Fotografias de Artur Matias de Magalhães
Pamukkale
Declarado Património Mundial da Humanidade pela Unesco, em 1988, Pamukkale é, sem dúvida, um local único no mundo.
Declarado Património Mundial da Humanidade pela Unesco, em 1988, Pamukkale é, sem dúvida, um local único no mundo.
Visitei este local aquando da minha viagem à Turquia, integrada num grupo da Agência Abreu. Muito embora não tenha por hábito fazer viagens integrada em rebanho de turistas que não conheço de lado nenhum, tenho de reconhecer que, para quem não tem muito tempo disponível, o recurso a uma viagem organizada por uma agência é talvez a melhor maneira de, em pouco tempo, ter uma visão razoável de um país. Pode ser pois uma opção estratégica. Foi o caso. Em oito dias percorremos muitos quilómetros de autocarro, fizemos viagens de barco, gastamos muitas solas a subir a acrópoles, a visitar mesquitas e mais mesquitas, cada uma mais bela que a anterior, a ver museus, a visitar o famoso Grande Bazar de Istambul, a Capadócia... e Pamukkale.
Confesso que a expectativa era enorme, face a um local que eu conhecia bem de fotografias e de ouvir falar amigos e familiares que anteriormente tinham visitado o local.
A palavra turca Pamukkale traduz-se literalmente por Castelo de Algodão e esta formação começa a ver-se à distância tal a sua dimensão. Trata-se de toda uma encosta feita de bacias e mais bacias calcárias formadas pelas nascentes de água quente termal que abundam na região e que foram aproveitadas desde a Antiguidade, por gregos e romanos, e que ainda hoje continuam a ser utilizadas para banhos e tratamentos termais.
A aproximação é lenta, até porque temos de subir toda a encosta, mas quando por fim podemos entrar dentro destas pequenas piscinas de água quente, que se sucedem umas atrás das outras perante um horizonte inacreditavelmente belo, tenho vontade de me beliscar para me certificar que o que estou a ver é real. E é real. E eu fui uma das privilegiadas que captou e registou para sempre este pôr-do-sol único, esta luz de poente que banhava os degraus branquinhos branquinhos dando-lhes tonalidades cálidas e inesperadas.
A última vez que soube novas de Pamukkale foi no passado mês de Outubro por uns amigos que visitaram o local. Disseram-me que Pamukkale está hoje muito degradado, que muitas das bacias estão já secas por acção de um turismo desenfreado e incontrolado. É pena. Melhor seria proibir totalmente a entrada nestas piscinas naturais dando-lhes o tempo necessário para a sua recuperação. Se é que isso ainda é possível.
A vida é feita de equilíbrios quantas vezes instáveis e precários.
A Natureza também.
2 comentários:
Gostei de rever Pamukkale.É estonteante a sua simplicidade branca de montanha de algodão...
Estive lá em 1994.Imagina, ao tempo que foi...no século passado.jJá se notava o turismo desenfreado que se fazia sentir na região...Pena que nestas coisas,não haja nunca comedimento.
Mas esta foi sem dúvida uma das mais bonitas paisagens que até hoje pude apreciar.Rezemos para que não desapareça.
Rosa Maria Fonseca
Irreal. A paisagem era mesmo irreal. Esperemos que não se perca. Esperemos que não desapareça para sempre por debaixo das solas da turistada. Porque tudo o que é excessivo faz mal.
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