CNN - Correcção
"O tempo de serviço não se rouba, conta-se!" foi o que eu afirmei, afirmo e afirmarei.
O meu blogue sou eu...mas eu não sou o meu blogue...
"O tempo de serviço não se rouba, conta-se!" foi o que eu afirmei, afirmo e afirmarei.
Amanhã lá estaremos. De Amarante partem, todos juntos, representantes dos dois agrupamentos existentes e da ESA, escola que escapou à fúria dos ajuntamentos e continua não agrupada e ainda uma colega de um agrupamento de outro concelho próximo.
A luta continua. Para muitos de nós, verdadeiramente, nem nunca parou.
Aqui vos deixo um apanhado da onda de contestação que não pára de crescer. No próximo sábado, temos encontro marcado em Lisboa!
Entretanto, ilustro este post com as fotografias de três perigosas grevistas do meu Agrupamento de Escolas... ai Pascoaes, Pascoaes!!!!!
Também pelos meus netos. Educa-se pelo exemplo e de pequenino se torce o pepino.
Além do mais, quem não se sente, não é filho de boa gente... ouviste, ministro João Costa?
Não há alerta meteorológico laranja que nos desmobilize. Lutamos com a Razão do nosso lado.
Durante esta semana, a greve por tempo indeterminado continua!
Junto à Câmara Municipal de Amarante. Apareçam todos.
Inicia-se amanhã uma greve de professores, por tempo indeterminado, convocada pelo sindicato S.T.O.P. Estou a pedi-la desde 2008, desde os grandes ataques daquela ministra que me recuso a nomear neste blogue. Tanto que já perdi... tanto durante todos estes anos que nem é bom lembrar sob pena... de qualquer vernáculo muito muito forte me sair pelos dedos e obrigar-me a carregar em determinadas teclas do meu já muito gasto teclado.
Tenho muitas razões para iniciar a greve de amanhã. Invocarei apenas uma - O tempo de serviço de um trabalhador não se rouba. Conta-se! É coisa para ser sagrada e intocável e um governo de Costa teve o desplante de mo roubar.
E, sendo eu de História, estou plenamente consciente que os direitos de que gozamos hoje poderão não ser os direitos de que poderemos usufruir amanhã e que nunca estes poderão ser encarados como coisa adquirida para sempre.
É que um dia, distraídos, poderemos deitar-nos em Democracia e, no dia seguinte, acordar em Ditadura.
Muito grata, S.T.O.P.!
Depois de um longo período de baixa médica, absolutamente necessário para recolocar a minha moleirinha nos carris, onde ela esteve desde sempre até me falhar, voltei finalmente ao trabalho e à escola, agora apenas de nome mudado para Agrupamento de Escolas Teixeira de Pascoaes. Olhai a responsabilidade do carrego de um nome absolutamente ímpar na cultura mundial, nacional e local, que o meu pai conheceu muito bem pelo nome de dr. Joaquim...
Confesso que necessitei deste afastamento não pelos meus alunos à época, muito menos pelos que já me apresentam, carinhosamente, os seus filhos, muito menos pelos alunos que tenho agora dentro das salas de aula que percorro todos os dias dentro de um mesmo pavilhão. Necessitei deste afastamento por razões pessoais, que se relacionam com perdas familiares muito duras de aceitar... mas que também resultam de uma acumulação e de uma saturação face a sacanices variadas e de gravidades muito diversas vindas de gente adulta que devia talvez voltar à meninice e refazer o seu Ser.
Arrumado o andar de cima, voltei à "minha" sala de aula, mesmo se agora ando de sala em sala, de catacumba em catacumba, sem nunca colocar os pés na sala que fui construindo ao longo dos anos apoiada pelos meus alunos.
A história da Sala de História dava um filme que deveria ser tranquilo, pacífico e tranquilizador tal e qual ela se apresenta a alunos e professores que por lá passam e me fazem questão de o referir deixando o meu coração pacificado, apesar de tudo. Alterar, mudar para melhor o "espaço" em que habito, arrastar gente para esta paixão, faz parte integrante de mim e é faceta minha que jamais descurarei.
Fico até comovida por saber que a Sala de História é usualmente a escolhida entre todas as salas da escola para receber alunos e professores que aqui se deslocam em Programas de Erasmus e afins por ser uma das salas mais agradáveis de toda a Escola.
Fico até comovida sempre que alunos vêm ter comigo e me propõem fazer com outras salas de aula o que fizemos - eu e os meus alunos - com esta específica sala, como ainda aconteceu durante esta semana que agora finda.
Vai daí, no meu regresso à minha escola de sempre, e após baixa psiquiátrica, registo que tenho no meu horário, durante todo o 1º semestre, zero aulas na Sala de História e apenas uma no 2º semestre, sala que pintei, embelezei e acarinhei com estas minhas irrequietas mãos em resultado de ter a funcionar os meus irrequietos neurónios e que, com a ajuda de outras mãos, a alteraram, facto que é representativo do cuidado, sensibilidade e apreço perante uma trabalhadora que, como afirma frequentemente o meu irmão, ainda vai ser despedida da função pública por trabalhar tanto. Vá lá que está a contribuir para a felicidade de outros...
E pronto. E é isto. E eu estou feliz... agora que voltei a ser quem era, talvez até mais acutilante e assertiva que nunca.