sexta-feira, 26 de abril de 2019

"Nenhuma Pessoa É Uma Só Vida"


"Nenhuma Pessoa É Uma Só Vida"

Hoje, volto a sussurrar ao vento este provérbio aborígene que apela à aceitação do momento em que dobraremos a esquina e deixaremos este mundo, definitivamente, para trás. Mais ou menos contrariados, mais ou menos preparados, de forma súbita ou bem interiorizada, todos dobraremos esta esquina porque todos estamos aqui de passagem, porque somos todos visitantes deste tempo, deste lugar. O nosso objectivo é observar, crescer, amar... e depois vamos para casa.
Entretanto, agarremos as palavras sábias de Mia Couto:
"Nenhuma pessoa é uma só vida." 

quinta-feira, 25 de abril de 2019

"25 de Abril, Sempre!"







"25 de Abril, Sempre!!!!!!!

Hoje, passados 45 anos sobre o 25 de Abril de 1974, republico um trabalho colectivo realizado por alunos do 4.º ano de escolaridade, aquando das comemorações dos 25 anos da Revolução dos Cravos, no já "longínquo" ano de 1999. Uma data significativa que foi assinalada, a nível local, entre outras iniciativas, pelo lançamento de um concurso destinado aos alunos que frequentavam, à data, o 1.º Ciclo da escolaridade básica.
Pois este concurso foi ganho por um grupo de alunos que frequentava a escola de Cepelos, alguns dos quais viriam a ser, uns anos mais tarde, meus alunos de História na E.B. 2/3 de Amarante.
O Luís teve a gentileza de me enviar por e-mail este maravilhoso trabalho no já longínquo ano de 2008, escrito e ilustrado por este grupo de cinco crianças constituído por Joana Raquel Teixeira Moreira; Luís Paulo Teixeira Pereira; Dolores Magalhães Mota; Eduardo Daniel Macedo Pinheiro e Tiago José Fonseca Coelho.
Aqui o deixo para leitura e observação atenta. Passados todos estes anos, muitos dos problemas por eles focados ainda se mantêm, infelizmente, actuais.
Nota - Para ampliar é favor clicar sobre as imagens.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Encostar às Boxes

Eu por Aí 
Fotografias de Miguel Matias

Encostar às Boxes

São já 57 mil quilómetros de coça variada dada a este veiculo que, volta e meia, geme a bom gemer à conta dos caminhos das pedras sem fim que eu decido percorrer, intercalados com raros mas muito saborosos momentos de espampanantes pausas.
As revisões, feitas amiúde, são para cumprir religiosamente, muda o óleo aqui, substitui uma vela acolá, pneus novos de quando em vez também podem ser precisos, hora de substituir o farolim não sei das quantas e o pára-choques convém não chegar ao ponto de ficar preso por arames, olha os calços dos travões que estão já mais do que nas lonas... e tudo o mais que se possa imaginar num veiculo todo o terreno como o que eu uso todos os dias da minha vida e que é a minha carcaça.
E é assim que, volta e meia, é preciso arrumar a carga nos contentores para encostar às boxes voando pelo espaço fundo.
Rugem baixinho os motores... cantemos...

A carga pronta metida nos contentores
Adeus aos meus amores que me vou
P'ra outro mundo
É uma escolha que se faz
O passado foi lá atrás

A carga pronta metida nos contentores
Adeus aos meus amores que me vou
P'ra outro mundo
Num voo nocturno num cargueiro espacial
Não voa nada mal isto onde vou
P'lo espaço fundo

Mudaram todas as cores
Rugem baixinho os motores
E numa força invencível
Deixo a cidade natal
Não voa nada mal
Não voa nada mal
Não voa nada mal
Não voa nada mal
Não voa nada mal

Pela certeza  dum bocado de treva
De novo Adão e Eva a renascer
No outro mundo
Voltar a zero num planeta distante
Memória de elefante talvez
O outro mundo.

É uma escolha que se faz
O passado foi lá atrás
E nasce de novo o dia
Nesta nave de Noé

Um pouco de fé
Um pouco de fé
Um pouco de fé
Um pouco de fé

Um pouco de fé
Um pouco de fé
Um pouco de fé
Um pouco de fé


Vigília Nacional - Basta de Violência Contra os Professores



Vigília Nacional - Basta de Violência Contra os Professores

Vigília Nacional - Basta de Violência Contra os Prpofessores
Aderir à vigília (determinante):
Todos os colegas devem inscrever-se na cidade onde participarão (inscrição até dia 25 de abril)!
Basta clicar no LINK do evento / "Discussão"
Embora esteja aberta a marcação de vigílias em qualquer localidade, apenas os locais com 100 ou colegas garantidos serão incluídos no cartaz, a publicar e divulgar, depois de dia 25 de abril.
Isto para evitar efeitos contrários ao pretendido, ou seja, como todos sabemos, uma fraca presença de professores num determinado local, poderá ser um fator de desmobilização e passar uma fraca imagem da nossa classe…
Sobre o evento (como consta no próprio evento):
Todos os professores e os membros de todas as comunidades educativas, UNIDOS, devem expressar ao país o seu total repúdio face a todo o tipo de violência: “A escola é para ensinar e aprender não é para sofrer”!
No último episódio visível de violência escolar, amplamente público, um professor de 63 anos, na Escola Básica Francisco Torrinha (Porto) foi vítima de um crime público na sala de aula.
Mas este episódio é apenas a “ponta do iceberg”, pois todos nós já estivemos em escolas e/ou conhecemos colegas que foram vítimas, muitos dos quais por medo, vergonha, ou por receio da Direção, ficam calados!
Sentir repúdio não basta para combater uma problemática como esta, é preciso AGIR!
Iniciativa da vigília:
A iniciativa foi da colega Anabela Sousa, e surgiu na sequência do episódio mediático mais recente de violência contra um professor (referido anteriormente), tendo levantado uma onda de apoio nas redes sociais. Entretanto juntaram-se outros colegas de todo o país, os quais estão a ajudar a organizar e a partilhar a Vigília.
Dos contactos estabelecidos com sindicatos docentes, apenas obtivemos o apoio do S.TO.P, tendo o próprio sindicato lançado o desafio aos restantes sindicatos para se juntarem, infelizmente sem obter, também, resposta.
Qualquer outro esclarecimento, disponham,
Desde já o nosso muito obrigado,
Anabela Sousa e Pedro Monteiro

