domingo, 30 de setembro de 2007

Cafés




Cafés - Praga - República Checa
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Cafés

O café, do árabe Gahwe, palavra que se traduz por bebida vegetal, é originário do Yémen, um país que se situa no sul da península Arábica. Esta bebida, que alguns detestam e muitos amam, expandiu-se daí para todo o mundo e entrou nos nossos hábitos alimentares de forma lenta mas definitiva. Poucas devem ser as pessoas que nunca experimentaram um café durante a sua vida, seja ele de cafeteira, de saco ou um belíssimo expresso.
Hoje em dia é impossível dissociar o café bebida do café espaço físico. O primeiro precedeu o segundo mas a verdade é que são, actualmente, duas realidades indissociáveis.
Os cafés bebida e os cafés espaço físico fazem parte do meu roteiro de férias. Procuro-os compulsivamente logo que ponho os pés na rua, manhã cedo, e normalmente encontro-os ao virar da primeira esquina.
Os cafés espaço físico de Praga são uma beleza onde dá gosto entrar, sentar, conversar, enquanto se aprecia um belíssimo expresso, não muito diferente do nosso, e por isso excelente para saciar as nossas pupilas gustativas em privação desde o dia anterior.
Confesso que adoro café, café bebida, bebida sem açúcar para a poder apreciar sem interferências e em todo o seu esplendor. E confesso que adoro frequentar cafés espaço físico, sendo que em mim é um hábito muito, mas mesmo muito antigo, habituada que fui a entrar desde pequena, de quando em vez, no café do meu avô Rodrigo, no café S. Gonçalo, mais conhecido localmente por Café-Bar. E este hábito permanecerá provavelmente até ao fim dos meus dias. É que está muito, mas mesmo muito, enraizado.
Em Praga pude apreciar espaços magníficos e belos, alguns bem antigos e excelentemente preservados, outros bem actuais, e igualmente magníficos, como o Café espaço físico da Nespresso que, entre outros, ao acaso, posto neste blogue.
Evidentemente sem George Clooney.

sábado, 29 de setembro de 2007

Óculos de Sol



Óculos de Sol

Ontem foi dia de surpreender o meu aluno E. com óculos de sol novos. À mosca, como ele diz. Os tais que eu comprei tendo em conta a sua opinião. Finda a aula, a D. zumbiu-lhe ao ouvido, entre risadas, a novidade, e foi vê-lo vir ter comigo. Esperou que eu guardasse o pc, o projector, e toda a fiapada sem a qual os aparelhos não funcionam, e foi vê-lo a olhar para mim, enquanto eu colocava os meus óculos de sol à mosca. Exclamou a rir-se "Até que enfim, professora, esses ficam-lhe mesmo bem! Com os outros só lhe faltava o pauzinho!"
O pauzinho dos ceguinhos, bem entendido, que este rapaz cismou que eu, com os meus óculos antigos, parecia uma ceguinha.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

José António



José António

Ainda não falei explicitamente deste senhor neste blogue, muito embora já me tenha apetecido. Mas guardei-me para este dia tão importante da sua vida, o dia em que ele faz cinquenta anos, o dia em que ele vira cinquentão.
Depois da Adelaide, eis que o Zé vai lançadinho na sua peugada. E nós todos atrás deles.

O José António, mais conhecido por Zé , e carinhosamente tratado por Zezinho, é de longe o meu amigo mais chique. Já aqui falei do radical, do aviador, do informático, de algumas meninas do Canito... este é só aquele que conhece, e sabe tudo, sobre marcas de relógios, sobre as melhores marcas de vinhos, sobre restaurantes com estrelas Michelin, sobre hotéis todos xpto, sobre discotecas da moda, sobre marcas de caviar... e do diabo a quatro de que ele se possa lembrar.
Eu, que sou pouco dada a estas coisas e adoro passar o fim-de-semana cortando mato na Barca, não deixo de olhar para ele com admiração e de lhe realçar a pachorra! É que o tipo parece uma gigantesca enciclopédia. E o engraçado é que podia ser um saber livresco... mas qual quê! O tipo pratica, pratica, e volta a praticar!

Por tudo isto que ficou dito, o Zezinho é também aquele que eu mais gosto de levar para o Grande Sahara. Porque o deserto é um espaço libertador das teias em que nos vamos enredando e porque é vê-lo feliz e solto, rindo às gargalhadas, parecendo uma criança descomprometida com tudo, e usufruindo do silêncio mais inebriante que jamais se poderá ouvir.

Encontrar-me-ei com ele, hoje mesmo, à falta de um qualquer deserto, na sua chiquérrima festa de anos, para amanhã me voltar a encontrar com ele, no ambiente completamente descontraído da Barca e falarmos, entre gargalhadas, da próxima viagem que faremos juntos e para recordarmos as viagens que já deixamos para trás, os frigoríficos, as camas, os telemóveis, os chuveiros, as sanitas... inexistentes no Grande Sahara.

