivo de ensinar, mas mantendo uma ótima relação pedagógica com os seus alunos e um grande envolvimento com os professores da turma e encarregados de educação (o tal trabalho conjunto e transversal)... parece fácil, mas é muito esgotante!
Conheço o seu portefólio digital e as críticas mesquinhas que lhe faziam... os que não se quiseram atualizar, os que gostam de dar aulas lendo o book... interpretar um livro feito por outros, é muito mais cómodo do que construir recursos próprios... dá muito trabalho, não é Anabela!
E de facto, quem te conhecer deveria saber que não irias engolir esta farsa das quotas... lembras-te quando diziam que esta ADD era um novo paradigma educativo... mas depois reparte-se o bolo, para todos levarem o mesmo quinhão, mandando para as malvas todo o trabalho que foi realizado de forma séria e profissional, igualando tudo... não isso eu sei que tu não ias aguentar... a tua primeira reação conheço: risada!
Muito mais poderia dizer sobre o teu trabalho, mas a escrita não é o meu ponto forte... é meu dever de consciência e da minha honestidade intelectual, solidarizar-me contigo, contra esta vil farsa! Quem despoletou o foguetório, vai ter muitas canas para apanhar... é que em Portugal há muito pouca gente com a tua integridade pessoal e profissional e não estranhes, que eles achem o teu comportamento estranho, se é que me fiz entender... usa-se mais o chico espertismo e por isso estamos, como estamos... como a Grécia.

Helder Barros

Obrigada pelas tuas palavras solidárias, Helder.
Tu acompanhaste a minha luta contra este modelo de avaliação de perto. Sabes bem que eu não concordo com ele. Mas não lhe tenho medo nem tenho medo das pessoas medíocres que, por vezes, o implementam no terreno, distorcendo-o, alterando-o, criando regras ilegais, furando e violando grosseiramente a Lei. Obrigada por esta mesma lei a ter aulas assistidas lá fui eu, sem problemas, para as aulas assistidas, avaliada com excelente nas duas aulas que leccionei aos meus CEF, os tais de quem muitos fogem como o diabo da cruz. Não, não fiz show, não pedi a ninguém para me preparar o show, a apresentação em PowerPoint que usei numa das aulas já está feita por mim e, pecado!, publicada  na internet há muitos anos, na minha página de recursos que estou a elaborar para os CEF e que estaria bem mais adiantada não fora fazerem-me perder tempo com burrices para as quais, sinceramente, estou cada vez mais sem paciência.
Procuro cumprir a Lei, apesar de, neste caso, nem concordar com ela. E não admito que a violem grosseiramente no que a mim me diz respeito.
Tenho um percurso profissional que não pode ser apagado, tenho uma dignidade que jamais deixarei abastardar enquanto me mantiver consciente de mim. Jamais. E isso dá-me muita serenidade no meio de um panorama verdadeiramente surreal e indigno.
Sei que provoco invejas e dores muitas de cotovelo e essas são algumas das medalhas que orgulhosamente carrego ao peito. Sei também que estou rodeada de gente com muita qualidade, que genuinamente me aprecia e aprecia o meu trabalho e que me ajuda a progredir, incentivando-me, dando-me uma palavra de alento na hora certa. Não é fácil trabalhar em Portugal. Não é fácil dar o litro por Portugal.
Posto isto continuo em luta contra o monstro criado por Maria de Lurdes Rodrigues e ainda vivo. Agora por dentro, revolvendo as suas tripas até ao tutano onde, de qualquer modo, já rebolo em gargalhadas sonoras e genuínas... mas que palhaçada de país! Mas que palhaços! 

Ah! E a história, ainda não contada, não tem nada a ver com as quotas definidas pelo Ministério da Educação. Nem tem sequer a ver com o ME, agora MEC. Tem a ver com indignidade, só isso. E com gente que quer ser mais papista que o papa e que consegue piorar o que já é de si tão mau que nos parecia ser impossível pior.
Pois pior é possível. Asseguro-te, Helder.
 
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