sábado, 20 de abril de 2019

A Palavra a Emanuel Queirós - O TÂMEGA DE CIDADÃOS LIVRES

Fotografia retirada do mural de José Emanuel Queirós

A Palavra a Emanuel Queirós - O TÂMEGA DE CIDADÃOS LIVRES

O texto é maravilhoso, lúcido... e irónico. Hoje dou a palavra a um dos poetas do Tâmega que escreve em prosa bela, dizendo muito do que há para dizer nesta altura do caminho por um Tâmega livre.

"A notícia divulgada na comunicação social por voz do ministro do Ambiente na Assembleia da República, na passada terça-feira (16/04), de que fora cancelada a construção da famigerada barragem apontada a Fridão, foi recebida com diferenciado estado de emoção entre autarcas com os olhos colocados no saco dos euros das compensações, e cidadãos que jamais alienarariam patrimónios naturais intemporais de todos e a segurança comum.
O efeito da nova anunciada na grande informação, repercutido no vale, teve uma dinâmica propulsora surpreendente, por tantos novos amigos o Tâmega subitamente conquistou.
De ilustres cidadãos e eleitos que celebraram a ‘decisão’ governamental, retardada por conveniências cruzadas no Ministério do Ambiente, por todos estes 12 anos de esclarecimentos, de debates públicos e privados, de confronto de posições, de denúncias públicas, de moções, de votações, de petições, de comunicados, de opiniões publicadas e de voltas dadas pelo Tâmega, acima e abaixo em jornadas de luta, jamais tive a felicidade de os reconhecer e acompanhar com semelhante empenho na mesma luta.
Ocorre irresistível tentação de endereçar cordiais felicitações a esses novos soldados que, agora, generosa, espontânea e livremente fazem questão de se associar à causa do Tâmega, recomendando a sua férrea e firme consciência ambiental para que prossigamos a luta pelo Tâmega livre barragens e do encascatamento que o rio está a ser alvo a montante de Mondim de Basto - dado que sobre Fridão deixaram de pesar os nevoeiros hidroeléctricos da EDP -, antes que o vale seja transformado numa cascata de águas mortas e permaneça a ameaça de montante, para a qual, todos juntos, continuaremos a ser poucos.
Do afogamento do vale, por efeito do represamento do rio no escalão de Fridão, Celorico de Basto e Mondim de Basto poderão continuar a usufruir da bênção de uma paisagem de valor natural singular, enquanto a cidade de Amarante fica a salvo da configuração ameaçadora da mais próxima guilhotina, que seria erguida a 4 e 6 quilómetros a montante da cidade.
A batalha que presentemente todos celebram em Amarante e no Tâmega, a todos convocava igualmente desde o início, quando muitos observaram obediência às correntes oficiais com a crítica aos que pareciam estar empenhados nalguma causa poética.
Para incómodo e desespero dos patrões das eléctricas posicionados como proprietários ausentes do vale, do Alto ao Baixo, ainda há poetas que ousam escutar a voz do Tâmega nos seus murmúrios e apelos, a quem – a cada um dos amigos dessa estirpe que se propagou às Universidades e em Lisboa infectou os aposentos ministeriais –, endereço emocionada saudação!...
O Tâmega é um estado de alma transbordante e um compromisso existencial perene, a quem Golias não atemoriza nem diminui com o brilho do ouro ensacado para comprar concertos, instrumentos, bolas e fatos de treino para miúdos. Exige atalaias despertas, redobrados esforços e união entre combatentes ribeirinhos, nele pontuados de Vidago a Amarante, a que ficaram associados ambientalistas militando em associações e deputados posicionados em partidos autónomos das alternâncias governativas.
Muitas foram as jornadas que se prolongaram pela noite e madrugada em quilómetros de leituras e estradas percorridas, como inúmeros são os protagonistas em vários pontos do país, nos momentos e circunstâncias, convocados por convicta e inabalável fidelidade ao Tâmega.
De cidadãos disponíveis e intervenientes pelos valores presentes no meio, sem esperar tributos nem retribuições, esta conquista foi alcançada com o mesmo entusiasmo e juízo com que partimos para enfrentar quem apareceu, no Município de Amarante, na administração da eléctrica e em seus mais altos e credibilizados avençados!...
Lembrando, por último, quem de novo se associou ao ponto final colocado no ilegal e demoníaco projecto hidroeléctrico lançado pelas eléctricas para Fridão - Amarante, cabe referir e sublinhar que, nos actos de cidadania consecutivamente desenvolvidos durante mais de uma década, ganhou o Tâmega de cidadãos livres, afrontando os mais poderosos interesses que fazem seus jogos no aparelho do Estado português e já tinham estas terras contabilizado como suas."

