quarta-feira, 30 de abril de 2008
Laureans - Conversa com um Poeta Louco
Auditório - Escola Secundária de Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Laureans - Conversa com um Poeta Louco
Hoje levei a minha turma de Electricistas de 2º ano, do Curso de Educação e Formação, ao auditório do Pavilhão B onde, conjuntamente com outros alunos de outras turmas, alguns até de Secundário, participaram numa conversa animada com Laureans, o poeta louco.
Laureans é um personagem muito pouco convencional, com um discurso muito filosófico, muito anarquista. Cativou de imediato os meus alunos que se iam rindo a bandeiras despregadas com algumas das afirmações feitas durante aquela conversa. E só para exemplificar:
"A vida é a única merda que vale a pena cheirar!" disse Laureans.
Pois os meus alunos deliraram com o personagem subversivo e provocador que encontraram pela frente e participaram activamente nos diálogos estabelecidos. À saída, de olhos a brilhar, diziam-me "Foi muito fixe!" "Pensei que ia ser uma seca!"
Fiquei contente por eles terem gostado. A Escola também tem de lhes mostrar os desalinhados, os que pensam e se exprimem de forma diferente.
E eu continuo de sorriso até às orelhas. Agora que estes meus CEFs se estão quase, quase a despedir de mim, e ao fim de dois anos a aturar-nos mutuamente, parece que estes meninos tiraram os dias para me alegrar a vida!
Ah, vida boa!
Aqui deixo, em jeito de provocação, uma das poesias de Laureans.
Procura-se
DEUS...
VERDADE...
FELICIDADE...
Mas, ao encontrarem-se...
Morre-se de tédio
Por não poder-se
Continuar
A procurar!...
Eu cá por mim continuo na procura incessante de tudo isto. É que me recuso a morrer de tédio.
Manter o Humor
terça-feira, 29 de abril de 2008
E o Prémio Vai...
E o Prémio Vai...
Pela Blogosfera decorre uma iniciativa com a finalidade de homenagear blogs amigos que nos visitam ou visitamos e que, de alguma forma, possuem afinidades connosco.
Nesse sentido, o blog Anabela Magalhães foi nomeado pelo Raul Martins, dono e senhor do blog Por Um Mundo Melhor (http://rucamartins-porummundomelhor.blogspot.com/ ) como "É um blog muito bom sim senhora!".
De acordo com as seguintes regras:
1- Este prémio deve ser atribuído aos blogs que gostamos e visitamos regularmente, postando comentários;
2- Ao receber o selo "é um blog muito bom sim senhora!!" devemos escrever um post incluindo: o nome de quem nos deu o prémio com o respectivo link de acesso + a tag do prémio + a indicação de outros 7 blogs;
3- A tag do prémio deve ser exibida no blog.
Assim o blogue http://anabelapmatias.blogspot.com/ , mais conhecido por Anabela Magalhães, declara que os BLOGS que visita regularmente e nos quais comenta, entre outros que igualmente visita e comenta e lamenta não nomear, são:
http://aprofessorinha.blogspot.com/
http://informaticahb.blogspot.com/
http://educar.wordpress.com/
http://rucamartins-porummundomelhor.blogspot.com/
http://ramiromarques.blogspot.com/
Ainda a Propósito da Avaliação do Desempenho
Ainda a Propósito da Avaliação do Desempenho
Hoje foi dia de me irritar na escola. Mais concretamente, foi dia de me irritar na sala de professores da ESA. Mas podia ter sido numa outra sala de professores de uma outra escola qualquer deste "jardim" à beira mar plantado. Ou no café aqui da esquina. Ultimamente acontece-me de tempos a tempos, porque já estou sem pachorra, e porque não admito que me tentem ludibriar, atirando-me areia para os olhos, ou que tentem fazer de mim acéfala, como se eu pudesse abdicar do meu espírito crítico e engolisse, cantando, toda a porcaria que me querem colocar no prato e que me querem fazer comer. Ora se há especialista em "areia" é este escorpião azul, que conhece as "dunas" pelas "formas", pelas "cores", diria até pelo "cheiro", porque não nasceu ontem! E a idade da inocência já ficou para trás faz muito, muito tempo. Felizmente!
