Da Qualidade/Sensibilidade das Estruturas Intermédias Perante o "Capital" Humano Subalterno
Depois de um longo período de baixa médica, absolutamente necessário para recolocar a minha moleirinha nos carris, onde ela esteve desde sempre até me falhar, voltei finalmente ao trabalho e à escola, agora apenas de nome mudado para Agrupamento de Escolas Teixeira de Pascoaes. Olhai a responsabilidade do carrego de um nome absolutamente ímpar na cultura mundial, nacional e local, que o meu pai conheceu muito bem pelo nome de dr. Joaquim...
Confesso que necessitei deste afastamento não pelos meus alunos à época, muito menos pelos que já me apresentam, carinhosamente, os seus filhos, muito menos pelos alunos que tenho agora dentro das salas de aula que percorro todos os dias dentro de um mesmo pavilhão. Necessitei deste afastamento por razões pessoais, que se relacionam com perdas familiares muito duras de aceitar... mas que também resultam de uma acumulação e de uma saturação face a sacanices variadas e de gravidades muito diversas vindas de gente adulta que devia talvez voltar à meninice e refazer o seu Ser.
Arrumado o andar de cima, voltei à "minha" sala de aula, mesmo se agora ando de sala em sala, de catacumba em catacumba, sem nunca colocar os pés na sala que fui construindo ao longo dos anos apoiada pelos meus alunos.
A história da Sala de História dava um filme que deveria ser tranquilo, pacífico e tranquilizador tal e qual ela se apresenta a alunos e professores que por lá passam e me fazem questão de o referir deixando o meu coração pacificado, apesar de tudo. Alterar, mudar para melhor o "espaço" em que habito, arrastar gente para esta paixão, faz parte integrante de mim e é faceta minha que jamais descurarei.
Fico até comovida por saber que a Sala de História é usualmente a escolhida entre todas as salas da escola para receber alunos e professores que aqui se deslocam em Programas de Erasmus e afins por ser uma das salas mais agradáveis de toda a Escola.
Fico até comovida sempre que alunos vêm ter comigo e me propõem fazer com outras salas de aula o que fizemos - eu e os meus alunos - com esta específica sala, como ainda aconteceu durante esta semana que agora finda.
Vai daí, no meu regresso à minha escola de sempre, e após baixa psiquiátrica, registo que tenho no meu horário, durante todo o 1º semestre, zero aulas na Sala de História e apenas uma no 2º semestre, sala que pintei, embelezei e acarinhei com estas minhas irrequietas mãos em resultado de ter a funcionar os meus irrequietos neurónios e que, com a ajuda de outras mãos, a alteraram, facto que é representativo do cuidado, sensibilidade e apreço perante uma trabalhadora que, como afirma frequentemente o meu irmão, ainda vai ser despedida da função pública por trabalhar tanto. Vá lá que está a contribuir para a felicidade de outros...
E pronto. E é isto. E eu estou feliz... agora que voltei a ser quem era, talvez até mais acutilante e assertiva que nunca.
2 comentários:
A senhora Dina anda a passar alguns limites.
Não sei a que se refere ainda para mais sendo que não assume a afirmação que faz através de uma autoria. Detesto anonimatos.
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