E como o teu amigo Artur está, como sempre, a trabalhar, vou tomar a liberdade de te recordar um poema, por ele escrito, que te foi dedicado, e que está no vosso livro de curso.
Um poema belíssimo por sinal. E que reza assim:

"Quando me lembro do tempo que passamos,
Daquelas tardes de conversas que falamos,
De tantas horas que gastamos a brincar,
Tenho até vontade de parar,
De pedir ao tempo p`ra ficar!
Mas...
Quando sinto a vida que esperamos
Naqueles sonhos das conversas que falamos
Nas tantas coisas que ao mundo já pedimos,
Tenho uma vontade louca de partir
Que até peço ao tempo que não páre!
Mas...
Tenho saudades,
Tenho saudades do tempo que deixamos"

Artur Matias de Magalhães
E venham mais cinquenta!
Parabéns Zezinho.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Ginger and Fred



Ginger and Fred - Praga- República Checa
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
 
Ginger and Fred
Já conhecia o edifício Ginger and Fred de livros de arquitectura e de fotografias de amigos que visitaram antes de mim a belíssima capital da República Checa. Mas nunca é o mesmo ver, seja o que for, em fotografia e ao vivo. E este edifício não é excepção. É preciso ver com os nossos próprios olhos esta arquitectura para absorver toda a beleza e volumetria do edifício.
O edifício, dividido em duas partes distintas, mas acopladas, chama-se apropriadamente Ginger and Fred. De facto o edifício remete-me imediatamente para o mítico par de actores-bailarinos dos filmes antigos, e ainda a preto e branco, que povoam as minhas memórias de infância. E remete-me imediatamente para a dança, para a dança em cima dos passeios, em Praga.
A Ginger, mais exuberante, mais curvilínea, mais sensual, mais transparente, mas sem o ser completamente, abraça delicadamente um Fred mais contido, mais racional, mais sóbrio, mais robusto, mais opaco.
Universo feminino e masculino plasmados em arquitectura.
Juntos, para sempre, numa dança que não terminará nunca.
Amei esta arquitectura inteligente, esta arquitectura/escultura.
Amei esta dança espampanante de Ginger and Fred sobre os passeios de Praga.
Amei esta dança de Frank Gherry.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Estrela Decadente




David Hasselhoff - Praga - República Checa
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães



Estrela Decadente

Estava eu em Praga, confortavelmente instalada numa esplanada a acabar de almoçar, quando chega David Hasselhoff e a sua loira namorada. Sentam-se na mesa mesmo à minha frente e a atitude é a de Olá Cá Estou Eu!! AQUUIIIII!!! Beijos e abraços para trás e para a frente, olhares em redor para ver a reacção das pessoas que os rodeavam e que iam passando. AQQUUIIIIII! Estou aquuiiiiii!! Pediram uma garrafa de vinho. Carícias, mais beijos e abraços para trás e para a frente e mais olhares em redor.... Aquuiiii!!! E as chamadas de atenção lá surtiram efeito. A turistada que passava lá começou a reparar naquele casal que se comportava de forma tão exuberante e lá começou a aproximar-se pedindo autógrafos e tirando fotografias. O casal lá ia fazendo poses e mais poses... mais beijos e abraços, mais carícias e sorrisos e conversas de circunstância para trás e para a frente. Aquuuiiiii! Estamos aquuuiiii!
O momento mais hilariante para todos quantos se encontarvam por ali, naquela esplanada ensolarada e quente de finais de Setembro, e que observava as cenas mais ou menos abertamente, aconteceu quando um grupo de rapazes novos, entraram pela esplanada adentro com grande estardalhaço e de braços abertos, dizendo alto e bom som "Olha o David Hasselhoff, o famoso escritor!"
Não me contive. Soltei mesmo uma gargalhada. Eu e o resto das pessoas que povoavam aquela esplanada gargalhámos a bom gargalhar!
Pois é certo que depois daquela célebre série do carro todo xpto, em que David Hasselhoff protagonizava o papel principal, nunca mais tinha ouvido falar deste senhor. E a rápida pesquisa que fiz no YouTube, sobre este actor caído no esquecimento, desagradou-me profundamente pelas imagens degradantes que vi de um homem perdido de bêbado a comer um hamburguer pelo chão.
É, deve ser difícil lidar com a fama. E mais difícil ainda lidar com o esquecimento.
Ele vai fazendo o que pode... vi eu em Praga. E vi neste video clip em que ele canta uma pérola deprimente da música mundial.
Música deprimente, imagens deprimentes, letra deprimente.
Depois da fama deve ser mesmo complicado lidar com o esquecimento.
Ele vai fazendo o que pode... mas a verdade é que não pode muito.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Aeroportos


Aeroporto de Frankfurt - Frankfurt
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Aeroportos