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Um Dia no Circo... perdão, na Assembleia da República


Um Dia no Circo... Perdão, na Assembleia da República

A minha primeira experiência na Assembleia foi traumatizante, confesso, e deveu-se a uma indignidade chamada PACC que me fez meter pés a caminho desde Amarante até Lisboa, num já longínquo dia de Dezembro de 2013, tutelava Crato o ministério, estava no poder a coligação PSD/CDS .
No passado dia 16, cumpri o meu segundo dia traumatizante, confesso, a acompanhar os "trabalhos" na/da Assembleia da República à conta da ILC e de novo o mesmo circo, tutela agora Tiago Brandão Rodrigues o ministério, está no poder a geringonça PS apoiada pelo BE e PCP.
Sobre o que assistimos, de cima, das galerias do povo, dou a palavra à professora Susana Dias, destacando o momento de protesto maior dos professores - O ministro começou a falar e nós, professores, começamos a abandonar o hemiciclo. Precisávamos de ar mais fresco e despoluído. Precisávamos de vincar um divórcio. Precisávamos de o informar, de novo, que jamais desistiremos do que é nosso por direito - 9 anos, 4 meses e 2 dias - foi tempo efectivamente trabalhado, é tempo que deverá ser contabilizado para a nossa carreira. Ponto!

"Ontem, saí da Assembleia da República com um sabor amargo na minha consciência. Presenciei uma intenção burlesca de debate sobre as várias propostas de contagem do serviço dos professores. O mais risível foi ver os deputados trocarem galhardetes quando nenhum dos partidos pode lavar as mãos sobre o roubo do nosso tempo de serviço. A certa altura parecia que assistíamos a um circo burlesco onde as bocas ostensivas, os esgares, as mãos levantadas, as risadas escarninhas demonstraram o tom de paródia que o tema tinha ganho! É pá, senti revolta e asco ao assistir aquela cena de tasca de esquina, mais ainda quando o imberbe do ministro da educação tomou a palavra! Que falta de respeito! E levantei-me e saí da galeria. Afinal, era do meu tempo de serviço que se riam, foi tempo que eu dei à escola que transformaram em esgrima intelectualmente desonesta! O ministro imberbe ainda teve coragem de insinuar que a nossa saída devia estar combinada com o PSD!! Mas por acaso pensa que sou/somos paus mandados? Servis de partidos ou ideologias?! Talvez andem muit@s por aí, demasiad@s talvez, mas há muit@s que não hipotecam a sua liberdade intelectual a ninguém! Se for para hipotecar que a apólice seja de reconhecido mérito e dignidade! Se é desta forma que os deputados tratam os restantes assuntos de estado, vou ali e já venho! Desempenham muito mal o cargo para o qual lhe delegamos poder! Nas eleições, que nenhum professor esqueça o roubo do seu tempo de serviço!"

Nota - Pode ver aqui o filme dos acontecimentos contado pela RTP1, a partir do minuto 19.

ILC - A Palavra a Alexandre Henriques


ILC - A Palavra a Alexandre Henriques

Chegou hoje ao fim a vida da ILC, mas atrevo-me a dizer que a ILC ficará para sempre gravada na memória de todos os que acreditaram que era possível fazer mais do que desabafar na sala de professores. Confesso que fiquei surpreendido por apenas o PS ter votado contra, pois os restantes partidos apresentaram projetos próprios para a recuperação integral do tempo de serviço congelado.
Uma palavra para o Bloco de Esquerda e PAN, que votaram a favor da ILC, mostrando coerência com o que disseram ao longo destes meses.
Votos: contra do PS, abstenção do PSD, CDS, PCP e Verdes e votos a favor do BE e do PAN

Em modo de balanço permitam-me a seguinte reflexão…
  • Sempre tive a consciência que a ILC a passar seria um verdadeiro milagre democrático. A nossa jovem democracia ainda não amadureceu o suficiente para que a Assembleia da República veja com bons olhos iniciativas de cidadãos. A tendência para catalogar estes movimentos politicamente, mina logo à partida qualquer iniciativa que até tem uma visão equidistante a nível político. Além disso, a necessidade de ter 20 mil assinaturas, prova que a Assembleia da República não quer muitas destas iniciativas. Os problemas da plataforma mostraram também que a casa da democracia precisa de estar mais aberta e preparada para a voz do povo. Lamento a dificuldade que foi conquistar as 20 mil assinaturas. Num universo de 100 mil professores e sendo este um tema transversal à maioria dos docentes, o tempo e a resistência em conseguir as assinaturas foi uma surpresa desagradável. 
  • Esta dificuldade foi maior, em grande parte, pela aversão dos sindicatos (exceto o S.TO.P que sempre apoiou esta causa) em unir-se aos professores, curiosamente aqueles que representam. Muito foi dito e muito foi feito para prejudicar a ILC, algo que deveria envergonhar uma classe de sindicatos que revelou pouca tolerância para ações externas ao seu domínio. Confundiram claramente a intenção de um grupo de professores independentes, por esquemas e jogadas partidárias ou de roubo de protagonismo. Podiam ter dito que respeitavam a iniciativa e seguiam o seu caminho, infelizmente não foi assim… A ILC teve um adversário inesperado com meios que os professores organizadores nunca tiveram. 
  • A aposta de tudo ou nada e de uma só vez para a recuperação dos 9-4-2 não foi por acaso. Quando se parte para uma negociação, partimos com o objetivo máximo, mas cientes que a ILC seria sempre uma porta a outras propostas ou até a uma alteração no prazo da recuperação, embora que inferior ao que está a ser apresentado. Apresentar um número de anos para a recuperação do tempo de serviço seria contraproducente, até porque sabíamos que essa era uma matéria da competência dos sindicatos e nunca foi nosso intuito calcar os pés de ninguém. 
  • A ILC morreu, mas caiu de pé! Apesar das dificuldades, ficará para sempre a memória de que é possível praticar a democracia. 
  • Por fim, uma palavra de agradecimento a todos os meus colegas que tanto lutaram pela ILC, quer dentro da comissão, quer por esse país fora, provando que é possível unir a comunidade educativa. 
Alexandre Henriques  (este artigo é uma opinião pessoal e não vincula qualquer membro da comissão da ILC)