Pois estava eu e algumas colegas a apontar alguns defeitos a este sistema de avaliação de desempenho, nomeadamente a chamar a atenção para o facto de, segundo este modelo, nalguns aspectos aberrante, eu poder ter aulas assistidas e avaliadas por quem, como eu, concorre às quotas de Muito Bom e de Excelente e que, por ter interesse nessa avaliação, é "bem capaz" de não ter uma visão isenta, quando uma colega minha, alterando a voz, me diz que eu não tenho absolutamente nenhuma razão e que não devemos agarrar-nos a pormenores "menores" da avaliação, e que na nossa classe profissional somos todos EDUCADORES e, como tal, somos TODOS isentos, bons profissionais, justos, rectos, idóneos e outras coisas que tais. Que me desculpem os meus leitores... mas estou mesmo sem pachorra para este tipo de discurso. Já passei há muito a fase das generalizações generalizadas. Perigosas. Se eu salto para a arena quando me dizem que os professores são OS responsáveis pela indisciplina na escola, também salto para a arena quando me dizem que, porque somos educadores, somos todos uns anjinhos que para aqui andamos. Ora se há alguém que se orgulha da profissão que tem, esse alguém sou eu. Se há alguém que trata de valorizar a profissão que tem, no seu dia a dia, dentro e fora da escola, esse alguém sou eu. Se há alguém que a defende com unhas e dentes, esse alguém sou eu. E como eu existem Muitos e Muitas, que a defendem como leões e que a desempenham com amor porque foi o que escolheram ser. Mas não contem comigo para branquear a minha profissão. Não contem comigo para fazer exactamente aquilo que eu condeno e que é varrer sistematicamente a porcaria para baixo do tapete, ou para assobiar para o lado. Calha bem... é que eu nem sei assobiar! E a minha idade da inocência já lá vai. Eu até sou uma optimista por natureza, mas também sou realista. E assim sendo, sei que na minha profissão também existe lixo. Vou repetir e frisar: LIXO. Já o vi. Já falei com ele. A minha filha, enquanto aluna, já o sentiu na pele. Eu, enquanto aluna senti-o na pele. Existe lixo entre os professores tal como existe lixo em todas as classes profissionais deste país e arredores. Existe gente mal formada, gente pequenina, gente vingativa, gente que é uma balda. E sei que esse lixo está disseminado pela categoria de professores, e pela categoria de professores titulares, e pelas direcções executivas das escolas deste país e que abrange professores no topo dos topos da carreira que nisto de lixarada não há espécies imunes. Sei também que felizmente não é a maioria, nem de longe nem de perto. Sei também que a maioria dos docentes faz muitas vezes mais do que aquilo a que está obrigado pela tutela, unicamente por amor à camisola.
Se tenho medo que situações impróprias para consumo se verifiquem aqui e ali nas escolas deste país?
Tenho.
Se tenho receio em ser avaliada pelos meus pares?
Tenho.
Se acredito que todo o processo vai ser limpo, transparente, feito com lisura por toda a gente envolvida, em todas as escolas deste país?
Não acredito.
Estaria a mentir se dissesse o contrário.
E sei do que falo.
Já o senti mais do que uma vez a queimar-me a pele.
