Barca - Carvalho de Rei - Amarante - Portugal
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Afinando
Chegou-me agorinha mesmo uma mensagem de um meu aluno de 9º ano solicitando-me para publicar neste blogue um texto por ele escrito e que se intitula "Afinando". E pede-me a minha opinião, pede-me para eu lhe dizer se gostei. E eu, depois de o ler e de me emocionar com a sua profundidade e poesia só lhe posso dizer aqui e agora que não, não gostei. Porque gostar é infinitamente pouco perante um texto deste calibre escrito por um adolescente de 14 anos. Por isso não gostei. Antes adorei. E jamais esquecerei o momento de intenso prazer sentido por mim ao publicar esta prosa poética tão especial, vinda deste miúdo tão especial, que não quer ser identificado. Assim será até ele resolver o contrário.
Afinando
Na vibração da alma, no som do espírito, na suavidade do coração...O pensamento a todos une e separa... E o tempo todos controla...Os dedos deslizam e a vida abranda, tudo começa a fazer sentido... A suave canção entra-nos no espírito e aquece-nos... Os acordes de alegria dão lugar aos de tristeza como numa reviravolta de emoções... Apenas mais uma...Mas... nem tudo está certo... A vida entristece e passa e a radiosa juventude dá lugar à melancólica e sábia velhice... O preto de força e o dourado de luz, luz e brilho dão lugar à melodia do branco...Então, aquando do sono no tempo, da passagem da harmonia da vida para o silêncio da morte nasce a derradeira presciência...Está então tudo afinado...Faça-se música
3 comentários:
Felizmente as palavras dispensam "títulos", titularidades e falsas dicotomias. São palavras. Belas.
Talvez devamos poupar os olhos, manter-nos cúmplices e esperar que haja livros escritos por ti.
Este poema está simplesmente excelente, adorei!
Ass: Catarina 9F
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