segunda-feira, 15 de abril de 2019

Programa para Dia 16-04-2019


Assembleia da República - Lisboa
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Programa para Dia 16-04-2019

Amanhã, a partir das 15 horas, estarei na Assembleia da República para assistir aos trabalhos dos senhores deputados que debaterão e votarão, em sessão plenária, a recuperação/contagem do tempo de serviço para efeito de progressão na carreira dos professores e que decorre dos quase dez anos de congelamento, 9A4M2D para ser mais exacta.
A ILC, Iniciativa Legislativa de Cidadãos, lá estará, atirada para as calendas gregas, numa de tudo ao molho e fé em deus. Relembro que o “Projeto de Lei n.º 944/XIII/3.ª (Cidadãos)” pugna pela “Consideração integral do tempo de serviço docente prestado durante as suspensões de contagem anteriores a 2018, para efeitos de progressão e valorização remuneratória”, contagem integral da qual nunca desistiremos.
Entretanto deixo-vos com o relato feito pelo Paulo Guinote, no Público, sobre as peripécias inacreditáveis da ILC desde que foi parida faz por estes dias um ano.

Quanto aos prognósticos, como dizia o outro, só depois do jogo. E o jogo tem fortes probabilidades de ser coisa indigna.

Notre-Dame a Arder


Notre-Dame a Arder

E, ao arder, arde um dos ícones de Paris e da Europa e do Mundo.
Que dia triste. É um dos edifícios góticos mais belos que desaparece diante dos nossos olhos incrédulos. :(

domingo, 14 de abril de 2019

Desintoxicação

Barca - Serra da Aboboreira - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Desintoxicação

A desintoxicação faz-se, por estes dias, em contacto íntimo com a Natureza.
Tem sido assim, na Barca, de corta relva nas mãos a dar cabo do canastro às ervas e aos silvados que se vão pondo loucos, cortando tudo rentinho à terra agora, para que não haja problemas de maior no Verão.
Amo o meu campo, a minha terra, os meus carvalhos, os meus castanheiros, os meus musgos, os meus muros, os meus caminhos...

sábado, 13 de abril de 2019

A Palavra a Maurício Brito

Imagem recolhida na net

A Palavra a Maurício Brito 

Quem somos: 

Pertenço a um grupo de professores, sem ligações partidárias ou sindicais, que nunca compreendeu como o governo conseguiu chegar ao célebre número de 600 milhões de euros de despesa anual com a contabilização do tempo congelado da carreira docente. Pareceu-nos, desde o início, um valor excessivamente elevado.

Porque foram feitas as contas: 

O objetivo foi tentar perceber de que forma o governo chegou a esse valor. Foi afirmado diversas vezes, através de comunicados do Ministério das Finanças, do Ministério da Educação ou por elementos do próprio governo – inclusive o próprio primeiro-ministro -, que a exigência dos professores na recuperação total do tempo de serviço congelado para efeitos de carreira, corresponderia, e cito, “a um aumento permanente da despesa de 600 milhões de euros por ano” e que isso seria incompatível com “o compromisso com a sustentabilidade das contas públicas”. Ora, não sendo especialistas na área das finanças, mas não tendo esquecido como se fazem operações aritméticas mais básicas, tornou-se fundamental para nós averiguar esse valor. Tendo uma noção das variáveis que entram nesta equação, era evidente que os números apresentados pelo governo e que ganharam eco na comunicação social seriam tremendamente excessivos.

Que variáveis são essas e como foram feitas as contas: 

Fundamentalmente duas: o número de professores por ano de cada escalão e as tabelas de vencimentos da carreira docente. Através de dados que são do domínio público – um documento entregue pelo Ministério da Educação aos Sindicatos numa reunião realizada no dia 24 de janeiro de 2018, em que é apresentado o número de professores que se encontram em cada ano de cada escalão, e as tabelas de vencimentos da Carreira Docente -, foi realizado um trabalho que pretendeu avaliar o peso que a progressão de todos os docentes teria na despesa do Estado Português com a contabilização dos 9 anos 4 meses e 2 dias. Primeiramente, foi feito um estudo simulando a contabilização de todo o tempo, de uma só vez, no dia 01 de janeiro de 2018. Posteriormente, já este ano, foram feitos dois estudos: um tendo em conta a contabilização total no dia 01 de janeiro de 2019, numa única vez também, e outro onde as contas apresentam os resultados de uma solução faseada em 7 anos, copiando a encontrada na Região Autónoma da Madeira.