Hoje foi dia de me irritar na escola. Mais concretamente, foi dia de me irritar na sala de professores da ESA. Mas podia ter sido numa outra sala de professores de uma outra escola qualquer deste "jardim" à beira mar plantado. Ou no café aqui da esquina. Ultimamente acontece-me de tempos a tempos, porque já estou sem pachorra, e porque não admito que me tentem ludibriar, atirando-me areia para os olhos, ou que tentem fazer de mim acéfala, como se eu pudesse abdicar do meu espírito crítico e engolisse, cantando, toda a porcaria que me querem colocar no prato e que me querem fazer comer. Ora se há especialista em "areia" é este escorpião azul, que conhece as "dunas" pelas "formas", pelas "cores", diria até pelo "cheiro", porque não nasceu ontem! E a idade da inocência já ficou para trás faz muito, muito tempo. Felizmente!
Pois estava eu e algumas colegas a apontar alguns defeitos a este sistema de avaliação de desempenho, nomeadamente a chamar a atenção para o facto de, segundo este modelo, nalguns aspectos aberrante, eu poder ter aulas assistidas e avaliadas por quem, como eu, concorre às quotas de Muito Bom e de Excelente e que, por ter interesse nessa avaliação, é "bem capaz" de não ter uma visão isenta, quando uma colega minha, alterando a voz, me diz que eu não tenho absolutamente nenhuma razão e que não devemos agarrar-nos a pormenores "menores" da avaliação, e que na nossa classe profissional somos todos EDUCADORES e, como tal, somos TODOS isentos, bons profissionais, justos, rectos, idóneos e outras coisas que tais. Que me desculpem os meus leitores... mas estou mesmo sem pachorra para este tipo de discurso. Já passei há muito a fase das generalizações generalizadas. Perigosas. Se eu salto para a arena quando me dizem que os professores são OS responsáveis pela indisciplina na escola, também salto para a arena quando me dizem que, porque somos educadores, somos todos uns anjinhos que para aqui andamos. Ora se há alguém que se orgulha da profissão que tem, esse alguém sou eu. Se há alguém que trata de valorizar a profissão que tem, no seu dia a dia, dentro e fora da escola, esse alguém sou eu. Se há alguém que a defende com unhas e dentes, esse alguém sou eu. E como eu existem Muitos e Muitas, que a defendem como leões e que a desempenham com amor porque foi o que escolheram ser. Mas não contem comigo para branquear a minha profissão. Não contem comigo para fazer exactamente aquilo que eu condeno e que é varrer sistematicamente a porcaria para baixo do tapete, ou para assobiar para o lado. Calha bem... é que eu nem sei assobiar! E a minha idade da inocência já lá vai. Eu até sou uma optimista por natureza, mas também sou realista. E assim sendo, sei que na minha profissão também existe lixo. Vou repetir e frisar: LIXO. Já o vi. Já falei com ele. A minha filha, enquanto aluna, já o sentiu na pele. Eu, enquanto aluna senti-o na pele. Existe lixo entre os professores tal como existe lixo em todas as classes profissionais deste país e arredores. Existe gente mal formada, gente pequenina, gente vingativa, gente que é uma balda. E sei que esse lixo está disseminado pela categoria de professores, e pela categoria de professores titulares, e pelas direcções executivas das escolas deste país e que abrange professores no topo dos topos da carreira que nisto de lixarada não há espécies imunes. Sei também que felizmente não é a maioria, nem de longe nem de perto. Sei também que a maioria dos docentes faz muitas vezes mais do que aquilo a que está obrigado pela tutela, unicamente por amor à camisola.
Se tenho medo que situações impróprias para consumo se verifiquem aqui e ali nas escolas deste país?
Tenho.
Se tenho receio em ser avaliada pelos meus pares?
Tenho.
Se acredito que todo o processo vai ser limpo, transparente, feito com lisura por toda a gente envolvida, em todas as escolas deste país?
Não acredito.
Estaria a mentir se dissesse o contrário.
E sei do que falo.
Já o senti mais do que uma vez a queimar-me a pele.
