domingo, 17 de junho de 2007

Caminhos



Caminhos - Barca - Carvalho de Rei - Amarante - Portugal
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Caminhos

Os meus caminhos da Barca, hoje, estavam assim.

O da primeira fotografia é o tal que foi todo refeito por mim.
Sentia-o agressivo, a chamar muito a atenção sobre si próprio, muito óbvio, muito aqui estou eu. Dei-lhe cabo do canastro e reduzi-lhe o impacto ambiental. Está agora um caminho mais doce, mais integrado na paisagem, mais discreto. Aproveitei a grande pedra que se escondia por baixo da terra e das ervas e integrei-a no próprio caminho. Nada que já não tivesse feito anteriormente. Aproveito sempre a penedia que se encontra dispersa pelo jardim para construir os meus percursos/caminhos da Barca.
Esta última chuva ajudou. Deixou-o de alma lavada. Associei-o a mim. No deserto. De alma lavada.
Hoje aproveitei para o observar com o distanciamento possível de uma semana e para me certificar de que o dito estava bem, estava como eu queria. Achei-o catita. E agora é só continuar.
O da segunda fotografia é um caminho que já tem dois anos. Grande parte foi feito com a ajuda do meu pai e este foi o único caminho da Barca que não foi integralmente feito por mim. Já estabilizou e compactou com a passagem do tempo e, depois da limpeza das ervas que o infestavam, ficou assim. Bonito.
Associarei sempre este caminho à minha mãe, sentada, numa cadeira de realizadora de cinema, a observar o nosso trabalho de sorriso nos lábios. Como ela adorava a Barca, a sua fauna e flora, o seu cheiro e o seu vento, o seu sol!

3 comentários:

Helder Barros disse...

Os teus caminhos da Barca são espectaculares. Fazes-me lembrar os centuriões romanos a construir as suas auto-estradas pela europa fora; mas os teus, tem aquele teu toque de "Midas", são mais poéticos e artísticos!
Quando puderes investiga a origem do nome Barca, vais ver que vais gostar do resultado, está bem, senhora históriadora, cheia de estórias surpreendentes para nos contar!

Anabela Magalhães disse...

Ok, vou investigar. Até que sempre achei o nome curioso. Já falamos sobre esse assunto até com o arquitecto Torgo, que foi o autor do projecto da Barca e que também adora a topografia do terreno. Mas não chegámos a nenhuma conclusão.
O seu nome completo é Campo da Barca, embora na realidade se trate de vários campos.

Unknown disse...

Este já o tinha lido. Mas valeu a pena remomorizá-lo.

 
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