Os resultados a que chegámos: 

De uma forma resumida, podemos afirmar que a despesa do Estado rondaria os 300 milhões de euros – metade do valor que o governo apresenta. E que se falarmos numa solução como a encontrada na Madeira, ou seja, diluída em 7 anos, não chega a 50 milhões de euros (acumulativos) anuais.  Como explicar essa diferença: Para isso seria fundamental entender como chegou o governo aos números que apresenta. A verdade é que os cálculos que alicerçam esse repetido valor de 600 milhões nunca foram apresentados. Nem mesmo o grupo de trabalho, pretensamente criado pelo governo no ano passado para produzir uma estimativa rigorosa dos custos das progressões, apresentou quaisquer resultados até ao momento. Vários grupos parlamentares já solicitaram as contas ao governo e, até agora, nada. De qualquer forma, acreditamos que a diferença se justifica, fundamentalmente com a apresentação por parte do governo de valores ilíquidos, englobando despesas e receitas nas mesmas contas.

Qual a explicação para nunca terem sido apresentadas as contas pelo governo: 

Acreditamos que pelo facto de não ser possível chegar a esses números afirmando que se tratam exclusivamente de despesa. Os 600 milhões englobam valores que entram nas receitas do Estado, logo, que não podem ser apresentados como despesa. E também pelo facto de não interessar ao governo dizer que uma solução como a aplicada na Madeira acarretaria uma despesa líquida anual que não chegaria, sequer, a 50 milhões de euros. O que seria da credibilidade de um governo que afirmou vezes sem conta que o estado gastaria mais de 600 milhões de euros anualmente se tivesse que assumir que uma solução faseada acarretaria num acréscimo anual inferior a 50 milhões líquidos, ou seja, um valor 11 vezes inferior ao que sempre apresentou? Por isso afirmamos que a argumentação da sustentabilidade das contas públicas é, nesta matéria, um escandaloso logro.

De qualquer forma são valores muito diferentes: 

Mesmo que o governo afirme que do ponto de vista da contabilidade orçamental apresenta o valor ilíquido, ele tem forçosamente de dizer que os impostos entram na rúbrica das receitas. Temos de ser sérios quando falamos de contas públicas, principalmente quando temos responsabilidades directas na matéria. Será politicamente correcto afirmar que a despesa do estado com esta contabilização ronda um montante sem referir que nesse valor está contabilizado o que é/seria retido na fonte dos salários de todos os professores? Os 600 milhões são um mito facilmente desmontável. Estranho é que ninguém com responsabilidades tenha, até ao momento, demonstrado verdadeiro interesse em estudar a veracidade desse valor.

O que temos feito para confirmar as nossas contas: 

Desde janeiro deste ano que tentamos submeter as nossas contas e os próprios números apresentados pelo Governo sobre o custo da recuperação integral do tempo de serviço docente a um estudo especializado. Iniciámos um processo de contactos a vários níveis, desde empresas reconhecidas na área da auditoria até investigadores universitários na área da Educação e Finanças, deixando sempre claro que o mesmo seria pago. Foram cerca de 20 contactos efetuados até ao momento. Realço que alguns deles foram feitos a empresas de auditoria das mais famosas a nível nacional e mundial, como a Deloitte, a Ey Portugal, a UHY ou a Grant Thornton Portugal.

Quais foram respostas: 

Estranhamente (ou não), houve contactos que ficaram sem qualquer resposta e outros que, pelas mais variadas razões, optaram por recusar realizar tal estudo. Houve respostas, digamos, para todos os gostos. Fundamentalmente, a justificação para a maior parte das recusas foi a existência de compromissos anteriormente assumidos.

A minha estranheza: 

Algumas empresas – nenhuma das acima citadas, deixo já claro – optaram por responder telefonicamente, recusando o estudo, alegando que a exposição mediática de um trabalho desta natureza poderia ser-lhes prejudicial. O mais curioso foi ouvir algumas afirmarem que os nossos números estariam correctos e que o governo não deveria apresentar como despesa efectiva um total ilíquido, ou seja, que não consideravam sério afirmar que a despesa seja a apresentada de 600 milhões anuais.

Como entendo estas recusas: 

Estamos perante um governo que recorreu à desinformação e à ocultação de dados, unicamente para dominar o debate público da questão. Hoje, todos os comentadores falam dos famosos 600 milhões como uma verdade indesmentível quando na realidade a despesa efectiva não chega a 300 milhões. E que diluída em 7 anos, como na Madeira, fica em menos de 50 milhões anuais. Ora, muito mal está a nossa democracia quando ao querer combater a inverdade através da divulgação de contas precisas, acabamos por assistir ao medo dos que receiam sofrer represálias do poder instalado. É frustrante verificar a dificuldade da elevação do direito de todos à informação precisa, para que cada cidadão possa fazer o seu juízo baseado na transparência de dados correctos. E isso tudo, repito, devido ao receio que muitos sentem do prejuízo que uma exposição mediática possa trazer. Muitos estão reféns do poder e isso é naturalmente preocupante numa sociedade que se pretenda livre e independente.