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Uma Surpresa Surpreendente
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Uma Surpresa Surpreendente
Hoje os meu três Cefs de 2º ano - carpinteiros, serralheiros, electricistas - estiveram presentes numa palestra sobre "Doenças Sexualmente Transmissíveis". A palestra foi orientada por alunos finalistas do curso de Ciências Farmacêuticas, da CESPU, que se deslocaram à ESA com a sua professora, a Mestre Áurea Lima, que pôde assim avaliar, in loco, o trabalho realizado e desenvolvido por estes alunos, quase, quase farmacêuticos.
Nem de propósito, pude comparar o comportamento, a postura, e o interesse demonstrados num assunto tão importante para estes adolescentes, como é este assunto da sexualidade e doenças a ela associadas, com o famigerado comportamento das minhas turmas de 9º ano e o que tenho a dizer é que os meus alunos de Cefs resolveram dar mil a zero aos meninos e meninas destas turmas e resolveram deixar-me a sorrir até ao final do ano.
Nem de propósito, pude comparar o comportamento, a postura, e o interesse demonstrados num assunto tão importante para estes adolescentes, como é este assunto da sexualidade e doenças a ela associadas, com o famigerado comportamento das minhas turmas de 9º ano e o que tenho a dizer é que os meus alunos de Cefs resolveram dar mil a zero aos meninos e meninas destas turmas e resolveram deixar-me a sorrir até ao final do ano.
Bem sei que ainda hoje de manhã lhes voltei a frisar da importância de estarem atentos, de aproveitarem o mais possível, de colocarem as dúvidas de forma educada e não grosseira, de aproveitarem, em suma, para aprender... porque mais tarde não nos vão ter a nós por perto, na hora da verdade, para os esclarecer sobre isto ou sobre aquilo! (risos deles) E chamei-os à atenção sobre a importância de deixarem uma boa imagem deles próprios, dos seus professores, da instituição, que também eles representam, perante aquelas pessoas estranhas à ESA.
Devo dizer que desta vez fui eu que fiquei de boca aberta até às orelhas... desta vez no bom sentido, claro está! Os meus Cefs portaram-se que nem estudantes universitários. Estiveram atentos, não perturbaram, não mandaram bocas, participaram quando deviam, numa postura absolutamente exemplar.
Por isso aqui deixo esta nota de louvor público a três turmas de Cefs que juntas, e perante um tema tão propício ao disparate, se souberam comportar impecavelmente.
Confesso que até eu, a optimista por natureza, depois da desagradável surpresa com os meus 9ºs anos, estava um pouco apreensiva. Quando a Joana me falou desta possibilidade eu agarrei-a com unhas e dentes, pensando nestes meus alunos que em breve se despedirão da escola. Mas também confesso... as três turmas de Cefs juntas!... É que, como eu costumo dizer, eles têm dias! E, para não facilitar, lá me coloquei eu na porta, tipo polícia sinaleira, relembrando "Não se esqueçam de deitar fora as pastilhas elásticas", "Tirem os phones dos ouvidos", "Tirem os bonés das cabeças".
Mas os meus receios verificar-se-iam totalmente infundados. Amanhã abordaremos o assunto nas aulas e não deixarei de lhes gabar, mais uma vez, o comportamento.
A palestra revelar-se-ia muito bem preparada e atractiva, dada de forma bastante motivadora o que, sem dúvida, contribuiu para o êxito da mesma.
Obrigada e parabéns aos intervenientes, de seus nomes Carlos Valério, Diogo Tavares, Miguela Duarte e Octávia Ramos, pelo excelente trabalho desenvolvido e pela desenvoltura demonstrada, por estes futuros farmacêuticos que continuam a rodear-me, como uma praga, boa!, e a surpreender-me pela positiva.
E para finalizar retomo a última mensagem deixada por este grupo simpático:
Sexo...
Com quem Eu gosto
Porque Eu quero
Quando Eu quero
MAS PREVENIDO!!!
DN Online - Manif Lisboa
Entendimento com Ministério não põe em causa objecções de fundo
A plataforma sindical de professores promove uma concentração esta noite, em Lisboa, em frente ao Ministério da Educação, no âmbito das "segundas-feiras de protesto" definidas após a "Marcha da Indignação" de Março, que juntou cerca de 100 mil professores no Terreiro do Paço.