Cada vez gosto mais de aeroportos. Gosto de passar momentaneamente pelo bulício de gente que vem sabe-se lá de onde e vai sabe-se lá para onde. E agora os aeroportos estão ainda mais excitantes com gente aos molhos que parece estar permanentemente a iniciar ou a acabar um strip gigantesco... tira casacos, tira cintos, esvazia bolsos, tira sapatos... ou então em alternativa faz-me lembrar a Zara em dia de hiper saldos, com pessoas perto dos vestidores, a esbordar, acabando de se arranjar ali mesmo, à vista de toda a gente! Desde os atentados do 11 de Setembro os aeroportos vão-se adaptando como podem a normas cada vez mais apertadas de segurança, que é preciso cumprir, para o bem de todos, mas que dá cá um espectáculo super estranho de filas enormescas de gente que se desarranja ou arranja, consoante vai passar, ou já passou, pelos seguranças.
Apesar de tudo isto, cada vez gosto mais de aeroportos. Gosto da arquitectura que me faz lembrar filmes de ficção científica vistos lá longe na minha juventude. Gosto do movimento das pistas... aviões que aterram, aviões que descolam, gente que se movimenta nas pistas fazendo sinais estranhos e luminosos, carros repletos de malas, passageiros que saem dos aviões em direcção aos transportes que os levarão ao interior daqueles edifícios gigantescos, envidraçados, que fervilham de vida vinda de todo o mundo.
É claro que estou a falar de um grande aeroporto como o de Frankfurt e não do aeroporto Sá Carneiro que apenas bate o de Frankfurt em beleza arquitectónica... quanto ao movimento continua reduzido neste nosso Norte que teima em não descolar.
Recordei a minha primeira viagem de avião, com a minha família, a minha mãe transida de medo, para a Madeira, no muito longínquo ano de 1976. Aterragem perigosa num aeroporto ainda hoje com uma pista não muito confortável. A descolagem idem aspas aspas.
É o que eu continuo a apreciar nas viagens de avião. As descolagens, em que o avião vai com os motores no máximo e nos empurra contra as costas da cadeira e lá descola, aquelas bizarmas no ar!!! E as aterragens, o momento em que o avião toca em terra e trava, trava a todo o vapor, deixando parte dos pneus nas pistas.
Gosto destes momentos do voo apesar de saber que são os mais perigosos, apesar de saber que é aí que o avião vai em esforço completo e que é aí que as probabilidades de haver um acidente se elevam.
O resto da viagem se é passada a dormir é abençoada, se é passada acordada é uma verdadeira seca seca se as vistas são mar e mais mar. Não foi o caso desta, uma vez que o destino final não fica assim tão longe como isso, aqui ao lado, no centro da Europa, em Praga.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

24 de Setembro de 2007


24 de Setembro de 1982

24 de Setembro de 2007

Abro este post ainda em Praga a espera que estou do transporte que me levara ao aeroporto. Depois sera tempo de fazer escala em Franckfurt e alas que se faz tarde para Amarante. Acabou- se a borga.
O resto deste post sera feito de casa.

Nota - E continuo a nao me entender com este teclado.

E o resto do "post", já escrito em casa e dedicado ao Artur, é um excerto do livro "Não Há Longe Nem Distância", de Richard Bach que reza assim:

"Agora é altura de abrires o teu presente.
Prendas de metal e vidro gastam-se
num dia e desaparecem. Tenho uma prenda
melhor para ti.

É um anel que tu podes usar.
Cintila com uma luz especial e ninguém
o pode roubar; não pode ser destruído.
És a única pessoa do mundo
que pode ver o anel
que te dou hoje, tal como eu era
o único que o podia ver,
quando era meu.

O teu anel dá-te um novo poder.
Quando o usares, podes subir nas asas
de todos os pássaros que voam -
podes ver pelos seus olhos dourados,
acariciar o vento que sopra através
das suas penas de veludo,
conhecer a alegria de te elevares sobre o mundo
e as suas preocupações. Podes ficar o tempo que quiseres,
tanto durante a noite como durante a alvorada;
quando quiseres voltar cá abaixo,
as tuas perguntas terão resposta
e as tuas preocupações terão desaparecido.

Como tudo o que não pode ser tocado
pela mão, nem pode ser visto pelos olhos,
o teu presente tornar-se-á mais poderoso
à medida que o fores usando.
A princípio só conseguirás utilizá-lo
quando estiveres ao ar livre e vires
o pássaro com quem voas. Mas mais tarde,
se o usares bem, funcionará mesmo
com pássaros que não consigas ver
e finalmente descobrirás que não tens necessidade
do anel nem do pássaro para os teus voos
solitários sobre o silêncio das nuvens.
Quando esse dia chegar, deves dar a tua prenda
a alguém que a use bem e que compreenda
que as únicas coisas que contam
são as coisas feitas de verdade
e de alegria e não as de metal
e de vidro.
(...)
Voa, livre e feliz, para além de aniversários,
através da eternidade e encontrar-nos-emos
de vez em quando, sempre que quisermos,
no meio da única festa que nunca poderá terminar."

sábado, 22 de setembro de 2007

Praga








Praga - República Checa
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Praga

E aqui estou eu a postar directamente da cidade de Praga, capital da novissima Republica Checa. Gostaria de poder dizer que estou numa cidade bela e tranquila, mas a verdade e que so o primeiro adjectivo se pode aplicar a esta cidade. De facto, Praga de tranquilo pouco tem, submersa que esta de turistas, neste final de Setembro ensolarado e quente.
Visito Praga depois de muitos amigos e familiares terem visitado esta cidade e depois de ter ouvido falar de como esta cidade tem uma atmosfera especial, da qualidade da sua arquitectura, da beleza dos seus cafes, da Ponte Carlos, do Castelo de Praga, do Bairro Judeu, do rio Vltava, do edificio Ginger e Fred...
De tudo o que ja vi na cidade, calcorreada a pe para tras e para a frente, o mais surpreendente foi sem duvida a arquitectura Arte Nova presente na cidade ao virar de cada esquina. A cidade e mesmo um repositorio enormesco deste tipo de arquitectura. E nao e so pela quantidade que e surpreendente. E surpreendente especialmente pela qualidade dos edificios e das decoracoes aplicadas nas fachadas elegantemente decoradas.
Tem sido um fartote de fotografias para as minhas apresentacoes em power point.