O que julgo estar em causa:

Há muita desinformação, muitas inverdades repetidas por diversos comentadores que, admito, no caso de alguns, seja por manifesto desconhecimento. O governo lança um número para o ar e muitos assumem que será mesmo verdadeiro. Mas o que está aqui em causa é a base de um argumentário que desmorona por completo, caso a verdade seja conhecida: a “sustentabilidade das contas públicas” tornou-se no fundamento que suporta toda a defesa de uma lógica que deu corpo ao decreto do governo que recupera apenas 2 anos 9 meses e 18 dias. Não são poucos os especialistas na matéria que afirmam que as flagrantes inconstitucionalidades e atropelos ao Código de Procedimento Administrativo estão a ser “esquecidas” ou postas de lado devido à apregoada sustentabilidade orçamental. E isto tudo roça o obsceno, pois na realidade estamos a falar de números muito inferiores. Atrevo-me mesmo a dizer que a contagem de todo o tempo de serviço de todas as carreiras especiais, numa solução como a encontrada na Região Autónoma da Madeira, acarretaria num aumento da despesa efectiva das contas públicas que não chegaria aos 90 milhões de euros anuais ao longo de 7 anos. São números abissalmente distintos: basicamente, o que o governo afirma que gastaria com os professores por ano é o que gastaria com todas as carreiras especiais ao fim de 7 anos. E isto é grave, muito grave.

O que espero que aconteça no dia 16/04, quando o decreto do governo for colocado a apreciação parlamentar:

Não tenho grandes esperanças de que os partidos da oposição cheguem a um consenso nessa matéria. No fundo, o descontentamento da classe docente é algo que, infelizmente, é desejado por muitos, pelos mais diversos motivos. Troca-se, assim, uma fundamental paz nas escolas pelos interesses de agendas, o que é vergonhoso. Nesse mesmo dia será votada, além das propostas de cada um dos partidos que solicitaram apreciações parlamentares, uma Iniciativa Legislativa de Cidadãos, que obteve mais de 20000 assinaturas e que considera que a reposição deveria ser toda feita de uma só vez. Se houvesse verdadeira coragem e vontade política, essa deveria ser a solução adoptada, pois a despesa do estado não chega, efectivamente, a metade da que nos venderam a todos como verdadeira e que, diziam, colocava em causa as contas públicas. Já para não falar que este decreto do governo, a não ser que seja adaptado, fere inequivocamente normas legais ao permitir ultrapassagens entre colegas. A verdade é que todos os partidos, sem excepção, terão enormes responsabilidades neste flagrante atropelo a leis e direitos, uns porque deixaram que isto se arrastasse até a um ano eleitoral, outros porque pretendem que se arraste por mais tempo. Mas pior na fotografia ficarão os que justificarem as suas posições à luz de uma pretensa sustentabilidade orçamental. De qualquer forma, é minha convicção que mais cedo ou mais tarde, através dos tribunais, esta situação será revertida. A contagem do tempo de serviço congelado é algo que ultrapassa a barreira do moralmente justo ou correcto: estamos a falar da aplicação da justiça, da prática do que é de direito.

O tempo não se apaga: conta-se. Todo e para todos, sem excepção.

Maurício Brito

Nota - Via Paulo Guinote

Profs - Boa Páscoa

Profs - Brinde - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Profs - Boa Páscoa

Em luta. Sempre. Mesmo quando jantam juntos às voltas com as gargalhadas, os petiscos e o verde da praxe, na taberna da praxe. O brinde foi a nós - resilientes, fortes, lutadores, enérgicos, pacientes... e o mais que agora aqui nem lembro.

Tchim, tchim, profs! Que a saúde não nos abandone!
Votos de descansada e excelente Páscoa para todos!

Prendinha Inesperada

Prendinha Inesperada . S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Prendinha Inesperada

A prendinha chegou-me inesperada, tomava eu o café da praxe, sempre curto e sem açúcar, no café de sempre, bem no coração do centro histórico de Amarante, e foi-me entregue em mãos pelo próprio senhor Joaquim Fernandes, autor da poesia que agora partilho com todos os meus leitores.
A poesia foi escrita em papel alternativo e desenrascado ali mesmo no Café-Bar S. Gonçalo, inspiradíssima e com graça, numa caligrafia belíssima, em mesa contígua à minha e reza assim:

Anabela Matias

Lhe deve a comunidade
A vigilância aturada
Que exerce sobre a cidade
De forma desinteressada

No seu blog vai dando
Notícias do que se passa
Opinando e alertando
Com denodo e com graça

Sou cidadão interessado
E tenho observado
Lutas que se vão travando

Mas estou à míngua vivendo
Repare que estou escrevendo
Numa ementa que me hao dando

Abril 2019
Joaquim Fernandes

Nota - Aqui ficam os meus agradecimentos, agora públicos, pela prendinha inesperada e carinhosa, senhor Joaquim Fernandes!

