sábado, 11 de maio de 2013

A Palavra ao Professor Paulo Silva



A Palavra ao Professor Paulo Silva

Já falei dele várias vezes neste blogue com orgulho por o ter como colega sempre prestável, trabalhador, interventivo, solidário, não alheado da dificuldade crescente que é Ser Professor em Portugal que, de resto, sente na pele. Este é o rosto de Um Professor Exaurido. Com jeito o MEC ainda se prepara para lhe dificultar a vida, aumentando-lhe o horário, aumentando-lhe as turmas e... sei lá... atribuindo-lhe, quiçá!, 500 alunos?!
Com jeito o MEC prepara-se para nos fazer isso a todos, confundindo quantidade com qualidade, que, a partir de certo ponto, se tornam inimigas. Nós já atingimos esse ponto e nalguns casos até já o ultrapassamos.
Com esta insanidade de políticas talvez o MEC acabe de vez com os excelentes docentes que têm ainda na Escola Pública e que, por certo, cairão para o lado de esgotamento por quererem fazer bem tudo aquilo em que se envolvem, e envolvem-se muito para além do despejo de matérias em sala de aulas, e ficarão com os moinas, aqueles que sempre foram finos e nunca estiveram para se chatear, nem ontem, nem hoje, nem amanhã.

Um destes dias o Ricardo Pinto ampliou a voz do Paulo Silva no Jornal de Amarante e aqui, no seu blogue homónimo, onde o artigo pode ser lido na sua totalidade.

Os meus parabéns, Ricardo Pinto, pelo excelente trabalho!

Ser docente de 325 alunos

"Tudo menos fácil! O facto da disciplina de Educação Musical ter perdido 45 minutos semanais, fez com que passássemos a ter, no meu caso, 15 turmas em vez das 8 ou 9 que tínhamos. Mesmo estas 8 ou 9 turmas, já resultaram do fim da Área de Projeto que, segundo alguns, não servia para muito mas onde eu vi serem desenvolvidos projetos muito interessantes para os alunos. Além das horas de trabalho efetivo na escola, são muitas as horas que em casa disponho a preparar as aulas e as propostas de trabalho para os alunos. Os ritmos de aprendizagem e os interesses dos alunos e das turmas, não são os mesmos, logo compete ao professor estar atento no sentido de adequar as atividades que desenvolve aos alunos e às turmas que tem, de modo a mantê-los motivados. A esse respeito, gostaria que quem afirma que os professores trabalham pouco e beneficiam de muitas regalias, pudesse em primeiro lugar tomar contacto com a realidade e, só depois, opinar. Ser professor nos dias que correm, não é fácil. A escola mudou, os alunos mudaram, as famílias mudaram e a própria sociedade mudou. O professor tem de se manter permanentemente atualizado para poder acompanhar os seus alunos, nomeadamente, ao nível das novas tecnologias. Por outro lado, somos seres humanos que também temos uma família, filhos, a quem temos de estar presentes em todos os momentos”, assere. O tempo dado pelo Ministério de Educação para as aulas de música: “Os 45 minutos semanais para o 7º e 8º ano e os 90 para o 5.º e 6.º anos são manifestamente insuficientes. Quando eu comecei a lecionar, a disciplina tinha uma carga horária de 3 horas semanais, divididas em uma aula de 2 horas e uma aula de 1 hora. Depois, a interrupção no final do 8º ano, direi apenas que é de todo lamentável que os alunos não possam, sequer, ter direito à opção. No ano passado, lecionei a uma turma do 9º ano (foram os últimos a ter o “privilégio”) e foi sem dúvida das turmas com quem mais gostei de trabalhar. O facto de terem já um percurso de 4 anos de educação musical, aliado a uma certa maturidade e uma grande motivação, permitiu desenvolver vários projetos de interesse musical”. O protocolo existente entre a EB 2.3 e o Centro Cultural de Amarante “é, sem sombra de dúvidas, uma mais-valia para ambas as partes. Tem proporcionado, a meu ver, uma colaboração extremamente proveitosa. Os nossos alunos do Clube de Música/Orquestra têm apresentado temas em conjunto com os colegas do ensino articulado, que têm contribuído para o enriquecimento musical de todos. Ora nada disto seria possível ou pelo menos seria bem mais difícil, se não existisse este Protocolo. A esse propósito, gostaria de destacar o bom entendimento que tem havido entre as direções e os professores das duas instituições, o que tem facilitado, e de que maneira, o trabalho desenvolvido”.

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