Com o entendimento alcançado entre o Ministério da Educação e os sindicatos- sobre aspectos como a avaliação simplificada (e sem efeitos imediatos) e o adiamento da aplicação do novo regime de gestão das escolas -, a concentração de hoje não terá a carga emocional de tempos recentes. Porém, disse ao DN Mário Nogueira, porta-voz da Plataforma, "não havia motivo" para que não se realizasse."A oposição às questões de fundo da política educativa deste Ministério da Educação, no Estatuto da Carreira Docente, no Ensino Especial, mantém-se", explicou. "Salvámos o terceiro período, e evitaram-se outros protestos mais graves, como as greves, mas não há razão para se alterar o que ficou definido na marcha".
Para hoje, estavam também previstas acções em Santarém e Setúbal , mas foi decidido concentrá-las na capital. Mário Nogueira negou, no entanto, que a opção se tenha ficado a dever a uma desmobilização dos docentes: "Entendeu-se que, por ser na zona de Lisboa, faria sentido que este protesto fosse em frente ao Ministério".
Quanto às críticas internas que o acordo com a tutela gerou no seio da Fenprof, nomeadamente de alguns sindicalistas lisboetas, Mário Nogueira considerou "normal e saudável que existam vozes discordantes", mas lembrou que a plataforma tinha a "obrigação de reflectir a vontade da maioria", e que 286,3% das escolas votaram favoravelemente ao entendimento".
O calendário de protestos prevê ainda duas acções a 5 e 17 de Maio.
Entendimento com Ministério não põe em causa objecções de fundo
A plataforma sindical de professores promove uma concentração esta noite, em Lisboa, em frente ao Ministério da Educação, no âmbito das "segundas-feiras de protesto" definidas após a "Marcha da Indignação" de Março, que juntou cerca de 100 mil professores no Terreiro do Paço.
Com o entendimento alcançado entre o Ministério da Educação e os sindicatos- sobre aspectos como a avaliação simplificada (e sem efeitos imediatos) e o adiamento da aplicação do novo regime de gestão das escolas -, a concentração de hoje não terá a carga emocional de tempos recentes. Porém, disse ao DN Mário Nogueira, porta-voz da Plataforma, "não havia motivo" para que não se realizasse."A oposição às questões de fundo da política educativa deste Ministério da Educação, no Estatuto da Carreira Docente, no Ensino Especial, mantém-se", explicou. "Salvámos o terceiro período, e evitaram-se outros protestos mais graves, como as greves, mas não há razão para se alterar o que ficou definido na marcha".
Para hoje, estavam também previstas acções em Santarém e Setúbal , mas foi decidido concentrá-las na capital. Mário Nogueira negou, no entanto, que a opção se tenha ficado a dever a uma desmobilização dos docentes: "Entendeu-se que, por ser na zona de Lisboa, faria sentido que este protesto fosse em frente ao Ministério".
Quanto às críticas internas que o acordo com a tutela gerou no seio da Fenprof, nomeadamente de alguns sindicalistas lisboetas, Mário Nogueira considerou "normal e saudável que existam vozes discordantes", mas lembrou que a plataforma tinha a "obrigação de reflectir a vontade da maioria", e que 286,3% das escolas votaram favoravelemente ao entendimento".
O calendário de protestos prevê ainda duas acções a 5 e 17 de Maio.
domingo, 27 de abril de 2008
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Barca
Fim-de-semana prolongado, ensolarado... felicidade!
Finalmente abri a "saison" no meu refúgio da Barca. Estava já completamente prenhe de saudades dos meus campos, dos meus muros, dos meus caminhos, do meu jardim pedregoso que eu idolatro e do qual cuido como quem cuida de delicadas orquídeas ao invés de giestas, urzes e outras flores que tais.