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Professores - Novela Indigna - A Contagem dos 9A4M2D

Imagem recolhida na Net

Professores - Novela Indigna - A Contagem dos 9A4M2D

Hoje ficamos a conhecer mais um episódio desta novela rasca que, convenientemente, se arrasta no tempo pela mão dos políticos nacionais de todos os quadrantes políticos. O episódio de hoje teve realização, produção, música, efeitos especiais, actores e tudo o mais que se lembrarem, a cargo do fabuloso psd.
O meu comentário relativamente a esta proposta de contagem integral dos 9A4M2D resume-se a uma palavra para não estar para aqui a gastar o meu latim com quem não é digno dele - nojo!
Na próxima terça-feira, se não houver novidades antes, teremos o corolário da indignidade com um epilogo que, palpita-me, será, mais uma vez, uma mão cheia de nada.
Os partidos políticos nacionais prestam-se a este papelório - eles até querem, excepto ps, que todo o tempo de serviço, alvo de congelamento no passado, seja contabilizado... mas... mas... mas... convenientemente, todos querem coisas diferentes... porque são muito criativos, sim?

Proposta do psd aqui.

Entretanto, o Paulo Guinote já lhes respondeu à letra e já lhes deixou uma pertinente sugestão que passo a transcrever:

"Que as injecções financeiras na banca privada falida dependessem dos “recursos disponíveis face à situação económica e financeira do país, tendo em conta, nomeadamente, a taxa de crescimento do PIB e a evolução da dívida pública”.  Isso é que seria uma proposta com os spirous no sítio."

"O PSD defendeu esta sexta-feira que todo o tempo de serviço congelado aos professores deve ser devolvido, mas remeteu para o Governo a fixação dos "termos e modo" da recuperação, fazendo-a depender também da situação económica."

Serviço dos professores. PSD defende reposição total mas remete "termos e modo" para o governo

O BE em Acção Contra a Construção da Barragem de Fridão

Não à Barragem de Fridão - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de João Carvalho
Não à Barragem de Fridão - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

O BE em Acção Contra a Construção da Barragem de Fridão

Hoje, durante uma maravilhosa manhã de sol, o BE entrou em acção pela mão de alguns dos seus militantes mais aguerridos.
Ontem, hoje e amanhã, contra a construção da barragem de Fridão, marchar, marchar!

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Os Custos da Contagem Integral do Tempo de Serviço dos Professores na Sábado


Os Custos da Contagem Integral do Tempo de Serviço dos Professores na Sábado

A peça saiu hoje na revista Sábado e é de louvar. 
Aleluia, aleluia, aleluia! O bloqueio comunicacional, em parte, foi quebrado.
O Professor Maurício Brito fez as contas que apresentamos no Parlamento, aquando da audição na Comissão de Educação e Ciência a propósito da ILC. E as contas foram deixadas aos senhores deputados da Nação que não podem argumentar com a ignorância. 
As contas são estas:
Ministério da Educação - 600 milhões de euros
Maurício Brito - 320,3 milhões de euros
Mas atenção, "caso a contabilização do tempo congelado fosse diluída, a partir de 2019, em sete anos, o valor anual a despender pelo Estado seria de cerca de 50 milhões."
A peça termina com esta verdadeira pérola, sintomática de um país doente:
"O Excel final foi ainda enviado para 18consultoras, incluindo as de maior dimensão. O grupo de professores pediu-lhes um orçamento pela certificação destas cotas (que têm a discriminação dos valores - da remuneração aos descontos para a CGA, IRS e ADSE - por cada um dos 10 escalões de docentes). Nenhuma aceitou fazê-lo. E duas, por telefone, "assumiram o medo da exposição mediática" como o motivo de recusa".


Nota - A minha admiração e o meu agradecimento, Maurício Brito!

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Amarante e a Limpeza da Páscoa

Limpeza da Páscoa - Amarante 
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Amarante e a Limpeza da Páscoa

Pode parecer de somenos importância umas mangueiritas esticadas pelo chão do centro histórico de Amarante, mas não são de somenos importância umas mangueiritas esticadas pelo chão do centro histórico de Amarante. São até de crucial importância já que, por norma, só temos direito a elas duas vezes por ano, uma antes da Páscoa e outra antes do festival MIMO.

Por mim, este chão que eu amo, e que é meu, é teu e é de quem o apanhar, estaria sempre igualzinho ao de minha casa, ou seja, imaculadamente limpo.
Mas não é isso que eu vejo, ano após ano, década após década, o chão da minha cidade desprezado por tantos com iguais ou diferentes responsabilidades.

Mas, por estes dias, foi/está limpo. Muito grata a quem de direito. E pena que não exista, vá lá! pelo menos uma Páscoa por mês. E que a água gasta para a lavagem das ruas seja igualzinha à que eu bebo cá em casa.

Convite - Gatilho - Daniel Catarino


Convite - Gatilho - Daniel Catarino

Daniel Catarino estará no Pátio das Laranjeiras, na Associação Gatilho Amarante, situada aqui mesmo no centro histórico de Amarante, no próximo dia 18 de Maio para apresentar o seu mais recente álbum, intitulado Sangue Quente, Sangue Frio.
Confesso que nunca o tinha escutado mas fui à procura dele... e gostei! Gostei muito.
Apareçam!

Informações e reservas:
producao@gatilho.pt
918 433 539 / 910 848 467

terça-feira, 9 de abril de 2019

Cantiga da Rua - A Caminho da Escolinha...

Poios de Merd@ a Caminho da Escolinha
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Cantiga da Rua - A Caminho da Escolinha...

Lembram-se da cantiga dos sete anões na história dos mesmos com a Branca de Neve?
Então cantem a letra seguinte, acabadinha de inventar por moi meme.

Eu vou, eu vou,
A caminho da escolinha, eu vou,
Sempre atenta e concentradinha,
Eu vou, eu vou.