Nota - O post vai sem acentos e cedilhas porque nao me entendo com este teclado.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Aulas

Aulas

O ano lectivo já decorre em velocidade cruzeiro. As apresentações estão já terminadas e serviram para conhecer um ou outro aluno transferido daqui e dali. De resto foi um reencontro entre "velhos" amigos.
É agora que beneficio da preparação de aulas que faço sempre findo o ano lectivo anterior e que me permitem uma adaptação ao novo horário menos stressante. É agora que tiro dividendos do meu trabalho de formiguinha em que elaboro e amealho apresentações em PowerPoint para utilização em contexto de sala de aula. Já nem os meus alunos me admitiriam que eu trabalhasse doutra forma habituadinhos que estão a matérias de História embrulhadas num papel agradável e com um laçarote catita. Estou a vê-los, tão pequenitos, e o que eles cresceram entretanto!, no sétimo ano de escolaridade, acompanhando-me a subir as escadas para a sala de aula e a perguntarem ansiosos " Ó professora, hoje a aula também é com o computador?"
Sim, claro. As aulas continuam com o computador e com o projector, apesar de eu ter que arrastar as "maletas pedagógicas" para trás e para a frente, pela escola adiante, de pavilhão em pavilhão.
Sim, claro. Não quero voltar a ser uma professora do século XX.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Acne



Acne

Vai ser hoje.
Hoje não resisto a postar sobre o meu acne. E não resisto por causa duma mensagem que acabei de receber no meu tijolo, duma grande amiga, de seu nickname Xana, e que reza assim:"Fui ao dermatologista. Tenho acne..." Confesso que dei uma gargalhada e que agora acabamos de dar as duas muitas gargalhadas. É que eu já lhe tinha feito o diagnóstico em pleno café-bar da última vez em que estivemos juntas. E ela só foi confirmar ao dermatologista. E está confirmado.
Lá lhe disse que podia ser pior e que se a coisa ficar mesmo brava só nos resta partir os espelhos das respectivas casas!!!

Mas o que é que se passa connosco, mulherio de meia idade, para agora ficarmos com doenças juvenis?

Confesso que para mim foi uma surpresa quando o dermatologista me disse que o meu problema de pele é acne. Confesso que já me tinha ocorrido muita coisa... mas acne?
Bem sei que o meu espírito se mantém jovem mas a minha pele escusava de o acompanhar com problemas mais próprios da adolescência do que da minha meia idade...
E agora a Xaninha!!!
Sim, também ela mantém um espírito jovem mas tenho a certeza de que também ela dispensava este acompanhamento da juventude espiritual reflectido na pele!!!

Bolas! Mas o que é que se passa connosco, mulherio de meia idade, para agora ficarmos com... acne??!!!!

Aimee Mann - Wise Up

Aimee Mann - Wise Up

Uma música deliciosamente calma, que fez parte de uma campanha publicitária muito bem conseguida pelos exemplos reais apresentados, que me ficou na memória, e que constituiu um alerta pesado para quem pensa que os acidentes com consequências só acontecem aos outros.

Mas quem não se lembra da música Wise Up? E quem ao escutar esta música não a associa imediatamente às imagens dessa campanha?


terça-feira, 18 de setembro de 2007

Óculos de Sol


Armação de óculos de Sol Digitalizada

Óculos de Sol

Estes são os meus queridos óculos de sol que me acompanham há uns bons dez anos e que agora me abandonam. Parti-os. Parti-os este Domingo, na Barca, a sacudir umas moscas que me importunavam o trabalho de jardinagem mesmo à entrada de casa. Aqueles zumbidos à minha volta estavam mesmo a irritar-me e vai daí sacudi os óculos. Por engano, diga-se de passagem, porque a ideia era sacudir as moscas.
Agora resta-me uma armação partida e uma lente para cada lado. E uma dor de cabeça. É que mudar de óculos é para mim uma dor de cabeça.
Recordo a primeira vez que escutei o oftalmologista dizer-me que eu iria precisar de usar óculos. Tinha trinta e poucos anos e comecei a ficar desconfiada por não conseguir distinguir as caritas dos meus alunos no fundo da sala. Escutando-o, tomei consciência, pela primeira vez, do meu inevitável envelhecimento, da minha inevitável degradação. Foi uma tomada de consciência plena e, confesso, ainda sentada na cadeira apeteceu-me chorar. Mas por ser uma tomada de consciência plena foi também de aceitação. Foi só um momentito de fraqueza. Depois disso vieram as primeiras brancas, as primeiras manchas da idade na cara e nas mãos, as primeiras rugas à volta dos olhos... e eu sempre feliz e contente. E até brinco com o assunto.
Mas, voltando aos óculos, foi uma chatice escolher as armações dos óculos normais e dos de sol, igualmente graduados. Porque os normais foram uma novidade imposta e eu não gosto de imposições externas sobre mim, e porque os de sol não podem ser muito grandes, não podem ser muito curvos, não podem ser...
Ontem voltei ao espectáculo da escolha das armações. Põe, tira, torna a pôr e torna a tirar, acabei por trazer aí umas dez para escolher calmamente em casa. E devo dizer que durante a escolha tive presente o comentário do meu querido aluno Eduardo, agora no 9º H, que um dia, no fim da aula de História, e enquanto eu lhe abria a termos do leite de soja, porque ele não tinha força para a abrir, me disse:
"Ó professora, com esses óculos de sol parece mesmo uma ceguinha!"
E eu, disfarçando a surpresa "Tu achas, Eduardo?!"
"Acho professora. Devia comprar uns óculos grandes, à mosca!"