Um dia destes já tinha ido fazer o ponto da situação. E o ponto da situação estava bravo.
Pois não é que suas excelências, os javalis, se lembraram de brincar com as pedras dos meus caminhos? Brincadeira de Inverno que este ano fez mais estragos que durante todos os Invernos anteriores. Vai daí, tive de meter mãos à obra, tive de meter mãos ao caminho. Literalmente! E comecei exactamente por refazer o que já fora feito em anos anteriores. Podia ter ficado chateada... mas não. Acho que hoje em dia já só me zango a sério com a tutela, que não tutela nada de jeito. Adiante.
Ataquei os caminhos como quem ataca uma aula. Com energia, entusiasmo, sorriso na cara e felicidade.
Ainda não deu para colocar tudo tudo no seu sítio, mas mais uma sessão como esta e ficará tudo pronto para finalmente avançar para terrenos bravios.
E como eu gosto de desbravar terreno abrindo-o, rasgando-o com as minhas mãos, fazendo os meus próprios caminhos!
sábado, 26 de abril de 2008
"25 de Abril, Sempre!!!!!!!
Ainda a propósito do 25 de Abril de 1974, posto hoje um trabalho colectivo feito por alunos do 4º ano de escolaridade, aquando das comemorações dos 25 anos sobre o 25 de Abril, no já "longínquo" ano de 1999. Uma data significativa que foi assinalada, a nível local, entre outras iniciativas, pelo lançamento de um concurso destinado aos alunos que frequentavam o 1º Ciclo da escolaridade básica , à data.
Pois este concurso foi ganho por um grupo de alunos que frequentava a escola de Cepelos, e alguns deles viriam a ser, uns anos mais tarde, meus alunos de História na Escola E.B. 2/3 de Amarante. Os laços de amizade permanecem entre nós, inalterados. É o caso do Luís Pereira, a acabar um rabito de palha, na ESA, e que eu vou encontrando amiúde entre o lufa lufa cada vez mais stressante em que se transformou a nossa actividade docente. A Joana e a Dolores já por lá não estão e seguiram outros percursos, espero que gratificantes para elas.
Pois o Luís teve a gentileza de me enviar por e-mail este trabalho, que eu desconhecia por completo, escrito e ilustrado por este grupinho de cinco crianças, de seus nomes: Joana Raquel Teixeira Moreira; Luís Paulo Teixeira Pereira; Dolores Magalhães Mota; Eduardo Daniel Macedo Pinheiro e Tiago José Fonseca Coelho.
Aqui o deixo para leitura e observação atenta. Passados todos estes anos, muitos dos problemas por eles focados ainda se mantêm, infelizmente, actuais.
Nota - Para ampliar é favor clicar sobre a imagem.
"25 de Abril, Sempre!!!!!!
Uma pequena homenagem de quem assistiu ao 25 de Abril com apenas doze anos, mas que, provavelmente por isso, continua com uma imensa dívida de gratidão para com os homens que o tornaram possível. Graças a eles cresci em Liberdade e isso traduz-se, nos dias que correm, em coisas tão simples e triviais quanto esta: sem eles este blogue não existiria.
Obrigada.
Uma pequena homenagem de quem assistiu ao 25 de Abril com apenas doze anos, mas que, provavelmente por isso, continua com uma imensa dívida de gratidão para com os homens que o tornaram possível. Graças a eles cresci em Liberdade e isso traduz-se, nos dias que correm, em coisas tão simples e triviais quanto esta: sem eles este blogue não existiria.
Obrigada.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
25 de Abril, Sempre!
Cravos Vermelhos - S. Gonçalo - Amarante - Portugal
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
25 de Abril, Sempre!!!!!!