Para não pisar a merdinha,
Deveras fedorentinha
Eu vou, eu vou,
Sempre atenta e concentradinha.

Que adianta andarmos a leccionar teorias lindas lindas sobre a limpeza do espaço público se no caminho para a escola temos encontros imediatos a torto e a direito com poios de merd@ assim e assado?
Como pode funcionar a Educação se a bota nada tem a ver com a perdigota?

Nota - Poupo-vos a mais fotografias, todas tiradas no mesmo dia a caminho da escola.

Respirar


Respirar

Respira fundo, Anabela Maria!

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Carvalhadas e Afins ou os Ecos de Um Debate Transmitido em Directo e com Casa a Abarrotar


Carvalhadas e Afins ou os Ecos de Um Debate Transmitido em Directo e com Casa a Abarrotar

Confesso que hesitei quanto ao título a dar a este post - Carvalhadas e Afins? Caralhadas e Delfins? Caralhadas e Afins? Ou Carvalhadas e Delfins?

Pois Carvalhadas e Afins será, para não me acusarem de sensacionalismo nesta minha casa deveras recatada onde eu desempenho a função de tratadora... mas, que fique bem claro, jamé avençada pelo poder político local, regional, nacional ou mesmo internacional. O que quer dizer que eu decido o que escrevo, quando escrevo, onde escrevo e decido também o que publico, quando publico, onde publico. Sem rede. Sem pálio. Sem encosto. E sim, de facto, é muita liberdade para uma pessoa só.

E serve este introito para relatar uma estupefacção minha a propósito dos ecos e ondas de choque provocados pelo debate ocorrido no passado dia 23 de Março, inserido num ciclo de debates promovido pela comissão Amarante, pelo direito à memória e a propósito do ante-projecto de Souto Moura para a Alameda Teixeira de Pascoaes.
A cena foi pública, está quase a fazer oito dias, ocorreu em pleno Café-Bar na presença de todos que por lá se encontravam, ouviram-se os berros até na cozinha do dito e a coisa conta-se em duas penadas. Juro que só perguntei educadamente pela opinião sobre o debate uma vez que a outra parte, não estando presente ao vivo e a cores, muito embora convidada pessoalmente, o acompanhou em directo pelo facebook... e já não tive tempo para quase mais nada. As caralhadas foram várias, os foda-se também, num descontrolo total e em altos berros que ainda hoje estou para perceber o que foi aquilo... e alas que se faz tarde para fora do café, café onde eu permaneci... espantada, abismada, estupefacta mesmo...
Felizmente a cena não se passou dentro da minha sala de aula ou lá teria eu de instaurar um processo disciplinar por falta de respeito à minha pessoa. Assim sendo, resta-me aguardar semi-sentada/semi-deitada, na minha chaise longue ou long chair predilecta, um sentido pedido de desculpas vindo de quem perdeu o norte e as estribeiras.
É que já não estou propriamente disposta a brincar aos arrufos intempestivos da adolescência... não agora que caminho a passos largos para acumular trinta anos em cada perna.

A Palavra ao Fundador do Clube dos Pensadores


A Palavra ao Fundador do Clube dos Pensadores

Eu faria só uma pequena/grande correcção à afirmação proferida por Joaquim Jorge - Não é no futuro que ninguém quer ser professor... porque é já hoje.
Assim, e já hoje, será mais fácil encontrar uma agulha num palheiro do que alguém que deseje ser professor.
E quem pagará esta situação bem cara num futuro próximo? Pois, é isso, os mesmos de sempre, os mexilhões dos mexilhões. Quanto aos políticos... e aos seus filhos que parece que isto é coisa dinástica... que criaram e continuam a contribuir afincadamente todos os dias das suas vidas para que isto assim seja, estarão num qualquer posto dourado que lhes assegurará as mordomias de sempre.

"No futuro ninguém quer ser professor: Mal visto, mal pago, maltratado

sábado, 6 de abril de 2019

TBR Goza?

Recorte da autoria de Luís Costa

TBR Goza?

Ouça bem, senhor ministro - Um roubo será sempre um roubo. De maior montante ou de menor montante, perpetrado de uma vez ou aos bocadinhos, um roubo será sempre um roubo mesmo se quem o pratica e a ele fica associado decide devolver uma pitada do montante... digamos subtraído.
Mesmo se pergunta aos roubados Querem receber esta pequena parte do surripiado por inteiro ou aos bochechos?
Quem pratica o roubo e a ele fica associado será sempre um gatuno, um larápio, um ratoneiro, um vigarista... ou não será?

"O ministro da Educação disse nesta sexta-feira que os professores são “os únicos” a “escolher o melhor de dois mundos”, porque podem optar por recuperar o tempo de serviço congelado de uma só vez ou de forma faseada."

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Salgueiro Maia 1/7/1944 - 3/4/1992


Salgueiro Maia

 1/7/1944 - 3/4/1992

A minha admiração profunda por um Homem essencial na Revolução do 25 de Abril de 1974 que nunca reivindicou nada para si nem para  sua família.
Ouviram, senhores políticos da esquerda à direita passando igualmente pelo centro?

De facto "há várias modalidades do Estado se organizar. Há os estados socialistas, os estados ditos comunistas, os estados capitalistas... e há o estado a que chegamos. Então proponho acabar com o estado a que chegamos."


 
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