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Parabéns CA

Parabéns CA

Depois de te cantar os parabéns ao ouvido, pelo telefone, com a minha voz maravilhosa e boa para ir apanhar figos, aqui ficam eles em nova versão, agora cantada por extraterrestres.
Beijinhos, hummmm, cheios de amor, carinho e admiração.
E que venham outros tantos e sejam pelo menos tão bons quanto estes... 29, Carlos?

Vulcões







Lanzarote - Canárias - Espanha
Fotografias de Artur Matias de Magalhães

Vulcões

Hoje volto às paisagens excessivas, dramáticas, coloridas de negros. Volto às paisagens vulcânicas, que eu amo, postando sobre a belíssima ilha de Lanzarote.
Em 1998, data da minha estadia na ilha, Lanzarote era um oásis de calma e tranquilidade. Nada de resmas de turistas ingleses bêbados pelas ruas, passeando-se de garrafas de cerveja na mão, dando uma espécie de espectáculo deprimente de como o bicho turista não se deveria comportar em terra alheia, nada de ruas e passeios a colar, tal a porcaria, nada de turismo sexual, nada de turismo rasca rasca como tive oportunidade de observar e registar em Grã-Canária uns anos antes e onde ninguém me voltará a apanhar.
Decretada Reserva da Biosfera pela UNESCO em 1993, a ilha de Lanzarote vale cada km percorrido para lá chegar.
É uma ilha para se percorrer e absorver devagar, onde os vulcões adormecidos são uma presença constante. Olhe-se para onde se olhar lá estão eles com as suas estranhíssimas crateras, acompanhados por extensos rios de lava. E poder entrar nas entranhas desta terra como em Los Jameos del Agua ou visitar o Parque Nacional de Timanfaya e o seu Vale da Tranquilidade é um raro privilégio.
Lava e vulcões, vulcões e lava que dão à ilha estranhas texturas e estranhas formas.
É assim Lanzarote e é espectacular. Como eu gosto.

sábado, 15 de setembro de 2007

Gotan Project - Mi Confession

Gotan Project - Mi Confession

Não resisto a postar mais um tango desta vez travestido de Rap.

Hiperactividade


Percurso/Caminho - Galiza - Espanha
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Hiperactividade

Durante muitos anos, confesso, não pensei em mim como uma pessoa hiperactiva. Agora, cada vez olho mais para mim como uma hiperactiva que acabou por canalizar bem a sua hiperactividade.
Relembro histórias que a minha mãe contava de como eu era destravada e me tinha que agarrar constantemente pelos colarinhos e me salvava, quantas vezes in-extremis!, de ser atropelada, abalroada, eu sei lá. De como eu não parava desde pequena, sempre em correrias pelos quintais do meu avô ou em corridas pelos cedros da Florestal, dando tombos de meia noite quando os meus pés furavam os ditos cujos bem aparados e eu ia parar à rampa mais ou menos em mau estado... eu, mais ou menos em mau estado também. Recordo as corridas por cima dos esteios das altas ramadas... sempre sempre em equilíbrios precários e improváveis.
O resultado de todas estas brincadeiras foram muitas nódoas negras, uma cabeça rachada, um braço partido, muitas idas ao hospital... coisa invulgar para uma menina que devia estar a brincar com bonecas no recato do seu lar. Mas eu tinha que correr, tinha que gastar energias...
Adolescente, dançava durante todas as noites de Verão no Pub Ante-Maranum, que eu fechava, para a seguir fechar a Dona Loba... e repetia a dose todos os dias da semana. E aos fins-de-semana acrescentava as tardes às noites. E o tempo chegava-me para tudo, para estudar, para namorar, para dançar...
A J já me questionou muitas vezes "Ó mãe, tu não páras?" Respondo-lhe sempre que tenho muito tempo para parar... e que pararei, sim, quando morrer. Até lá tenho muita urgência...
Tenho agora 45 anos e continuo a subir e a descer escadas a correr, a levantar muros e a fazer caminhos, a cortar mato na Barca, a preparar quilómetros de apresentações em PowerPoint, a conceber viagens complicadas que me dão luta e que são as que mais gosto de preparar, enfim, continuo a conseguir fazer tudo aquilo que quero e tudo aquilo que gosto. E ainda continuo com tempo para conversas quase intermináveis com os meus amigos e com tempo para prolongados cafés.
E vem isto a propósito de um comentário que o A fez, um dia destes, sobre o meu blogue. Disse ele que se a Ministra da Educação, por acaso, vir o trabalho já feito neste blogue é bem capaz de pensar que nós, professores, ainda temos muito tempo livre e vai daí... pumbas!, ainda é capaz de se lembrar de nos pôr mais tempo a trabalhar nas escolas!
Por isso achei por bem fazer este esclarecimento, para não haver mal entendidos.
Se bem que, quando eu comentei cá em casa que ia fazer um post sobre a minha hiperactividade, a J disse-me imediatamente "Para quê, mãe? Não é preciso. Toda a gente que acompanha o teu blogue já sabe que tu és hiperactiva."