Cheguei agorinha mesmo a casa com o propósito de fazer um "post" sobre o 25 de Abril e tinha até escolhido o título, absolutamente nada original, mas nunca tão actual, de "25 de Abril, Sempre". Mas eis que abro o meu blogue e vejo uma mensagem, muito singela, do meu Maracujá, que me dizia, como de costume, "Tenho um para si". Devo dizer que quando o Maracujá me envia este tipo de mensagem é sempre dia de muita alegria para a autora deste blogue. Porque os textos do meu Maracujá são sempre de uma qualidade excepcional. Porque são textos amadurecidos, profundos, sérios, cuidados. É mais uma vez o caso deste "25 de Abril, Sempre"
Eu tinha o propósito de reflectir um pouco sobre o estado de espírito colectivo surgido em Portugal com o 25 de Abril de 1974. De como um país amordaçado, triste, pobre, sorumbático, soturno, explodiu, de repente, numa gargalhada feliz, livre, enérgica, esperançada. E de como isso nos está a faltar nos dias que correm. E ia acabar com um "melhores dias virão", porque eu sou o diabo duma optimista... mas, depois de ler o texto do Maracujá, poderia eu dizer tudo o que está já dito superando-o? Impossível.
Vai daí, calo-me, respeitosamente, e deixo as palavras para quem tão sabiamente as domina. E peço-as emprestadas para integrarem, brilhantemente, a minha apresentação sobre o 25 de Abril que sairá assim melhorada por este final feliz. Será o último diapositivo.
Obrigada, Sempre, Maracujá!!!
25 de Abril, Sempre!!!!!!!!
Sentei-me no jardim, na terra aquecida pelo solarengo dia que se vivia.
Estava no meio das flores e do chilrear dos pássaros.
Gentilmente toquei as ásperas pedras quentes que estavam a meu lado.
Olhos do mundo.
Perto delas estava um cravo
Fraco e débil
Saudoso do lar
Uma qualquer espingarda de Abril
Uma qualquer arma da revolução...
A Liberdade
O espírito perdeu-se
ou Evoluiu
o cravo vermelho foi esquecido
Mas naquele dia e nos outros eu era livre
Mesmo se nem sempre o valorizámos
Contudo
o cravo de Portugal
ou Portugal num cravo
jaziam no chão...
Propósitos perdidos
Ideais corrompidos.
A Liberdade não era a mesma
Coisas que não deviam ser esquecidas estavam perdidas.
Olhei o Céu e as Árvores e pedi conselhos.
Então num virar da ampulheta
Olhei à minha volta e vi cravos vermelhos
Até onde o olhar alcançava
E quem sabe mais além
A Liberdade de Abril
do Abril da Liberdade
subsistia.
Estava de novo viva.
Empunhada pelos jovens.
Então peguei na mais bela das pedras que estava ao meu lado
E tentei vergá-la mas não fui capaz.
Era Portuguesa e livre.
Tal como eu
Tal como nós.
25 de Abril, Sempre!!!!!!!!
Cheguei agorinha mesmo a casa com o propósito de fazer um "post" sobre o 25 de Abril e tinha até escolhido o título, absolutamente nada original, mas nunca tão actual, de "25 de Abril, Sempre". Mas eis que abro o meu blogue e vejo uma mensagem, muito singela, do meu Maracujá, que me dizia, como de costume, "Tenho um para si". Devo dizer que quando o Maracujá me envia este tipo de mensagem é sempre dia de muita alegria para a autora deste blogue. Porque os textos do meu Maracujá são sempre de uma qualidade excepcional. Porque são textos amadurecidos, profundos, sérios, cuidados. É mais uma vez o caso deste "25 de Abril, Sempre"
Eu tinha o propósito de reflectir um pouco sobre o estado de espírito colectivo surgido em Portugal com o 25 de Abril de 1974. De como um país amordaçado, triste, pobre, sorumbático, soturno, explodiu, de repente, numa gargalhada feliz, livre, enérgica, esperançada. E de como isso nos está a faltar nos dias que correm. E ia acabar com um "melhores dias virão", porque eu sou o diabo duma optimista... mas, depois de ler o texto do Maracujá, poderia eu dizer tudo o que está já dito superando-o? Impossível.
