Cavalheirismo
A cena que agora relato passou-se na última sexta-feira, na minha última aula da tarde.
Chegada à sala, cumpri a rotina do costume - pousei a minha tralha, liguei o computador e dirigi-me à porta envidraçada que abre para um exterior de arvoredo frondoso por onde passeia, frequentemente, um casal de melros extraordinariamente belos.
Junto à porta, alguns exemplares do sexo masculino, daquela turma de 7º ano, a quem lancei o costumeiro "Boa tarde, meninos! Façam o favor de entrar."
Só que os meninos não se mexeram. E, consequentemente, não entraram. Entretanto as meninas aproximavam-se, risonhas, vindas lá mais de trás.
- Mas então o que se passa? Hoje não entram? - perguntei eu sem saber, de todo, qual a razão de comportamento tão estranho.
E responde-me o T., muito lampeiro, de sorriso rasgado de orelha a orelha:
- Professora, primeiro as meninas! É que nós somos cavalheiros!
E assim foi. Os meninos-cavalheiros abriram alas, as meninas entraram e só em seguida entraram aqueles maravihosos rapazes.
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