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Conversas com Extraterrestres

Conversas com Extraterrestres

(Ou de como os Extraterrestres se Infiltraram no Sistema Educativo Português)

Ontem foi oficialmente aberto o ano lectivo na Esa, este ano de forma mais formal, com direito a presença de secretário de estado, presidente da câmara e outras individualidades nacionais e locais. E tivemos direito a cerimónia oficial de entrega de computadores portáteis inserida no programa do governo chamado de Plano Tecnológico. Eu preferia o termo Choque Tecnológico porque nos vejo a todos a abanar, todos eléctricos com o Choque, e era bom, mas enfim, fiquemo-nos pelo Plano.
Entretanto não resisto a relatar uma cena acontecida, aqui há uns anos atrás, com um extraterrestre disfarçado de mulher/educadora de infância normal. E relembro esta história porque o dito extraterrestre, usando ainda o mesmo disfarce, estava para lá infiltrado na minha escola. E porque foi a primeira vez que o vi depois da cena que passo a relatar.
A minha casa tem uma garagem, garagem essa onde cabem dois carros. E a minha garagem tem mesmo uma porta de garagem normal com rampita para os carros entrarem e saírem e não se confunde com um café ou mesmo com uma cabeleireira. É mesmo uma típica porta de garagem. Ponto.
Pois um belíssimo dia, depois de almoço, abro a dita e tenho um carro estacionado a impedir a saída dos dois veículos. É que não estava sequer arrumadito do lado esquerdo, ou do lado direito, embora pudesse. Estava mesmo no meio. Boa! Assim ninguém saía ou entrava na minha garagem. E por acaso éramos dois a querer sair para os respectivos trabalhos.
Numa primeira fase entrou em acção uma buzina. Toca a apitar para ver se aquilo que à partida parecia um carro normal seria de alguém que estivesse nas redondezas.
O tempo foi passando e nada. E foi passando e nada.
Chamei a guarda, expliquei a situação, solicitei um reboque. E o tempo a passar. E a minha aula na Secundária do Marco de Canavezes já há muito expirada.
Entretanto chegou a guarda e chegou o reboque. E chegou o extraterrestre. E tenho a certeza de que era um extraterrestre, disfarçado de mulher/educadora de infância normal, porque chegou irritada connosco, por termos chamado a guarda e por termos chamado um reboque. Sim, porque afinal nós não temos nada que ter a porta da garagem exactamente onde o extraterrestre decide estacionar a sua nave espacial disfarçada de carro normal.
Por isso é que eu tenho a certeza. Naquele dia contactei com um extraterrestre disfarçado de mulher/educadora de infância normal. Porque uma mulher/educadora de infância normal teria chegado e pedido desculpa pelo transtorno causado a duas pessoas que foram impedidas de trabalhar durante grande parte daquela tarde.
E não foi o caso. Não pediu.
Pediu foi explicações por eu ter tido o atrevimento de ter uma garagem mesmo mesmo no sítio onde ele decidiu estacionar o seu veículo disfarçado de carro normal.
É por isso que a minha experiência de contactos com extraterrestres é longa.
E é por isso que de vez em quando voltarei a este tema neste blogue.
É que eles andam por aí. E são mais do que à partida se poderia pensar.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Gotan Project - Diferente

Gotan Project - Diferente

Gottan Project foi-me apresentado pela Joana.
O site oficial desta banda, radicada em Paris, e composta por três elementos de três nacionalidades diferentes, é uma beleza. Coincidência. Aqui vim encontrar as cores que uso na minha página web e nas apresentações em power point: preto, branco, vermelho. E que uso aqui mesmo no blogue. Gostava de ter um site assim belo, sóbrio, excessivo.
E a música de Gotan Project me encanta. São tangos e mais tangos electrónicos, reinventados, poderosos, travestidos de novas musicalidades e sensualidades. Me encanta.
Gracias Juanita.

http://www.gotanproject.com/

Gotan Project - Santa Maria (Del Buen Ayre)

Gotan Project - Santa Maria (Del Buen Ayre)

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Compota de Figos


Compota de Figos - Amarante - Portugal
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Compota de Figo

Hoje foi dia de fazer compota de figos. Já não há mãe para me mimar com compotinhas caseiras e orquídeas. Agora se as quero tenho que meter pés ao caminho.
E assim foi hoje com a compota de figos. Pela primeira vez feita sem os preciosos conselhos da minha mãe que era uma cozinheira exemplar.
O meu pai trouxe-me os figos pingo de mel da sua figueira, inteirinhos, sem mácula. Escaldei-os, operação muito simples que consiste em colocá-los numa bacia furada e deitar água a ferver por cima dos ditos. Contrariamente ao que possa parecer, os figos ficam rijos, rijos. Ficaram então prontos para ir para a panela com metade do seu peso em açúcar e dois paus de canela. E foi tempo de os deixar repousar umas horas. Depois foi só deitar pouco mais do que umas gotas de água e deixar ferver em fogo mais ou menos lento para ganhar ponto. As horas necessárias até o líquido ficar mais espesso e começar a ganhar uma espécie de espuma. E depois é só deixar arrefecer. E comer.
A minha compota de figos já arrefeceu e devo dizer que passei na primeira vistoria exigente, a do meu pai, que achou a compota uma maravilha e tal e qual a da minha mãe.
Falta agora a vistoria exigente da Joana que adorava tudo o que a avó preparava na cozinha.
Estarei a caminho de ser uma mãe normal?

