A minha primeira experiência na Assembleia foi traumatizante, confesso, e deveu-se a uma indignidade chamada PACC que me fez meter pés a caminho desde Amarante até Lisboa, num já longínquo dia de Dezembro de 2013, tutelava Crato o ministério, estava no poder a coligação PSD/CDS .
No passado dia 16, cumpri o meu segundo dia traumatizante, confesso, a acompanhar os "trabalhos" na/da Assembleia da República à conta da ILC e de novo o mesmo circo, tutela agora Tiago Brandão Rodrigues o ministério, está no poder a geringonça PS apoiada pelo BE e PCP.
Sobre o que assistimos, de cima, das galerias do povo, dou a palavra à professora Susana Dias, destacando o momento de protesto maior dos professores - O ministro começou a falar e nós, professores, começamos a abandonar o hemiciclo. Precisávamos de ar mais fresco e despoluído. Precisávamos de vincar um divórcio. Precisávamos de o informar, de novo, que jamais desistiremos do que é nosso por direito - 9 anos, 4 meses e 2 dias - foi tempo efectivamente trabalhado, é tempo que deverá ser contabilizado para a nossa carreira. Ponto!
"Ontem, saí da Assembleia da República com um sabor amargo na minha consciência. Presenciei uma intenção burlesca de debate sobre as várias propostas de contagem do serviço dos professores. O mais risível foi ver os deputados trocarem galhardetes quando nenhum dos partidos pode lavar as mãos sobre o roubo do nosso tempo de serviço. A certa altura parecia que assistíamos a um circo burlesco onde as bocas ostensivas, os esgares, as mãos levantadas, as risadas escarninhas demonstraram o tom de paródia que o tema tinha ganho! É pá, senti revolta e asco ao assistir aquela cena de tasca de esquina, mais ainda quando o imberbe do ministro da educação tomou a palavra! Que falta de respeito! E levantei-me e saí da galeria. Afinal, era do meu tempo de serviço que se riam, foi tempo que eu dei à escola que transformaram em esgrima intelectualmente desonesta! O ministro imberbe ainda teve coragem de insinuar que a nossa saída devia estar combinada com o PSD!! Mas por acaso pensa que sou/somos paus mandados? Servis de partidos ou ideologias?! Talvez andem muit@s por aí, demasiad@s talvez, mas há muit@s que não hipotecam a sua liberdade intelectual a ninguém! Se for para hipotecar que a apólice seja de reconhecido mérito e dignidade! Se é desta forma que os deputados tratam os restantes assuntos de estado, vou ali e já venho! Desempenham muito mal o cargo para o qual lhe delegamos poder! Nas eleições, que nenhum professor esqueça o roubo do seu tempo de serviço!"
Nota - Pode ver aqui o filme dos acontecimentos contado pela RTP1, a partir do minuto 19.
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