Vai daí, calo-me, respeitosamente, e deixo as palavras para quem tão sabiamente as domina. E peço-as emprestadas para integrarem, brilhantemente, a minha apresentação sobre o 25 de Abril que sairá assim melhorada por este final feliz. Será o último diapositivo.
Obrigada, Sempre, Maracujá!!!
25 de Abril, Sempre!!!!!!!!
Sentei-me no jardim, na terra aquecida pelo solarengo dia que se vivia.
Estava no meio das flores e do chilrear dos pássaros.
Gentilmente toquei as ásperas pedras quentes que estavam a meu lado.
Olhos do mundo.
Perto delas estava um cravo
Fraco e débil
Saudoso do lar
Uma qualquer espingarda de Abril
Uma qualquer arma da revolução...
A Liberdade
O espírito perdeu-se
ou Evoluiu
o cravo vermelho foi esquecido
Mas naquele dia e nos outros eu era livre
Mesmo se nem sempre o valorizámos
Contudo
o cravo de Portugal
ou Portugal num cravo
jaziam no chão...
Propósitos perdidos
Ideais corrompidos.
A Liberdade não era a mesma
Coisas que não deviam ser esquecidas estavam perdidas.
Olhei o Céu e as Árvores e pedi conselhos.
Então num virar da ampulheta
Olhei à minha volta e vi cravos vermelhos
Até onde o olhar alcançava
E quem sabe mais além
A Liberdade de Abril
do Abril da Liberdade
subsistia.
Estava de novo viva.
Empunhada pelos jovens.
Então peguei na mais bela das pedras que estava ao meu lado
E tentei vergá-la mas não fui capaz.
Era Portuguesa e livre.
Tal como eu
Tal como nós.
25 de Abril, Sempre!!!!!!!!
quinta-feira, 24 de abril de 2008
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Visita de Estudo
Quem diria que os meus alunos de Serralharia me iam salvar este fim da semana?
Pois salvaram. Hoje de manhã, cumprindo uma visita de estudo previamente organizada pelo professor Rui, de Serralharia, viajámos até Grijó onde nos foi dada a oportunidade de visitar o Instituto da Soldadura e Qualidade. Nesta empresa os alunos tiveram oportunidade de ver alguma tecnologia de ponta ligada às energias renováveis, nomeadamente em termos de energia solar, visitaram a zona de aprendizagem da técnica da soldadura, controlo de qualidade, inteiraram-se da formação disponibilizada no Centro de Formação e da carência de mão-de-obra existente neste sector.
Depois de almoço foi tempo de seguir para Vale de Cambra e foi tempo de visitar a Arsopi, uma metalúrgica que se dedica à metalurgia pesada e foi tempo de me deleitar a fazer fotografia naquele ambiente barulhento de enormes máquinas estranhas, de operários que cumprindo com as normas de segurança, pareciam, por vezes, tirados de um filme de ficção científica. Adoro o ambiente das metalúrgicas que ora me remete para trás no tempo, ora me faz pensar nos dias futuros, não sabendo eu explicar de onde me vêm semelhantes pensamentos.
Os meus serralheiros seguiram todas as explicações atentamente, fotografando e registando tudo. Visitámos o armazém, a preparação para o processo de fabrico das peças, a parte da fábrica reservada ao processo de fabrico pesado, a fundição e zona de fabrico de moldes, a zona onde se dá o acabamento às peças e finalmente observámos alguns produtos acabados. Os meus serralheiros aguentaram as visitas como uns heróis e deixaram atrás de si uma boa imagem dos cursos dos Cef`s, para variar. E para variar também hoje foi dia dos alunos da ESA deixarem uma imagem simpática e educada por onde passaram.
Valha-me ao menos os meus serralheiros!
Aqui deixo os parabéns a todos.
Segunda-feira falaremos de sorrisos nos lábios.
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