Josh Ritter - Girl In The War

Josh Ritter - Girl In The War

Peter said to Paul you know all those words we wrote
Are just the rules of the game and the rules are the
first to go But now talking to God is Laurel begging
Hardy for a gun I got a girl in the war man I wonder
what it is we done
Paul said to Peter you got to rock yourself a little
harder Pretend the dove from above is a dragon and
your feet are on fire But I got a girl in the war Paul
the only thing I know to do Is turn up the music and
pray that she makes it through
Because the keys to the Kingdom got lost inside the
Kingdom
And the angels fly around in there but we can¹t see
them I got a girl in the war Paul I know that they can
here me yell If they can¹t find a way to help her they
can go to Hell If they can¹t find a way to help her
they can go to Hell
Paul said to Peter you got to rock yourself a little
harder Pretend the dove from above is a dragon and
your feet are on fire
But I got a girl in the war Paul her eyes are like
champagne They sparkle bubble over and in the morning
all you got is rain They sparkle bubble over and in
the morning all you got is rain They sparkle bubble
over and in the morning all you got is rain


http://www.joshritter.com/historical/

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Helder Barros

Helder Barros

O meu amigo e colega Helder Barros é certamente um dos meus leitores mais assíduos e fiéis. Acho que até tem um certo carinho por este blogue. Porque o viu nascer, sentado que estava do meu lado esquerdo, e lhe deu uma mãozinha quando ele ainda nem tinha pernas para andar e nem eu, sua autora, sabia se algum dia andaria.
Mas a verdade é que ele sempre acreditou que eu seria capaz até de o pôr a correr e isso incentivou-me a continuar, a continuar a postar!

O blogue apareceu-me numa fase complicada da vida.
Morta a mãe, sobrava-me o tempo para chorar banha e ranho aqui por casa... e o blogue obrigou-me a pensar noutras coisas e tornou-se para mim uma companhia/tarefa que me fez chorar algumas vezes, que me obrigou a sorrir muitas outras e a rir ainda mais. Revelou-se, por isso, uma terapia muito saudável que eu vou praticando todos os dias.

Pois o Helder, para além de ser um dos meus leitores mais fiéis é, sem qualquer dúvida, o meu mais fiel comentador. E disto não resta qualquer dúvida. Basta percorrer o blogue. E confesso. Habituei-me a receber os seus comentários. E se não os recebo até acho estranho e sinto o blogue meio órfão e abandonado!
Rapaz expert de informática é o meu 112 no que a computadores diz respeito... "Helder... trabalho! Não consigo... " Bem, e o rapaz lá vem em meu socorro e lá me explica. Que paciência!
E a Joana agradece.
E eu tenho que confessar... às vezes fico loirita! No caso, loirita informática!
Mas já vão longe os tempos em que acabando-se a pilha do rato eu berrava "Joana, o rato avariou!!!" sujeitando-me ao gozo pegado do "Por amor de deus, mãe! E se lhe mudasses as pilhas?"
É por estas e por outras que devo agradecimentos públicos ao Helder. Com direito a post e tudo porque agradecimentos só nos comentários é pouquito.
Já tardava! Calhou assim.
Foi agora.

"Não há Longe nem Distância"


Voos - Essaouira - Marrocos
Fotografias de Artur Matias de Magalhães

"Não há Longe nem Distância"

(...) «A Gaivota curvou sobre o mar,
sobre os montes, sobre as ruas e pousou
delicadamente no cimo do teu telhado.
"Porque o mais importante", disse,
"é que tu conheças essa verdade.
Até te aperceberes dela, até a compreenderes
inteiramente, "apenas a podes demonstrar
com coisas pequenas e com ajuda
exterior de máquinas, pessoas e pássaros.
Mas lembra-te", continuou ela:
"o facto de não ser reconhecida, não faz
com que a verdade deixe de ser
Verdadeira." E partiu.» (...)
Richard Bach

domingo, 9 de setembro de 2007

Women in Film

Women in Film

Eu Não Sou de Ninguém


Diluição - Nouakchott - Mauritânia
Fotografia de Artur Matias de Magalhães

Eu Não Sou de Ninguém

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Eu não sou de ninguém!... Quem me quiser
Há-de ser luz do Sol em tardes quentes;
Nos olhos de água clara há-de trazer
As fúlgidas pupilas dos videntes!

Há-de ser seiva no botão repleto,
Voz no murmúrio do pequeno insecto,
Vento que enfuna as velas sobre os mastros!...

Há-de ser Outro e Outro num momento!
Força viva, brutal, em movimento,
Astro arrastando catadupas de astros!
Florbela Espanca

sábado, 8 de setembro de 2007

Conversas com Extraterrestres



Conversas com Extraterrestres

(Ou de como as Mulheres Conseguem Ser Umas Parvas Ridículas)

Ao longo da minha vida tem-me acontecido por diversas vezes conversar, sem o saber à partida, com extraterrestres. E digo sem o saber porque eles andam por aí disfarçados de gente normal, não o sendo.
A conversa que vou relatar hoje aconteceu, há uma meia dúzia de anos, na Escola Secundária do Marco de Canaveses mas podia ter acontecido num qualquer ponto deste país que vai teimando em permanecer pequenino pequenino. Podia mesmo ter acontecido aqui em Amarante, terra que adoro fisicamente mas onde me sinto, frequentemente, um peixinho fora de água, a sufocar sem oxigénio.
Pois estava eu em amena cavaqueira com uma colega minha, professora, licenciada, em plena sala de professores, quando vem à baila cabelos e penteados.
Vai daí pergunta-me ela "E o teu marido deixou-te cortar assim o cabelo?"
Tenho a certeza que olhei para ela como quem olha para um extraterrestre e, naquele momento, tive a certeza que estava a falar com um... disfarçado de mulher normal!
Lá tive eu que lhe explicar que o cabelo que tenho na minha cabeça é meu, não sai, estando mesmo preso ao meu couro cabeludo. E que por acaso o Artur também tem cabelo dele, que está igualmente preso ao seu couro cabeludo.
Mas não tenho a certeza se o extraterrestre, disfarçado de mulher normal, entendeu a minha explicação e tive mesmo a sensação de que não falávamos a mesma linguagem!
E hoje, estava eu no café a conversar com a minha amiga Alice, falando do comportamento dos homens, que andam um pouco perdidos não sabendo o seu papel ao lado duma mulher, e do papel desempenhado por algumas mulheres que conseguem ser umas parvas ridículas, quando ela me relata uma cena a que assistiu na sua cabeleireira.
Outro extraterrestre, disfarçado de mulher normal, virado para a cabeleireira que lhe tinha sugerido fazer madeixas responde-lhe "Primeiro tenho de perguntar ao meu marido se me deixa fazer madeixas".
E assim concluí que a minha amiga Alice também já presenciou conversas de extraterrestres disfarçados de mulheres normais.
É, eles andam por aí disfarçados.
É, eles andam por aí.

Safa que não gosto mesmo desta normalidade!!!!!

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Guggeinheim









Guggeinheim - Bilbao - País Basco - Espanha
Fotografias de Artur Matias de Magalhães

Guggeinheim

Depois do registo intimista de ontem apetece-me voltar a este edifício de génio arquitectónico. Agora na versão "fotografia horizontal". Ainda mais belo! E sem mais comentários.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Gravidez e Bikini Brasileiro


Gravidez - Amarante - Portugal
Fotografias de Artur Matias de Magalhães

Gravidez e Bikini Brasileiro

A minha amiga de infância, V, esteve cá em casa e em conversa comigo e com o A obrigou-me a recordar episódios da minha vida de rapariga contestatária relativamente à mentalidade retrógrada que reinava em Amarante no início dos anos oitenta. E digo reinava sem ter a certeza se não continua a reinar, agora mesmo, em pleno século XXI.
"Ó A e quando ela escandalizava Amarante, grávida, de bikini, nos Poços!" O Artur riu-se recordando a cena. "Foste a primeira!" continuou ela, agora virada para mim.
De facto acho que fui. Porque fui a primeira de nós todas a casar. Porque fui a primeira de nós todas a engravidar. E porque habituadinha aos Poços desde ganapa de colo não ia agora trocar de indumentária! E devo dizer que a indumentária de banho das grávidas, no início dos anos oitenta, era constituída por um fato de banho, horroroso de grande, com uma espécie de avental destinado a disfarçar a barriga. Ora eu e os aventais sempre tivemos um problema grave de incompatibilidade. E eu ia agora esconder a minha barriga de grávida, a minha melancia como eu sempre lhe chamei, por detrás de um avental horroroso! Vinte e um aninhos e eu ia agora deixar de usar o meu bikini brasileiro (os primeiros bikinis brasileiros começavam a fazer furor nas lojas do Porto) oferecido pela minha querida cunhada O que a cada passo chegava do Brasil, onde vivia, com novo stock para cada uma das suas irmãs e para mim, sua única cunhadinha à época.
E aquele era lindo! Azul e branco. Minúsculo!
É, sou capaz de ter escandalizado a praia Aurora porque chegava pavoneando a minha barriga, que eu adorei ter, e porque me despia ficando dentro daquele minúsculo bikini brasileiro. E escandalizava por certo com o meu comportamento porque fazia buracos na areia, guardando lá a minha barriga, matando saudades de me deitar com ela para baixo. E continuava a ir em bando para o areal com os meus amigos e amigas que me iam afagando a barriga, afagando assim a minha Joana. E riamos com um pezito ou outra coisa qualquer que aparecia de vez em quando, sem se fazer anunciar, saliente na minha barriga morena morena de grávida feliz.
Não sei se foi a fase da minha vida mais feliz. O que sei é que foi a fase da minha vida mais bonita.

Obrigada J.

Nota - E a loira que eu carrego ao colo é a M, aquela com quem eu treinei e me preparei bastante para a chegada da J (aqui postada ainda dentro do casulo), dando papas, biberões e mudando fraldas. Nesta fotografia registando a sua primeira ida à neve. Recordo-a a dizer "Tá pia!" como mais tarde haveria de dizer a sua prima J!
 
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